Reencarnação do Vampiro - Capítulo 10
O belo jovem atravessou a rua no farol vermelho e entrou em um bar. Estava lotado de gente dançando e bebendo, homens e mulheres festejando ao som de forró.
Jonathan foi até o balcão e sentou-se na cadeia de lá. Uma mulher de pele morena e cabelo cacheados o atendeu.
— O que você vai querer?
— Vou querer seus serviços.
A garota moveu os olhos de um lado a outro.
— Sim? Estou aqui.
— Pelo visto, você não entendeu onde quero chegar. Quero seus serviços pessoais.
— Escuta aqui garoto, eu não sou puta!
O jovem suspirou e, impaciente, colocou a mão esquerda sobre seus olhos, com as pontas dos dedos tocando sua têmpora. Em uma tentativa de fazê-la entender o que ele queria dizer, falou em Latim.
— Scio te pythonissam. (Eu sei que você é uma Bruxa.)
Autor: Eu não falo latim, então se estiver errado, me desculpem. Essa é uma língua morta e dificilmente alguém vai saber falar, então…. Sem fiscal de língua.
A garota demonstrou espanto e depois desconfiança.
— Sua reação mostra que estou certo.
A mulher colocou bruscamente a garrafa de bebida no balcão e disse:
— Me siga.
A bela moça chamou outra bartender.
— Fica aqui no meu lugar por enquanto, já volto.
A assentiu com a cabeça e voltou a atender os clientes.
Jonathan a seguiu até a porta dos fundos e, ao passar pela porta viu uma escada.
— Por aqui. — Disse a jovem bruxa.
Ele olhou em volta e não percebeu nenhum símbolo que seria considerado estranho para pessoas comuns. Essa era a única forma que ele podia saber se havia algum feitiços naquela sala.
Seu novo corpo não tem a capacidade de sentir a energia mágica, pois ele não é um usuário natural de magia. Para um não bruxo utilizar magia, é necessário um ritual simples, porém de dificuldade extrema.
O andar de cima era uma casa. Logo quando entrou, o jovem avisou outras mulheres parecidas com a que ele seguia.
“Devem ser parentes. Minha parte do acordo foi cumprida.”
— Qual o trabalho que você quer que eu faça?
— Preciso que você remova um rastreador mágico que foi colocado em minha alma.
— Você veio ao lugar certo! Nós somos bruxas com, digamos… um dom especial em magias que manipulam a alma.
— Eu sei, por isso te procurei.
— Deixa de ser estraga prazer, era só uma forma de dizer.
Jonathan ficou parado, com a mesma falta de expressão de sempre.
— Bom, antes! Vamos aos negócios. Como é algo tão fácil, eu cobraria 15 mil, mas como te achei gatinho, te cobro apenas 10 mil.
— Me sinto realmente lisonjeado, mas prefiro de graça.
A bela bruxa aproximou-se dele até os lábios quase se tocarem, segurou seu queixo e disse:
— Não vai rolar.
Ela se afastou do Jovem de cabelos negros dando as costas.
— Eu disse que você era gatinho, não que era um deus grego. Não se empolga.
— Deixando as brincadeiras de lado. O feitiço foi colocado em mim por uma das bruxas da convenção imortal.
— O que?! Primeiro você pede serviço grátis, depois você fala que a dificuldade é maior? Acho que está faltando um pouco de senso comum nessa sua cabeça de vento.
— Sua ancestral tem uma dívida comigo. Ela disse que não importa quando, enquanto houver descendentes de sua linguagem, o acordo será cumprido.
— Ancestral… não me diga que você é…
— Sou humano.
— Mesmo assim! Eu não tenho poder suficiente para quebrar o feitiço.
— Quebrar? Não seria mais fácil desfazer o feitiço?
— Os feitiços só podem ser desfeitos pelo lançador, por absorção de magia ou reversão de feitiço. Eu poderia usar reversão de feitiço, mas essa magia é algo desenvolvido pela conversão imortal pôs junção com o Clã Oblivion, ou seja, nós não conhecemos.
— Não há ninguém aqui que pode quebra-lo?
— Minha irmã mais velha.
— Então, chame ela aqui.
— GISELE!
Jonathan fez uma expressão comumente feita por quem tem os tímpanos “estourados”.
— Oi?
Uma mulher de pele morena, cabelos lisos e presos em rabo de cavalo, veio por um pequeno corredor. Sua atenção voltou diretamente para o belo jovem.
— Esse é o……. Quem é você mesmo?
— Jonathan Crane.
— Essa é minha irmã mais velha, Gisele.
— É um prazer conhece-la— Cumprimentou a bruxa com um aperto de mão.
— Ei, espera. Te conheço de algum lugar, não?
— Temo que esteja se confundindo. Não me lembro de já termos nos encontrado.
Ele queria soltar sua mão, mas estava sendo segurada. Ela continuou examinando o rosto do garoto até que arregalou os olhos.
— Eu te conheço sim! Daquele retrato!
— Do que está falando senhorita?
— Espere aqui um momento.
“Acho que sei o que está acontecendo. É bem a cara dela deixar tudo preparado de antemão”.
A bruxa deu uma pequena corrida até seu quarto e pegou uma caixa de madeira de aparência muito antiga, voltou para a sala e a abriu. Gisele entregou um papel para Jonathan.
“Um retrato feito a mão. Parece ser um retrato de mim quando ainda era vampiro.”
— Sabia que te conhecia de algum lugar. Você é a pessoa da foto. Essa caixa é uma herança de família deixada por uma ancestral que morreu a mais de 600 anos atrás.
O retrato parecia ter sido feito a mão. O desenho era em preto e branco. A aparência de Jonathan era mais velha no papel.
— Você conheceu nossa ancestral. Agora parece mais novo do que na imagem, mas não parece um vampiro. Está até usando um anel de prata.
— Espera, você disse que o rastreador mágico foi colocado em sua alma pela convenção imortal, o que quer dizer que tem ligação com o Clã Oblivion. — disse a irmã mais nova.
— Entendi… você é o antigo líder daquele clã, que reencarnou e agora, por algum motivo, quer fugir do radar dele.
“Essa pessoa é interessante. Presumir tudo isso com apenas uma limitada quantidade de informações”.
O jovem não disse uma palavra enquanto as duas faziam suposições.
— O que mais tem na caixa? — disse Jonathan.
— Um envelope e um colar. O envelope diz para não abri-lo até que a pessoa da foto viesse até nós.
Ele pegou o envelope e leu as palavras contidas nele, o entregou para a irmã mais velha e disse:
— Abra.
— Você não vai ler?
— As instruções dizem para não ser aberto até que eu chegasse, mas não há nada que diga que eu possa ler, porém eu suponho que você é quem deve abri-lo.
Gisele abriu e retirou a carta. As letras eram de caligrafia antiga.
— Isso é difícil de ler, mas vou tentar. Se estiverem lendo isso, é porque a pessoa da imagem veio até vocês. Tudo o que deve ser feito é simples: a bruxa da família que tiver a maior quantidade de energia mágica, deve usar o colar. Deixe o resto com ele.
A bruxa olhou o verso da carta, mas estava em branco.
— Só isso? Deixe o resto com ele? Quer dizer, você, não é? — A mulher apontou para Jonathan.
“Deixar comigo?… Quando fizemos o acordo, ela disse que quando a alma é restaurada, qualquer amarração, maldição ou contrato são apagados. O que quer dizer que ela não completou o ciclo de reencarnação.”
— Vista o colar.
— Como sabe que sou eu a que tenho mais magia aqui?
— Em uma quebra de feitiço, a quantidade de magia usada é mais importante do que o controle mágico. Sua irmã te chamou quando mencionei que o feitiço havia sido colocado pela convenção imortal.
“Mesmo nossa relação não sendo próxima, ela me conhecia bem a ponto de saber que eu saberia o que fazer apenas por causa de uma conversa de muitos anos. Será que sou tão previsível?”
Gisele levantou as sobrancelhas, voltou seus olhos para a caixa e retirou o colar. Era de cor verde cristalina, comumente visto em fundos de piscina. O formato era de octaedro. Cordão era simples, fios trançados.
A irmã bruxa vestiu o colar e esperou, mas nada aconteceu.
— E agora? Vou esperar pra sempre?
Jonathan deu um passo à frente, direcionou seu olhar para o colar e disse:
— Eu cumpri minha parte no acordo, protegi sua linguagem conforme combinamos.
Ele apontou para cada uma das bruxas presentes no local.
— Esta é a prova de que fiz minha parte. Agora é sua vez. Apareça, Ekom.
Gisele olhava séria e impaciente para o garoto.
— Acho que essa palhaçada não vai fun…
A mulher ficou completamente paralisada, sua expressão se tornou neutra e ela parou de respirar. Depois de alguns segundos, piscou duas vezes e soltou o ar preso nos pulmões. Seu olhar voltou-se para o belo jovem em sua frente e, com um sorriso de canto de boca disse:
— Já fazem 600 anos, Vladmyr hahaha.
— 624, mais precisamente. No entanto, creio que ambos, eu e você, não vimos o passar do tempo.
— Ce morreu, né? Quem foi o fodão que conseguiu te matar? Porque tem que ser muito brabo pra conseguir isso.
— De onde tirou esse vocabulário? Na verdade, como sabe esse idioma?
— Tô usando o cérebro dela, então… É lá que ficam as informações necessárias para a fala.
— É o suficiente, já entendi.
— Espera, você é nossa ancestral? Sua alma ficou todo esse tempo nesse colar?
— Sim, minha querida…..Nossa todas as minhas descendentes são tão bonitas!
Ekom se aproximou da jovem bruxa, pegou em sua mão e a girou por completo.
— Que linda!
— Elas não são mais suas descendentes. As pessoas perdem parentesco genético depois da terceira geração.
— Caramba, essa aqui tem mó rabão! — disse examinando o corpo que estava em sua posse.
— Ei, você está me ouvindo? — indagou Jonathan, coçando a sobrancelha esquerda, impacientemente.
— Sim, eu tô. Vejo que continua sem graça.
— Não sou um bobo da corte.
— Também continua o mesmo velho ranzinza.
— Você sabe muito bem que habilidades mágicas não se perdem, por mais diluído que o sangue da família seja.
Caminhou em volta do jovem, o olhando de cima a baixo.
— Mesmo humano você continua gato.
O garoto de cabelos negros revirou os olhos com impaciência.
— Te conhecendo bem, sei que está cansado de me ouvir tagarelar. Mas antes, responda minha pergunta. Quem te matou.
— Vincent Alciven. — disse olhando para outra direção.
— Por que você foi arrumar treta com a cria de um puro-sangue? Isso é bem estranho, quem te assassinou foi o Vincent, não o puro-sangue. Como?
— Faustos me traiu.
— Eu te falei para tomar cuidado com aquele cara. — Ekom disse isso com uma expressão que dizia: eu estava certa.
— Foi um erro, não o cometerei uma segunda vez.
— Vamos logo para os procedimentos. O que você quer que eu faça?
— Que quebre um feitiço de rastreamento que foi colocado em minha alma. Não é qualquer feitiço. Ele permanece preso ao corpo astral mesmo depois do ciclo de reencarnação.
— Esse tipo de feitiço é algo bem complexo de se fazer, não quero nem imaginar a criação dele. A pessoa que conjurou ele em você, foi a Zuri, não?
— Foi uma peça fundamental na criação dele.
— Uma magia dessa magnitude não poderia ser desenvolvida por um mortal. Ainda mais com conhecimento limitado. Eu perguntaria como minha irmã está, mas tá na cara que não o encontrou ainda.
— Creio que ela esteja bem.
A anciã pegou uma cadeira e a posicionou no meio da sala.
— Senta aqui. — Deu dois tapinhas no assento.
Enquanto Jonathan sentava, a bruxa foi até a cozinha e pegou uma garrafa de vodka.
— Você disse que o feitiço resiste à restauração do ciclo de reencarnação. Reencarnou pelo ciclo natural? Ou apenas trocou de corpo? Porque essa aparência, parece coisa de magia.
— Completei o ciclo, natural.
— Então você é uma mina de ouro ambulante. Reencarnar duas vezes seguidas com a mesma aparência é muito improvável. Eu chutaria que é a primeira vez que isso acontece. Cuidado com os mercadores de seres sobrenaturais.
— Eles podem tentar. Vou matar todos que tentarem.
Ekom bebeu um pouco da bebida e fez uma careta.
— Gaa. Fecha as pernas.
Jonathan seguiu a ordem e ela sentou em seu colo. Trocaram alguns olhares e a bruxa colocou a garrafa no chão.
— O que está fazendo?
— Te examinando. Poderia tirar a camisa?
— Isso é mesmo necessário?
— Não, mas seria interessante.
Os olhos da mulher ficaram azuis e as pupilas afinaram, iguais às de um gato.
— Como era o nome dessa habilidade mágica? Esse corpo humano tem uma péssima memória. — disse Jonathan.
— Isso já era esperado, nós não lembramos nem de acontecimentos de décadas, muito menos séculos de vida. O fato de os vampiros terem memória fotográfica piora ainda mais a sua situação, pois a coleta de informações é muito maior. Não vamos nem falar dos sentidos sobrenaturais.
Ekom pôs as mão nos peito de Jonathan e olhou em seus olhos.
— O nome da habilidade é: Visão astral.
— É mesmo, agora lembrei.
— Que estranho, sua alma continua do mesmo formato. As memórias de vampiro são mais impactantes, mas sempre há uma ou duas memórias novas que te marcam mais do que as antigas.
A bela mulher pôs as mãos nos ombros do jovem e olhou bem fundo nos olhos dele.
— A única coisa que mudou foi a cor. Algo que era tão sem vida e pouco interagia com o ambiente ao redor, agora tem uma enorme mancha negra…. Mas ainda há esperança, há um pequeno ponto que revela a cor original dela. Eu ainda lembro como era a verdadeira cor antes daquele incidente. Dourada, a alma mais bela que já vi.
— Não há esperança para mim. Não consegui salvar ninguém e ainda me tornei o tipo de pessoa que mais odeio.
A mancha negra aumentou de tamanho mais e mais.
“Pelo visto está relacionado a tristeza. Um indivíduo amargurado sem nenhum objeto de vida. Ele chegou no fundo do poço quando não conseguiu salvar aquelas pessoas mesmo tendo poder para isso”.
— Vou começar a quebrar o feitiço, isso vai doer, muito mais do que qualquer dor física que possa ser infligida.
— Eu aguento. Tente não alertar a lançadora do feitiço.
— Essa magia é interessante. Para que ela não seja removida durante a restauração, o suposto “feitiço” é apenas uma ligação. Indivíduos ou objetos ligados não se separam mesmo após a morte. Mas o feitiço pode ser resolvido. O que minha irmã fez foi fazer uma ligação mágica sem feitiço, ou seja uma ligação comum. No fim, o feitiço é mais simples do que parece.
A bruxa ajeitou o rabo de cavalo e continuou:
— Existe sim um feitiço por trás, mas ele é apenas responsável por rastrear o indivíduo através da ligação. A pergunta que não quer calar é: porque não te acharam por todo esse tempo? Quantos anos você tem?
— Esse corpo tem 15 anos.
— 15 anos e não te encontraram?
— Há uma pessoa interferindo nisso tudo.
“Nós sabemos o que aconteceu 400 anos atrás. Não se preocupe, minha senhora vai apagar seus rastros e impedir que eles te encontrem até que você seja um adulto”. Jonathan se lembrou das palavras da mulher misteriosa que o salvou quando foi sequestrado.
— Quieto vou começar o feitiço!
Ekom pôs as mãos novamente no peito do jovem, se concentrou, inspirou uma grande quantidade de ar e soltou lentamente.
— Octrats Matriz njiacitouluts orts lakts diee.
As palmas das mão soltaram um brilho roxo.
— Gu… OoAAAAAAAAAAAAAAAAA!
— Eu te falei! Aguente só mais um pouco!
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
O brilho diminuiu gradativamente até se extinguir. O jovem de cabelos negros juntamente com a bruxa ficaram ofegante.
♦ ♦ ♦
Uma mulher negra de aparência e cabelos cacheados cortava cenouras enquanto cantarolava. Quando repentinamente deu pulo, como se tivesse se assustado.
— Aaah!
Uma mulher mais jovem que estava cozinhando se assustou com o grito repentino.
— O que foi isso, anciã?
A bruxa correu até uma sala cheia de objetos antigos.
— Não, não, não, isso não pode estar acontecendo.
A jovem a seguiu até o lugar enquanto a chamava.
— Anciã Zuri, o que está acontecendo?
A velha bruxa retirou um pano negro de uma mesa e pegou dois bonecos. Havia fios rompidos amarrados nos dois objetos.
— A ligação entre mim e o fundador Vladmyr, foi quebrada.
— Não, isso ruim. — disse a bruxa mais jovem, colocando as mãos sobre a boca.
— Isso com certeza foi obra de uma bruxa. Vamos torcer para que ele esteja vivo.
♦ ♦ ♦
— Minha parte do acordo foi cumprida. Meu tempo aqui é curto. — disse Ekom, levantando-se do colo do belo garoto.
Ela suspirou, ajeitou as roupas, pegou a garrafa de bebida e deu um gole.
— Como desfez a ligação? Ligações não podem ser quebradas.
— Simples, a ligação era uma ligação mágica, feita de pura magia, então usei um feitiço de absorção de energia mágica.
— Foi bem inteligente.
A bruxa deu um último gole e olhou no fundo dos olhos do jovem.
— Jonathan, não viva a vida que viveu no passado. Aproveite essa segunda chance. Isso com certeza foi obra de Deus ou deuses, sei lá. Não importa qual a origem disso, não foi coincidência. Seja feliz. Meu corpo já morreu a muito tempo e a pessoa que sou agora, vai morrer também. Então… Adeus.
O corpo da jovem bruxa caiu desmaiado. Jonathan não disse ou fez expressão alguma.
“Me desculpe por não sentir nada por você. Quando nos encontramos, eu já era esse fracasso de pessoa”.
— Gisele! — gritou a irmã mais nova e correu até a moça no chão.
O garoto começou a caminhar em direção a saída, mas foi interrompido.
— O que aconteceu com ela?
— A alma de sua ancestral deixou esse mundo.
— Então, ela morreu?
— Ela já estava morta a muito tempo, garota. Só permaneceu nesse mundo devido ao pacto de amarração que fizemos. O tipo de pacto que nós fizemos impede que sua alma deixe esse mundo sem completar sua tarefa e só é desfeito se as duas partes morrerem.
Ele continuou seu caminho novamente, quando estava prestes a sair, foi interrompido novamente.
— Nunca mais apareça aqui de novo, não quero me envolver com vampiros.
— Quando completar meu objetivo, garantirei que eles não te incomodem. — E desceu as escadas.
Saindo do bar, parou no meio da calçada e se localizou.
“A primeira parte dos preparativos já foi. Vamos a próxima. Mas antes, preciso fazer algo.”
♦ ♦ ♦
Uma mulher estava curvada com um de seus joelhos apoiado no chão. A sua frente, sua mestra mestra sentada em um trono.
— Minha senhora, eis o meu relatório. Jonathan quebrou a ligação com a bruxa que o rastreava.
— Fufufu. Eu já imaginava que ele faria algo assim. Fazendo isso, as coisas ficam mais difíceis. Estou ansiosa para saber como ele vai fazer para provar que é o verdadeiro Vladmyr.
A pessoa sentada estava com a cabeça apoiada no punho esquerdo. O lugar onde se encontrava seu assento era escuro, revelando apenas seus lábios carnudos e vermelhos.
— Quais são suas ordens, senhora?
— Não deixe que nada de ruim aconteça a ele. Nem vampiro nem humano, não quero que encostem um dedo no meu precioso.
— Sim senhora.
A mulher se levantou e caminhou até a saída. Enquanto sua serva se retirava, a mulher no trono de um pequeno sorriso malicioso.
— Nós nos encontraremos novamente em breve.
Aqui estão duas ilustrações de Jonathan crane.
Admito que o corte de cabelo da segunda ilustração é mais parecido. Mas o brilho e a roupa da primeira ficou é mais próximo de como eu imagino o Jonathan.