Reencarnação do Vampiro - Capítulo 13

Em um dia ensolarado, uma Van de entregas, da cor amarela parou em frente ao portão de uma casa. Um entregador desceu do veículo, foi até a porta traseira, pegou um pacote médio e foi até o os porteiros.

— Boa tarde, tenho uma entrega para Jonathan Crane.

— Pode deixar que eu entrego, já fui avisado sobre isso.

Depois de passar os dados necessários para o recebimento, o funcionário foi até a porta de seus patrões. Um belo jovem de cabelos negros, avistou o homem com o pacote em mãos.

Uma jovem moça ruiva estava preparando o almoço quando a campainha tocou. Quando estava prestes a ir atender, o rapaz passou apressadamente e disse:

— Eu atendo.

Gabriela não disse nada, já era imaginável que seria um assunto dele.

— Boa tarde, Jonathan, aqui sua entrega.

— Boa tarde, Zé. Muito obrigado por ter feito esse favor para mim. — O jovem agradeceu e pegou o pacote.

— Que nada, esse é meu trabalho.

— Mesmo assim, muito obrigado e bom trabalho.

— De nada, bom dia para o senhor também.

O garoto fechou a porta de madeira e inspecionou o pacote. As informações estavam corretas. Sem dizer uma palavra, subiu as escadas e se trancou no quarto.

— Perfeito, agora posso iniciar o próximo passo do plano.

O jovem pegou um canivete e cortou as fitas adesivas que embalavam a caixa. Ao abrir, havia uma esfera transparente de cristal. Uma objeto que certamente chamaria a atenção, pois era quase invisível. Não era uma transparência comum.

“Isso me custou 10 milhões. É por isso que poucas pessoas aprendem magia por conta própria. Pelo menos um dos motivos é esse”.

— Mana cristalizada, um objeto muito difícil de se encontrar na natureza. Os magos normalmente criam artificialmente. Conseguir um cristal natural foi difícil.

Dentro da encomenda também havia três papéis em formato quadrado, com símbolos desenhados com tinta vermelha.

“Essa é uma tinta especial que absorve mana. Ao absorver, a runa desenhada se ativa”.

— Pelo menos não vou precisar ir até o mercado comprar gelo.

— Não há nenhum manual. Como esperado, só um imbecil compraria isso se não soubesse os preparativos necessários para obter uma reserva de mana.

Jonathan foi até o banheiro, encheu a banheira, fechou a porta, usou os papéis, colando-os na parede, água e o terceiro colou em seu peito. A runa que ele havia colocado em seu corpo era para canalizar a mana.

— Não vai ser tão difícil quanto da última vez.

As runas brilharam, se tornado vermelho carmesim. A água da banheira congelou.

“No final das contas, absorver todo aquele conhecimento sobre círculos mágicos foi inútil”.

Existem três tipos de energia mágica conhecidas pelo mundo. Começando pela mais fraca: a mana. Essa energia é gerada pelos seres vivos, sejam eles plantas animais ou algas. Todos os seres viventes sem exceção geram mana.

A mana que acaba de ser gerada por um ser não pode ser usada para as magias pois ela ainda não está pronta para uso. É parecido com a energia elétrica, onde é necessário um elétron negativo e um positivo para gerar uma corrente elétrica.

Porém essa energia mágica não tem partículas negativas ou positivas, muito menos opostas. Para que a mana seja utilizável, é necessário juntar uma quantidade gerada por um ser, seja ele humano ou não, com uma certa quantidade de outro ser.

A mana gerada por cada indivíduo é diferente, tornando possível detectar a presença de outros seres pela origem da mana. Desde que seja a mana de seres diferentes se fundindo, a mana se torna utilizável.

Apesar de estar em todos os lugares, essa energia existe em grandes quantidades em lugares com muitas plantas e animais, porém a quantidade é menor em cidades.

A mana é uma energia transmutável. Mudando de forma a todo momento. Na natureza ela é semelhante a um eletrôn, que pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. A mana pode ter todas as formas possíveis até que o observador a detecte.

Isso acontece porque, é um tipo de energia que imita a mente de um ser, mais especificamente assume a forma que ele está imaginando. Quando alguém detecta a mana ela só é capaz de ver a forma que ela estava no momento da detecção, com essa imagem em sua mente, a mana imita sua mente, permanecendo na forma que foi detectada.

É como uma moeda girando no ar. Ela é cara e coroa ao mesmo tempo, pois não se pode afirmar que vai ser coroa e nem cara. Então, se uma pessoa pegar essa moeda, o cara ou coroa será definido. A observação da pessoa que está detectando a mana atua do mesmo jeito que segurar a moeda.

Por isso ainda há muitos mistérios na física quântica. Os cientistas devem descobrir sobre a existência da magia. Com isso, várias respostas virão automaticamente.

Isso é falho, pois se a mana tiver assumido forma de areia, a pessoa não conseguirá absorver essa energia, pois se tornou matéria. Por mais que a mana assuma todas as formas, ela ainda não se materializa desde que se conecte a uma mente.

Por isso, para obter uma reserva de mana dentro do corpo, um aprendiz de mago deve aprender a controlar sua mente, ignorando o externo, com pensamentos em sequência e ordenados.

Uma mente calma permite o controle dessa energia. Nada mais eficiente para se aprender a ter uma mente calma é, passando por situações extremas. Como o frio congelante.

Jonathan retirou a roupa, revelando um corpo sarado. Todas as manhã o jovem acorda duas horas mais cedo que o necessário para treinar.

A segunda energia mágica sendo ela mais forte que a mana, é: a energia mágica. Ela tem esse nome pois foi a primeira energia desse tipo a ser descoberta, o nome foi usado por séculos, então a sociedade sobrenatural decidiu dar uma nome diferente às novas energias, ao invés de trocar o nome das mais antigas.

Essa energia é usada por bruxas e feiticeiros. Sendo as bruxas ou bruxos, humanas que já nascem com o poder de controlar essa energia. Os feiticeiros são humanos que nascem comuns e decidem praticar magia.

A vantagem das bruxas é que elas podem controlar e moldar a energia mágica. Os feiticeiros podem apenas controlar, tornando impossível a execução de magias.

Os feiticeiros acharam uma maneira de moldar essa energia através de círculos mágicos. Um círculo mágico consiste de várias runas dentro de um círculo. Essa técnica funciona muito bem na ativação instantânea de magias, mas para ser aprendida, é necessário muitos anos de estudo, afinal o feiticeiro precisa memorizar por completo vários símbolos.

E por último, a mais forte. Energia mágica vampírica. O funcionamento é exatamente igual ao da energia mágica das bruxas, exceto pelo fato de que só vampiros podem usar essa energia. A energia mágica comum também é repelida pela energia dos vampiros.

A quantidade de energia necessária para usar um feitiço ou magia é reduzida pela metade, tendo 5 vezes a potência.

Essa energia é gerada dentro do corpo dos vampiros e não vaza dos mesmos. As habilidades sobrenaturais usam essa magia para funcionar e, ao contrário da energia usada pelas bruxas, a origem é conhecida.

Não se sabe de onde a energia mágica comum vem. A vampírica é gerada toda vez que os vampiros bebem sangue.

Jonathan tem guardado em sua memória cerca de três mil feitiços. Alguns aprendeu com bruxas, outros absorvendo a memória de feiticeiros.

O garoto pegou a esfera de mana cristalizada e jogou para cima, deixando-a cair no chão. O objetivo se despedaçou em incontáveis fragmentos, tornando-se pó. Os grãos emitiram uma luz branca e se espalharam por todo o banheiro, ficando invisíveis aos olhos do rapaz.

A runa na parede começou a brilhar. Aquele símbolo criava um campo energético que impede a mana de entrar ou sair.

Apesar desses papéis serem runas de feitiços, não podem existir feiticeiros que usam mana. As runas são desenhadas em um formato específico para moldar a energia mágica, criando diferentes efeitos para cada formato. Tornado obrigatório a existência de um alfabeto runico.

A mana não pode ser moldada por uma runa ao mesmo tempo em que está conectada a mente do um ser, limitando as possibilidades de um mago e dificultando a existência de feiticeiros.

Círculos mágicos só podem ser usados com desenhos e a mana utilizada deve ser a do ambiente.

O belo jovem quebrou a superfície congelada da água e entrou na banheira. Um arrepio surgiu por todo seu corpo.

“Com todos esses feitiços eu poderia ser o feiticeiro mais jovem e forte vivo, mas contra vampiros, é inútil”.

Feiticeiros são os usuários de magia mais fracos existentes, com apenas duas vantagens. Uma pessoa sozinha consegue usar um feitiço de larga escala, tornando uma exército de feiticeiros um problema. Eles também podem usar vários feiticeiros ao mesmo tempo.

A concentração que um feiticeiro precisa para criar um círculo mágico é muito grande, pois é necessário visualizar o círculo inteiro. As bruxas, por outro lado, precisam apenas moldar a magia e controlá-la. Com a ascensão da ciência, descobrir como as leis da física e os elementos químicos funcionam, tornam as bruxas ainda mais poderosas.

Mesmo que a mana seja mais fraca do que a energia mágica, os magos têm vantagem. A mana também pode ser moldada, dando uma velocidade de ataque mágica gigantesca. Mas esse não foi o único motivo pelo qual Jonathan escolheu a magia arcana.

A mana, quando concentrada em um órgão, membro ou objeto, sem ser moldada em um elemento, aumenta os atributos físicos, como: resistência, velocidade e força. O mago também pode aplicar um atributo na mana, dando mais resistência ou peso na mana concentrada em certos membros.

“Mesmo que o aumento de atributo físicos não seja equiparado as capacidade dos vampiros. A velocidade de ataque mágico, magias variadas e meu estilo de luta, um humano certamente pode sobreviver”.

— Fuuuuuu, que friiio.

“Concentrando-se, use a técnica de respiração que aquele caçador de vampiros criou”.

Nota: Quando criei esse conceito de respiração eu nem sabia que existia Kimetsu no Yaiba.

Jonathan começou a inspirar ar pelo nariz até o limite e soltar pela boca. Repetiu esse processo durante um minuto.

“Mantenha a mente calm… Perdi a sequência de respiração tenho que retoma…Espera! Mantenha seus pensamentos em ordem, pensando uma coisa de cada vez. Organização mental”.

Retomando a respiração, tentou inspirar pelo nariz e soltar pela boca ao mesmo tempo. Falhou algumas vezes até que conseguiu. Passados alguns minutos, seu corpo começou a ficar quente e o frio sumiu. Vapor começou a sair junto com sua respiração.

“……………… Esse é o segundo passo……… Qual é o próximo?……… O terceiro………. O terceiro passo consiste em viver uma vida normal do melhor jeito possível até atingir a maioridade……. Quarto……… Voltarei sociedade sobrenatural e derrubarei Faustos sem me revelar a todos………… Provarei a ele que mesmo sendo líder do clã, não chega aos meus pés……”

Jonathan começou a sentir algo encostando em todo seu corpo. As vezes tinha textura cremosa, depois gelatinosa, as vezes rústica.

“……….. Mantenha o focooo…… Isso é um sinal de que minha mente está calma…. Agora preciso fazer a mana assumir a forma energética”.

O belo jovem imaginou visualizou energia à sua volta. Em seguida, imaginou que essa energia estava entrando em seu corpo por todos os lugares.

A quantidade de mana depende de quanto tempo ela consegue manter sua visualização sem perder a concentração. Ele continuou absorvendo essa energia por meia hora. Uma pessoa bateu na porta de seu quarto e o chamou:

— Jonathan, o almoço já está pronto, sua mãe está te chamando. — A  voz pertencia a Gabriela.

O rapaz perdeu a concentração e a mana a sua volta foi repelida por causa da súbita perda de concentração. Vários objetos abstratos como pó pedras raras criadas apenas por mana e líquidos caíram na água.

Isso aconteceu porque a mana voltou a assumir todas as formas e foram detectadas pelos olhos do jovem, materializando essas formas. Jonathan agora podia ver, ouvir sentir o cheiro ou a “textura” da mana.

— Já estou indo, Gabi.

Se levantou da banheira e saiu. Se concentrou um pouco e água de seu corpo começou a evaporar.

— Pretendia absorver a mana por uma hora, porém não será necessário, eu já sou o mago mais poderoso do mundo.

Jonathan resolveu testar seus poderes criando uma chama em sua mão esquerda. Esse era normalmente o primeiro teste feito para saber se um aprendiz conseguia moldar a mana corretamente.

“Ao invés de visualizar o fogo fazer a mana se tornar fogo, vou imaginar o processo de combustão”.

Esse método pode parecer mais difícil, mas quando se entende como algo funciona, fica fácil mentalizar simulações. Depois, basta canalizar a mana no lugar desejado e imaginar o processo natural das coisas.

Uma chama acendeu em sua mão. Em uma explosão rápida.

“Se eu visualizar gás de cozinha como combustível, eu crio uma chama mais forte”.

O fogo ficou maior, mais quente e ficou da cor azul. O garoto ergueu a mão e criou uma bola de fogo. Após alguns segundos a chama se pagou. Ele caminhou em direção ao espelho e olhou sua imagem.

O belo rapaz circulou a mana por todo seu corpo, melhorando sua aparência. Seus cabelos longos, de beleza incomum, ficaram ainda mais belos. As imperfeições existentes diminuíram ou desapareceram por completo.

— Não chega nem perto da beleza vampírica. Mas admito que os produtos de beleza dessa era e a mana são uma ótima combinação. Minha beleza humana em minha vida passada era muito inferior mesmo depois de adulto.

…

Jonathan desceu as escadas e foi até a cozinha. Sua mãe cansada de esperar indagou:

— Que demora foi essa? Estou faminta!

— Desculpe, estava no banho.

— O que você passou no cabelo? Na verdade… você tá todo bonito e cheiroso. O que aconteceu?

— A senhora está insinuando que sou fedido? Tomo banhos todos os dias.

— Não hahaha. Eu não quis dizer isso hahahaha!

— O que sua mãe quis dizer foi. — Marcos chegou mais perto e completou: — Se você está pegando alguma gatinha.

— ….. Gatinhas? Ah, vocês estão falando de garotas. Não, garotas não me interessam.

— Nossa, filho, por que não nos contou antes que jogava no outro time?

— Não é isso, pai. Não vou me relacionar com garotas até terminar os estudos.

— Aaaaa, tendi… Então é só com garotos, né?

Jonathan ficou sem reação, apenas com uma cara de peixe morto.

— A hahahahahahahahaha. A cara dele hahahahahahaha, cara de paspalho!

— O senhor fala como um idoso.

— Não vem com essa! Você demorou um ano para entender o que é uma gatinha!

— É porque é gíria de vovô.

— Nem vem com essa moleque, você também fala como um velhote!

— Não, eu uso a linguagem formal. Não passa de uma maneira elegante de se expressar. A elegância deixa dá a um homem um charme ainda maior.

— Do que que cê tá falando, as meninas de hoje em dia só querem saber de Zé droguinha e de balançar a raba, meu fiiho! — exclamou Marcos, em um tom engraçado.

— Parem de tagarelar na hora da refeição! Cadê a educação de vocês?

— Eu acho que ela saiu pela porta.

Suzan direcionou um olhar assassino para seu marido, que tremeu na base.

— Eu tô brincando, minha rainha, sabe que te amo, né.

— Então comporte-se.

Jonathan olhou para seu pai e disse;

— Ficou com tanto medo que quase levantou desta cadeira e saiu correndo.

Suzan e Seu marido olharam sérios para o jovem. Marcus apontou o dedo.

— Você ouviu isso amor? Ele fez uma piada. — Com uma expressão perplexa.

Pra quem não lembra, o pai do Jonathan perdeu o movimento das pernas.

— Será que nosso filho foi abduzido?

Os dois olharam um para o outro e soltaram a gargalhada que estavam tendo tanta dificuldade para segurar.

— Hahahahahahhaha.

“Depois de tanto procurar, só achei o que queria depois de renascer. Eu agradeceria a Faustos se ele não tivesse me traído. Qualquer outra pessoa desistiria de voltar à sociedade sobrenatural, mas preciso protegê-los, proteger minha nova vida e, cumprir a promessa de nunca abandonar meus irmãos do clã Oblivion”.