Reencarnação do Vampiro - Capítulo 23
Jonathan acordou repentinamente com batidas na porta. Ao se levantar e olhar para o despertador, viu que eram sete da manhã.
Ao abrir a porta, viu Kassandra e Leandro parados em frente ao seu quarto.
— Por que estão me chamando tão cedo?
— Olha o que nós encontramos colado em um poste.
Kassandra ergueu um cartaz com a foto de Jonathan, com a palavra desaparecido escrito em cima da imagem.
O belo rapaz pegou o cartaz e leu o conteúdo.
— Não dei notícias a minha família desde que me transformei.
— Por que?
— Não pretendo mais ter uma vida humana. Como vou explicar para minha família que me tornei um vampiro? Eles podem até não aceitar muito bem esse fato. É melhor pensarem que estou morto. E eu também tenho outras coisas para resolver.
— Vai deixar seus pais no escuro? Sem respostas? — interrogou Kassandra.
— Pretendo contar a eles um dia, mas não agora.
— Bom, tanto faz. São seus problemas, sua vida, não vamos nos meter.
— Você que sabe, cara. — disse o rapaz atrás da garota.
— Os instrutores disseram que podemos faser missões, mas acompanhandos por um membro experiente. Vamos ver o que tem disponivel lá? — disse Kassandra.
— Tá, só deixa eu tomar um banho antes?
— Vai lá. Nós vamos te esperar na sala de distribuição de missões.
…
Jonathan foi até a sala de Aurora para pegar as roupas sob medida que ele pediu.
— Olá, jovem. Suas roupas estão ali. — apontou para um móvel branco com muitas gavetas. — Aqui, essa chave é para abrir sua gaveta.
O belo rapaz pegou a chave. Nela, estava escrito o número 8. Ele abriu o armário e pegou as roupas.
— Ali tem um provador.
O garoto se dirigiu até o provador, fechou a porta e se vestiu. As roupas que havia pedido, serviram perfeitamente, nem mais nem menos. A habilidade da costureira era realmente incrível.
O jovem vestia uma camisa social preta, calça e sapatos também sociais camisa e um sobretudo negro que ia até acima dos joelhos.
Ele só podia escolher uma peça por parte do corpo, então sacrificou os sapatos para ter o sobretudo.
— Com isso, estou bem vestido. — Saiu do provador elegantemente.
— Nossa, que gato. As vampiras vão grudar em você como ímã. — disse Aurora em tom sarcástico.
— Acredito que não. Considerando minha aparência e que a maioria das mulheres conheceram o fundador, mais tarde isso se tornaria estranho caso eu realmente fosse ele.
— As vampiras mais novas não ligam pra isso. Se eu fosse tão velha, também entraria na disputa.
— Aurora. — O rapaz disse com um tom serio, chamando a atenção da mulher. — Somos vampiros. Temos a maior das liberdades. Desde que não faça mal a ninguém, o que há de errado em fazer algo que queira?
— Então está me dizendo para seguir em frente?
— Não, estou apenas dizendo para não se limitar a algo bobo como a idade.
— Hmm. Obrigada pelo conselho.
O jovem de cabelos negros saiu da sala. Em um dos corredores, sua caminhada foi interrompida.
— Ei, você.
Ele parou e olhou para trás. Era Zuri, encostada na parede, de braços cruzados.
— Vem comigo.
O belo garoto a seguiu e entrou em uma sala.
— Você pode começar me dizendo qual o motivo desse teatro todo.
— Que bom te reencontrar também, pequena Zuri.
— Que bom que não decidiu se fazer de desentendido. Qual o motivo de você estar escondendo sua identidade?
— Não há como negar, sua habilidade mágica permite ver a alma das pessoas. E isso não posso esconder.
— Tem alguma coisa errada. O sinal, por que deu o sinal? Por qual motivo não pode se revelar para todos. E não precisava de sinal nenhum para eu manter segredo. Se você não disse nada, é porque tem motivo.
— Há um traidor entre nós.
— O Faustos? Ele é quem estava contigo na noite em que morreu.
— Como esperado de você. Muito perspicaz.
— Como um vampiro superior morre em batalha e o comum sobrevive? Qualquer um iria deduzir isso.
— Por que os outros também não suspeitaram?
— Faustos convenceu todos de que estava falando a verdade. O desgraçado deu um jeito de burlar o detector de mentiras e arrumou umas memórias falsas. Esse é meu palpite.
— Ele conspirou com o vampiro superior que me matou. Deve ter pedido para Vincent usar o controle mental nele.
— Minha intuição nunca falha.
— Qual foi a história que ele inventou?
— Disse que você lutou contra o inimigo, mas quando percebeu que não poderia vencer, ganhou tempo para ele fugir. Também disse que a liderança do clã foi passada a ele. Sendo sincera, parece o tipo de coisa que tu faria.
— Por um companheiro eu daria a vida sim, porém nunca deixaria o clã nas mão de quem não está preparado. Ele me traiu, Zuri. Sabe qual é a punição para quem mata o próprio criador?
— Morte permanente.
— Exatamente.
— Qual é o plano, então?
— Por enquanto, vou apenas me fortalecer e procurar aliados. Estou fraco, qualquer movimento em falso e eu morro.
— Você tem a proteção de um puro-sangue, não precisa temer.
— Não é tão simples assim.
— Tá, eu vou esperar. Como devo agir daqui em diante?
— Nunca nos conhecemos.
— Elisabeth e Sara sabem?
— Ainda não.
— Vai contar pessoalmente ou quer que eu faça isso?
— Deixe isso comigo.
— Ok.
— Vou indo. Tome cuidado, e lembre-se: nunca nos falamos.
Jonathan saiu da sala e foi até seus colegas. Ao chegar no local onde as missões eram distribuídas, avistou Kassandra e Leandro olhando uma espécie de caderno grande.
— Finalmente chegou. Tu caiu no banheiro, foi?
A garota deu uma olhada rápida em Jonathan.
— Não é isso. Essas roupas, você foi buscar na costureira, né?
— Fui.
“A habilidade de observação dessa garota é acima da média. Apenas um treinamento básico de padrões e artes marciais… Ela é muito mais habilidosa que eu. Parece até que nasceu para ser vampira”.
— Na maioria das vezes, você só precisa olhar antes de tirar qualquer conclusão, né, Jonathan? Isso pode ser fatal em batalha, e nem precisa ser experiente para saber.
“Vai ser interessante trabalhar com essa criança”.
— Tirar conclusões precipitadas é ainda pior do que fazer suposições. Mesmo se tiver certeza que algo vai acontecer por ter visto muitas vezes, sempre espere algo diferente. Se estiver preparado, o dano será menor… Na maioria dos casos. Experiência propria.
— Tá, agora vamos escolher as missões? Precisamos de dinheiro.
O homem sentado atrás da mesa, olhou Jonathan e disse:
— Deviam ter me avisado que havia um rank S no time de vocês.
— Rank S? — perguntou a garota.
— Existem vários tipos de rank. Poder, poder vampírico e etc. Mas você não pode ter dois ranks principais, certo? Então algum desses ranks deve determinar seu rank principal, sua posição dentro do clã. O rank de uma pessoa é determinada somando o poder geral com o poder vampírico.
— Se é assim, o rank dele devia ser algo como SSSS ou algo do tipo.
— Acredito que não, Kassandra.
— Você acha que tem algo a mais?
— Lins é um vampiro superior com 2 séculos de idade, mesmo assim é mais fraco do que a instrutora Valentine, que é uma vampira comum.
— Ela tem 6 séculos.
— Exatamente, a idade de um vampiro pode superar até mesmo a diferença de poder entre os níveis de vampirismo. Acredito que para ter um rank maior que o S, o requisito deve ser a idade.
— Exatamente. Porém a idade importa apenas no quesito poder. O que acontece se colocarmos o fator de evolução na jogada?
— Não vejo motivo para impedir um vampiro com 3 séculos de ter um rank maior que S só por causa da idade. Desde que ele tenha conseguido o poder necessário com o fator de evolução, não há motivo.
— É precisamente isso que fazemos.
O homem sentado atrás da mesa ajeitou seus óculos, que por ironia, ele não precisa usar.
— Vampiros sem o fator, treinam até atingir seu potencial máximo. Quando ultrapassam seus limites, se machucam e, claro, se curam. Ao se curar, ainda estão limitados pela idade. Porém aqueles que têm o fator de evolução, se machucam e, logo após se curarem, aumentam seus limites. Sendo mais preciso, ganham um século a mais de limite.
— Um século de limite? Achei que teria mais poder.
— Pense nesse limite como uma bolsa. Ao atingir o máximo de coisas que se pode pôr nela, ela aumenta de tamanho. Ao ter o tamanho aumentado, só terá outro aumento quando estiver cheia novamente. — disse Jonathan.
— O quanto exatamente é o limite por século?
— Uma pessoa só pode aumentar seu poder em 100%, ou seja, se você tem 100 mil, seu treinamento te permite adquirir mais 100 mil. Mas o fator de evolução permite aumentar esse limite toda vez que o quebra. Então, ao atingir 100% o vampiro em questão ganha mais cem por cento ao ultrapassar esse limite.
— E por que os vampiros puro sangue são os mais poderosos até hoje? Quem tem o fator de evolução devia ter superado eles a muito tempo.
— Existe um problema no fator de evolução. Voltemos ao exemplo da bolsa. Vamos supor que você quer testar o quanto essa bolsa pode crescer.
— Tá…
— Quando ela estiver grande o suficiente para caber um carro. E depois? Vai por o que? Dois carro, depois um caminhão? Suponhamos que consiga, vai colocar o que em seguida? Um prédio? Uma cidade, o planeta?
— É verdade, não há como colocar o planeta na bolsa. O que quer dizer, então é que depois de atingir um certo nível de poder, não há mais nada que possamos usar para quebrar nossos limites?
— Assim como não dá para colocar o planeta na bolsa, não conseguimos levantá-lo também. Esse é o problema do fator de evolução.
— Esse problema foi resolvido a muito tempo, já.
— Que? — questionaram os dois jovens, em uníssono. Jonathan apenas voltou seu olhar para o vampiro atrás da mesa.
O homem ajeitou seus óculos novamente e continuou.
— Com o avanço da ciência, a magia teve seus horizontes expandidos. Vocês dois podem não saber, mas a magia e a ciência são dois lados de uma mesma moeda. Quando se usa uma moeda em uma máquina de doces, se coloca a moeda inteira e não apenas um lado dela. Era o que as bruxas estavam fazendo no passado, e é isso que os cientistas fazem até hoje. Não os nossos é claro.
— Está dizendo que acharam um jeito de aumentar os limites de um vampiro infinitamente com magia? — indagou Jonathan.
— Basicamente. Um exemplo é a velocidade. As nossas bruxas criaram uma magia que transforma o chão em uma espécie de esteira. No quesito força física, apenas aumentamos a massa de um objeto. Mas, nem todos os clãs de vampiros tem isso, só nós e mais alguns. As bruxas não costumam se juntar com os vampiros, na verdade elas nos odeiam.
O homem pigarreou.
— Voltando ao assunto anterior. Vocês dois são rank A, então as missões disponíveis seriam aquelas que mostrei anteriormente, mas já que há um rank S no grupo, essas são as missões que estão disponíveis para novatos.
As últimas palavras foram ditas em um tão mais afirmativo, indicando que aquelas missões não eram realmente missões para rank S e A normais, mas sim para novatos.
Novatos de ranks mais baixos jamais poderiam ir nessas missões, por outro lado, rank S E A experientes jamais iriam em missões desse tipo por serem abaixo do seu nível.
Jonathan olhou o caderno e viu missões de vários tipos, desde assassinato até proteção. As missões de nível mais baixo, F, tinham como objetivo, proteger o cliente de ser assassinado por humanos.
Vampiros consideram esse tipo de situação algo bem fácil e não perigoso para se lidar. Tendo em vista que são imortais, podem facilmente servir como escudo de carne e também, usar seu sangue para curar os ferimentos do contratante.
Caso consiga capturar alguém vivo, basta que beba o sangue para saber quem está por trás de tudo ou usar o controle mental.
Os ranks mais altos têm os mesmos objetivos, mas os inimigos são vampiros. Nesse caso, as coisas começam a ficar mais sérias.
— Acho que devemos pegar uma missão de proteção de nível mais baixo e fazer isso várias vezes seguidas. Fazendo isso, conseguiremos dinheiro mais rápido. Lidar com humanos é mais fácil do que com vampiros. — disse Kassandra.
“Ela pensou o mesmo que eu… Não, eu pensei a mesma coisa. Ema já estava aqui antes, teve tempo para pensar na melhor alternativa”.
— Você tem um ponto. Se considerarmos que os humanos não sabem que somos vampiros, vão agir como sempre agem com outros humanos…
A vampira interrompeu o belo jovem.
— As munições deles serão ineficazes. Caso algo dê errado, sempre poderemos usar nosso sangue, se o cliente for ferido.
— Correto. Então vamos fazer isso, certo? Está de acordo, Leandro?
— A, se vocês acham que é uma boa ideia, por mim tudo bem.
— Então, vamos com uma missão de res…
— Sinto muito ter que acabar com a diversão de vocês, que aliás, nem começou, mas… Não vai dar não.
Um homem apareceu do nada e falou aquilo. Leandro ficou olhando com uma cara de bobo para a pessoa que acabara de aparecer.
— É… Por que tá me olhando assim?
— Por que não vai dar?
Leandro ainda tinha a mesma expressão de quem não entendia nada.
— Porque… Aconteceu algo grave com vários membros do clã. O líder deu a ordem para que ninguém que ainda permanece aqui saia em missão até segunda ordem. Ele também disse para todos se reunirem no salão principal.
…
Ao chegar no local designado, a equipe avistou uma multidão de pessoas reunidas. Parecia ter algum tipo de discussão entre os membros mais perto do trono.
— Quarenta membros, quarenta! Não foram quatro e nem quatorze, foram a porra de quareta membros! Isso é imperdoável, se deixarmos passar, os outros clãs vão começar a nos intimidar.
— E vamos fazer o que? Mandar irmãos para morrer? Essa mulher é muito velha! Sabe se lá quantos vampiros ela matou, a força dela deve rivalizar com a dos vampiros superiores de três mil anos ou até mais!
— Se mandarmos os membros mais velhos, talvez consigamos alguma coisa. Temos que tentar. Só não podemos ficar parados enquanto vemos ela matar nossos irmãos!
Faustos estava calado até que decidiu falar.
— Silêncio — disse de forma sucinta. Em um tom de voz baixo e calmo.
Todos se calaram e voltaram sua atenção para o atual líder.
— Conheci apenas uma pessoa que lutou contra Raina Lopes. Vladmyr, o fundador. Graças a sua habilidade, não foi acertado nenhuma vez. Porém, foi a primeira vez que vi ele tão desgastado de uma batalha. Aquela mulher conseguiu pressioná-lo ao máximo.
Autor: Sim. Isso é uma referência. Pesquisa ai: Rayna Cruz.
— Não sabia que ela era tão forte assim. O que vamos fazer então? Ficar sentados esperando que ela venha nos matar?
— A maioria dos membros mais fortes estão em missão. Mesmo se entrarmos em contato agora, vai demorar pelo menos uma semana até que todos estejam reunidos e os preparativos estejam prontos. Por isso tenho um plano B, mas tem um porém…
— E o que é esse porém?
— O plano consiste em alguém se sacrificar para ganhar tempo? Eu iria, mas se o líder acabar morrendo, será um golpe fatal para nosso clã. E não há ninguém qualificado para ser o líder agora.
Elisabeth cerrou os punhos e rangeu os dentes.
— Eu vou decapitar esse desgraçado.
— Se fizer isso, vai quebrar as regras. Imagina como nosso pai vai se sentir ao retornar e você estiver morta. Lembre-se, qualquer um dos novos membros pode ser ele. Presenciar sua morte pode piorar ainda mais o trauma dele e, caso tenha se curado devido às novas experiências, pode ser que isso volte. Se isso acontecer, não sabemos do que ele é capaz de fazer.
Sara disse isso enquanto segurava o ombro de sua irmã. Ela também sentiu raiva, mas pensou nas consequências antes de agir. Elisabeth sempre foi a mais impulsiva e raivosa. Sua irmã sempre a impede de causar problemas por impulso.
A vampira de cabelos castanhos suspirou e deu um passo para trás.
— Desculpa. Já conversamos sobre isso, mas eu odeio quando esse cara fala isso. Um péssimo líder e pessoa.
Ninguém se ofereceu para ser o sacrifício. Ao invés disso, ficaram apenas olhando para Elisabeth e Sara, mas ninguém teve coragem de falar algo.
Elas eram as pessoas com mais tempo de estadia do clã, além de serem as vampiras mais velhas depois de Helena. As duas eram gêmeas e foram transformadas ao mesmo tempo, portanto tem a mesma força.
Enfrentar duas anciãs de 838 anos agora não seria sábio. Além do fato de que eram de uma das hierarquias mais altas, abaixo apenas do líder e acima do conselho.
Porém o que mais preocupava, era o fato de que Helena com certeza iria ficar do lado delas. Essa mulher tinha mais de mil anos de idade. Quando um vampiro alcança os mil anos, algo muda no ganho de força, o tornando muito mais forte do que a maioria. Isso sem considerar o fator de evolução.
Graças a ela, que a maioria dos membros do clã também têm esse fator. Foi passado para Vladmyr, Elizabeth, Sara e para todo o resto. Além do fato de que a maioria dos vampiros mais velhos foram transfirmados por Elizabeth e Vladmyr.
Causar problemas com ela não seria sábio. Os membros criados por Vladmyr defenderiam as primeiras crias de seu senhor. Eles as viam como irmãs mais velhas. Mas Fautos pensava diferente.
Essas ações poderiam causar uma divisão no clã, enfraquecendo-o. As outras facções aproveitariam para acabar de vez com Oblivion.
“Ninguém vai se oferecer para ganhar tempo? Não posso julgá-los, todos sentem medo, mas cadê aquela história de se sacrificar pela família? Sou a mais forte de todos aqui. Caso eu vá, as chances de vencer são grandes. Se Vladmyr estiver entre esses jovens vampiros, vou dar uma chance a ele. É isso, vou me oferecer. É o mínimo que posso fazer por ele depois do que fiz aquele dia”.
— Eu vou. — Uma voz sem emoção, porém bela respondeu ao fundo.
Helena voltou o olhar para a voz, e viu a multidão dar lugar a um belo jovem, com as mãos nos bolsos, caminhando confiante entre a multidão, como um monarca.
— Mas o que? — disse ela incrédula.
— Você não pode. Se for nosso fundador, vai morrer antes que possamos saber. Está fora de questão. — respondeu o líder.
— Por acaso me ouviu pedir? Se não entendeu, vou ser claro. Eu vou. — disse Jonathan com um de voz afimativo.
— Seu moleque insolente! Tenha respeito com o líder e com os mais velhos!
O homem foi em direção ao belo jovem.
— Se der mais um passo, vai perder a perna.
— Quero ver você tentar.
O jovem vampiro direcionou seu olhar para o homem.
— Urg.
“Mas que porra. Quem é esse cara? Eu estou sentindo… Medo? Não há motivo para temer esse moleque, ele é só um novato”.
— Basta! — disse o Faustos.
O belo rapaz voltou seu olhar para Faustos. Ele manteve a cabeça erguida, seus olhos estavam calmos e sua expressão não mudou. Não apenas mostrou força de vontade, mas também mostrou confiança e calma.
Respiração calma, nenhuma alteração hormonal. Todos os vampiros perceberam isso e mantiveram-se cautelosos.
— O garoto nem sequer está sentindo medo diante de uma situação em que oferece arriscar a própria vida para ajudar seus irmãos. Ele é diferente, isso é inegável. Tenho confiança de que voltará vivo. Lembre-se de que não medimos o poder mágico dele, nem as habilidades com magia. Quem sabe o que ele tem na manga para usar contra ela? — disse um dos velhos do conselho.
O líder manteve-se calado por um tempo, até que decidiu responder.
— Bem, não temos informações sobre ela ter matado nenhum vampiro que usava magia. As artes mágicas dão um poder inimaginável para o usuário.
— Eu sei que o que mais preocupa vocês, é o fato de ela ter lutado contra todos os puro-sangue e ter sobrevivido, porém ela não matou nenhum deles. Talvez ele consiga ganhar tempo.
— Receio que estejam equivocados. — disse Jonathan.
— O que está insinuando, criança?
— Não vou ganhar tempo. Vou matá-la.
— Moleque desgraçado! Tá desmerecendo a gente! Se fosse tão fácil assim matar ela, nós faríamos agora. Olha o tanto de vampiros mais fortes e experientes do que você aqui!
Jonathan manteve-se imovel. Seu olhar continuava em direção a Faustos.
— Parece que vocês não entenderam ainda.
Os olhos do belo garoto ficaram vermelhos e ele liberou toda sua aura de cor roxa. As paredes e o chão começaram a tremer e rachar.
— O que demonstrei na avaliação não foi nem sequer um por cento do meu poder. Não gosto que me digam o que posso ou não fazer, baseado em seus conhecimentos limitados.
Todos os vampiros que mostravam hostilidade, cuspiram sangue. Ao recolher sua aura, olhou em volta e viu o chão coberto de sangue.
— O que usei contra Lins, foram truques simples que qualquer idiota saberia fazer. Pobres ignorantes, ao invés de tentar entender algo, preferem acreditar que aquilo é o que acham que é. Acreditando que os conceitos que criou com o conhecimento limitado de vocês seja exatamente os mesmo que regem algo ou alguém.
Todos os vampiros se machucaram devido a pressão emitida pela aura de Jonathan, porém os humanos e bruxas estavam ilesos.
Arthur, o mago do clã, tinha uma expressão incrédula e pavorosa em seu rosto.
— Enquanto estava liberando sua aura, foi capaz de lançar magias de proteção em alvos determinados. Sua habilidade com os sentidos sobrenaturais deve ser incrível para conseguir saber quem demonstra hostilidade.
— Tudo bem. Eu permito que vá. Mas fique sabendo que se entrar em uma situação de vida ou morte, não iremos te ajudar.
— Não se preocupe.
— Traga a cabeça dela até mim.
O belo jovem não respondeu.
“Vou fazer o que quero. Você nãome da ordens”.
Jonathan para os corpos dos vampiros mortos por Raina Lopes e partiu em silêncio.
“Posso não me importar com vocês, no entanto isso não muda o fato de serem meus irmãos. Era por esse tipo de oportunidade que estava esperando, não é, Faustos?”
O belo jovem partiu em busca de completar sua missão.