Reencarnação do Vampiro - Capítulo 29
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- Capítulo 29 - A verdade por trás do vampirismo. Parte 2
— A energia mágica comum é produzida durante os processos de fusão nuclear do sol. Sim, ela é proveniente da nossa querida estrela da manhã.
A mulher deu uma leve pausa para garantir que seus alunos acompanhassem a explicação.
— Inclusive, a causa pela qual os lobisomens têm surtos de transformação durante a lua cheia, é por causa de uma alteração que essa energia tem ao entrar em contato com os elementos químicos que compõem a lua.
Amy deu uma pausa, olhou para toda a classe e continuou.
— O terceiro tipo é a energia mágica vampírica. Infelizmente não há muito o que dizer sobre ela. O truque está em como o vampirismo utiliza essa energia e não em como ela funciona. O funcionamento é exatamente igual a magia comum, porém nossa energia é mais forte e mais difícil de se controlar, no entanto é mais estável. Ela não pode ser controlada e nem moldada por alguém que não é vampiro. Algo curioso sobre essa energia, é que ela repele a magia comum, nos tornando imunes a qualquer feitiço de bruxas humanas. No entanto, como nem tudo são flores, essa característica é também o motivo de nossa fraqueza.
“Se nossa magia repele a energia mágica comum, que é produzida no sol, então o fato de ficarmos fracos ao nos expormos à luz do dia é uma consequência disso”.
O belo jovem levantou a mão.
— Sim, Jonathan. Tem alguma dúvida?
“Agora resolveu participar, é?”
— Se a magia vampírica repele a energia mágica comum, o motivo pelo qual ficamos fracos ao sair no sol é o atrito entre essas duas magias? Se minha teoria estiver certa, a luz do sol não é nossa fraqueza e sim a magia que emana dele.
— Sim e não. Vamos lá, depois dessa aula, a próxima que teremos, será sobre sobre magia, como surgiu, funcionamento exato e etc. Mas vou dar uma palhinha do que vem a seguir. Querem ouvir?
Uma das alunos levantou-se e disse:
— Quem não gostaria de saber como a magia funciona? Todo o conhecimento que temos são de livros, séries e jogos de fantasia. Queremos saber como ela realmente é.
— Certo, vamos lá. Existem muitos tipos de energia no universo, a magia é só mais uma delas. E como já era de se esperar, ela também tem suas próprias características. Vou citar as duas mais importantes. A primeira é um estado inicial e primordial, que nós bruxas chamamos de energia morta, ou como os humanos preferem chamar: energia escura.
“Isso é incrível, com esse conhecimento eu posso…” Pensou Jonathan.
Uma comoção se iniciou e em segundos, a sala ficou barulhenta.
— Ahem. Calma, não se afobem, tenho mais coisas a dizer.
Com apenas poucas palavras, Amy conseguiu que seus pupilos fizessem silêncio.
“Finalmente aprendeu o que eu sempre tentei te ensinar. Não é necessário impor respeito. Isso é algo que se conquista desde o primeiro contato. A forma de agir na frente das pessoas influencia como elas te enxergam, tornando-as mais favoráveis a te escutar, seguir e obedecer ordens.”
Jonathan olhou para a direita e viu Leandro, que logo percebeu e fez um sinal de joinha.
“Demonstrar confiança a cada ação e palavra, passa segurança e inspira todos aqueles ao seu redor, fazendo-os te seguir sem objeções. Essa é uma técnica que criei após observar o comportamento de uma pessoa depois de ter absorvido as memórias de centenas de pessoas. A técnica da manipulação sem controle mental”.
O belo rapaz olhou para Amy.
“Você evoluiu muito, garota. Aprendeu a ser confiante com Elisabeth e com Sara, aprendeu a passar uma boa imagem mesmo agindo com seriedade”.
— Nesse estado inicial chamado energia morta, essa energia não interage com absolutamente nada. Mas ao encostar em alguma partícula, como o fóton, por exemplo, a segunda característica dela se manifesta. Ou seja, a capacidade de imitar as ações e ao mesmo tempo, se transformar em outras partículas.
Amy gesticulou com a mão direita.
— Ao se transformar na partícula em questão, toda a quantidade de energia restante que está ligada a ela, devido a uma outra característica que a magia tem. O efeito manada ou efeito coletivo. O que acontece com uma pequena parte daquela energia acontece como toda a quantidade existente que esteja ligada aquela parte isolada da energia. Ou seja, um átomo faz o que acontece com um átomo, acontece com todos os seus… “Amigunhos”. Quan… Cof cof cof…
A professora tossiu por alguns segundos.
— Desculpem, acabei me engasgando com a saliva, cof cof. Voltando ao assunto. Quando a magia entra em contato com essa partícula, vamos utilizar o fóton como exemplo. Toda essa quantidade isolada de energia se transforma em luz, então, como a luz é um tipo de radiação, ela se propaga pelo espaço e chega aqui na terra.
— Então a energia mágica acaba se transformando em fótons e vem em direção a terra. Se minha dedução estiver certa, a luz do sol é realmente nossa fraqueza, porém apenas a versão mágica dela. Pelo que entendi, o sol emana dois tipos de luz. A luz “comum” e a energia mágica transformada.
— Sendo mais específica, existem duas versões de tudo o que é gerado no sol. Eu esqueci de mencionar antes, mas a energia mágica não só pode se transformar apenas em partículas, como também ondas. Ou seja, além da luz que os humanos conseguem ver e detectar com seus equipamentos, há também sua versão mágica, que os humanos conseguem ver e detectar, porém não conseguem diferenciar. Se um fóton comum e um mágico fossem detectados um ao lado do outro, os humanos nem sequer iriam notar, pois a energia mágica se transforma completamente no que toca.
— É por isso que a humanidade nunca descobriu sobre a existência da magia. Está tão debaixo do nariz, que não se dão conta. E nem sequer pensam em buscar saber sobre, pois os fanáticos religiosos, mitologias antigas, lendas e obras de fantasia tornaram esse conceito algo tão distante da realidade deles, que se alguém disser que acredita na existência de tal coisa, se torna uma piada. — disse Jonathan.
— Boa observação, parabéns! Viu como não é difícil participar da aula?
O belo jovem apenas ficou em silêncio,com a mesma cara de tacho de sempre e manteve o contato visual.
— Agora voltando a sua pergunta. Sim, nossa fraqueza é em relação a luz mágica. Mesmo estando transformada em fótons, magia ainda é magia e a transformação é temporária, ao entrar em contato com qualquer outra coisa, assume a forma do objeto em questão. Antes que me façam essa pergunta. Eu sei que em teoria, nós nem deveríamos conseguir respirar, já que a energia mágica se transforma em qualquer coisa, o ar também devia ter sua versão mágica, mas. Devido a essa energia ser muito nova, assim que ela surge, já se torna luz e vem para a terra, então ela ainda está em um estado muito… “Eufórico”.
A professora fez sinal de aspas com as mãos.
— A energia mágica que está ao nosso redor, é muito diferente da que está vindo do sol agora. Nesse estado, ela nem sequer pode ser usada por ninguém, caso contrário a pessoa seria desintegrada. A luz comum bate em uma superfície e é refletida para outros lugares, é por isso que nós enxergamos os objetos, porque a luz bate neles e é refletiva para todos os lados. Nossos olhos captam essa luz e com isso, podemos ver. Porém com a energia mágica é diferente. Ela não pode ser refletida. Isso está relacionado com os condutores mágicos.
A mulher se desencostou da mesa e começou a andar de um lado a outro enquanto enquanto gesticulava.
— Objetos que conduzem a energia mágica não existem na natureza. Pelo menos não em sentido químico. O que quero dizer, é: não existe uma composição química que tenha propriedades condutoras de magia. Condutores são criados a partir do contato contínuo entre qualquer material com a magia. Vocês já pararam para pensar qual a idade da terra? Sabendo ou não, esse tempo é bem menor do que o do sol. Ou seja, desde que nosso planeta existe, está exposto ao sol. O que obviamente o torna um condutor mágico gigantesco, certo, turma?
— An… Sim? — Respondeu um dos alunos.
— Não. Apenas a superfície do planeta que se tornou um condutor. As camadas mais interiores tem um contato bem pequeno com a magia. Acho que já deduziram o que acontece em seguida. Toda a energia é absorvida pelo planeta, mas devido a quantidade ser muito grande, ao anoitecer, toda essa magia é liberada e se espalha por todos os lados. Ao encontrar a energia mágica que já estava aqui, a quantidade recém chegada se junta a que tem mais tempo de “estádia”. Assumindo o mesmo aspecto e efeitos da energia mágica que usamos.
Amy deu uma pausa longa, puxou e soltou uma quantidade considerável de ar.
— Quando esse estado de agitação passa, ela se iguala à energia que já está aqui, essa magia já pode ser utilizada em nós etc, etc. Porém, por algum motivo a característica de se transformar e imitar o comportamento de tudo o que toca, sofre uma grande alteração, e, tenho que complementar aqui: essa característica se manifesta por ter se juntado à energia que já estava aqui. Enfim, agora, essa característica de imitar tudo que toca só se manifesta ao entrar em contato com uma coisa…
A professora fez um olhar de suspense.
— Aquilo que há em quase todos os seres vivos… A mente. Esse fator, combinado aos condutores mágicos, é o que fazem nós, bruxas, existirmos. A diferença entre uma bruxa e um humano é apenas o quanto fomos expostos à energia mágica enquanto ainda bebês nas barrigas de nossas mães.
“Agora tudo faz sentido. Eu fui um dos primeiros a apoiar a ideia de que bruxas eram humanas, porém nascidas com o dom do controle sobre a magia. Isso contribuiu para que as bruxas da convenção imortal se juntassem a mim e meu clã”
— Como expliquei antes, a energia mágica manifesta o efeito coletivo em outras quantidades de energia ligadas a uma quantidade específica, né ? Vou explicar melhor. Se temos uma quantidade com 5 pontos de energia e uma com 3 pontos. O que acontece com um ponto da quantidade três só afeta os outros dois pontos restantes. Se um ponto da quantidade 5 sofrer uma alteração, os outros quatro pontos vão mudar junto, mas nenhum ponto da quantidade 3 irá mudar. A não ser que eles se toquem e se fundam, se tornando uma quantidade com 8 pontos de energia.
— Ok, professora, mas tem uma coisa que estou com dúvida: Quer dizer que o corpo humano também pode se tornar um condutor mágico caso seja exposto continuamente à magia, mas isso só vale para bebês no útero? — perguntou uma aluna.
— Sim. Algumas pessoas que não nasceram bruxas acabam desenvolvendo habilidades mágicas por excesso de exposição. Falo sobre elas depois. Mas, sim, não há como ser um bruxo se não tiver nascido um. Bom, tem sempre a possibilidade de desenvolver um câncer, também, então o protetor solar é importante sim. Eu diria para usarem, mas vocês não precisam.
“É verdade, ainda tem as habilidades mágicas. Descobriram uma explicação até para elas. Cada dia que vivo nessa era, me impressiono mais”.
— Explicando definitivamente nossa fraqueza a luz do dia. A energia mágica vem em direção ao planeta na velocidade da luz, em um estado potente e instável. Me digam, se a magia vampírica repele a magia comum, o que acontece?
Jonathan levantou a mão.
— Nosso sangue ferve.
— Correto! — disse em um tom de incentivo. — Devido a quantidade de energia vinda do espaço ser muito grande, o que acontece é que nossa energia tenta repelir a magia comum, no entanto, pelo fato da quantidade da magia do sol ser maior, acaba acontecendo o efeito contrário . O atrito entre as duas energias é tão grande que a magia vampírica se agita. A pressão em magia é tão grande, que nosso sangue não consegue voltar a forma energética de forma eficiente, consequentemente, nossa regeneração para de funcionar, a força física diminui pela metade e ao ficarmos cansados, não nos recuperamos da fadiga. Mesmo que a magia vampírica seja mais forte, se a energia mágica estiver em maior quantidade, a vantagem é da magia comum, entendam isso de uma vez por todas.
— E é por isso que nós, bruxas vampiras, somos tão poderosas. Quando uma bruxa se transforma em vampira, ela perde por completo seus poderes, pois a energia mágica que havia dentro de seu corpo é jogada para fora pela magia vampírica, não só isso, nosso corpo perde toda a capacidade de conduzir a magia comum. Para recuperar nossas habilidades mágicas, aprendemos a controlar a magia vampírica.
Amy ajeitou novamente os óculos e colocou uma mecha de cabeça atrás da orelha.
— Sendo vampiras, temos agora a possibilidade de controlar e moldar essa energia. Além do fato de sermos bruxas, o que nos dá vantagem no controle mágico. E claro, a imunidade que os vampiros tinham em relação a nossas magias, não existe mais, além é claro de também ganharmos imunidade contra as magias de outras bruxas que não são vampiras. Por isso nenhum clã nos ataca mesmo quando fazemos algo que os incomoda. Se fizerem, morrem. O poder do nosso clã é muito grande dentro da sociedade sobrenatural em grande parte pela nossa presença, pois feitiços que dão vantagem, agora podem ser aplicados nos corpos dos vampiros.
Amy parou, olhou para seus alunos e continuou.
— O poder que nosso clã tem, não foi conseguido através de planos ou conspirações. Nos juntamos a essa organização porque presenciamos a bondade e o senso de justiça do fundador Vladmyr. Eu não estava lá quando aconteceu, mas… O sacrifício que nosso soberano fez por nós no dia em que não tínhamos apoio nem daqueles que se dizem humanos e seguidores de Deus… Não tem preço. Ou melhor, tem sim. Ele pagou muito caro por isso. O sangue derramado nunca mais voltará aos corpos dos quais foram brutalmente tirados. Nosso mestre perdeu a única coisa que ainda o mantinha próximo da humanidade que abdicou. Tudo isso por bruxas, que éramos consideradas concubinas do Diabo e, ainda por cima, o tratavamos mal. Mas ele nunca acreditou nisso. Depois de tanto nos proteger e ajudar, sabe o que pediu em troca?
A professora olhou para todos da sala esperando uma resposta.
— Nosso soberano não pediu nada em troca depois de 14 anos nos protegendo. A única coisa que pediu e nem sequer foi em troca da proteção que nos deu, foi para que nós criássemos uma tatuagem que não precisava ser refeita todas vezes que um vampiro perdesse um membro.
Amy se curvou e apoiou as duas mãos na mesa.
— Não era um objeto mágico para dar vantagem em relação aos outros clãs que estavam surgindo com grande força, não era uma arma ou um jeito de anular as fraquezas na luz do sol, não! Ele apenas queria que todos seus irmãos pudessem levar o brasão de sua família marcado em seus corpos. Que aliás foi um pedido de todos os membros daquela época. Mesmo que minhas ancestrais desconfiassem dele, o tratassem mal e o discriminassem, ele ainda as protegia dia e noite incessantemente.
A mulher suspirou e continuou.
— E no final, a única coisa que exigiu como pagamento pela proteção… Foi para que tentássemos nos esforçar e entender que alguns vampiros só são ruins por escolha e não por serem o que são. Depois de seu sacrifício, de sujar suas mãos por nós apenas por bondade. Decidimos que se quiséssemos mudar o mundo e proteger nosso povo dos maus vampiros, deveríamos nos juntar a ele.
A expressão no rosto dos alunos era de completa admiração.
— O que eu quero dizer, é. Nosso clã não tem todo esse poder por ter buscado por isso, ou ter feito coisas horríveis para tê-lo. Muito pelo contrário, nosso clã só detém tal poder por causa das boas ações do fundador. Nossa força foi conquistada. Quando o nome Oblivion é citado, o que vem à cabeça de todos na sociedade sobrenatural é poder.
A mulher fez um breve silêncio.
— Muitos sentem inveja, mas nós sentimos satisfação. Pois se nosso nome representa nosso poder, e isso foi conquistado com bondade e honra, então o nome Oblivion representa essas duas qualidades. Por isso temos requisitos para a entrada de novos membros. Somos uma família! Em épocas passadas, cada família vinha de uma casa e cada casa representava um ou mais princípios. Bem, é isso o que eu tinha a dizer. Nunca deixe o poder corromper seus corações. Pois mesmo que sejam nossos irmãos…
O tom de voz mudou para mais agressivo.
— Qualquer ação que minimamente manche o legado de Vladmyr Vangreat, resultará na morte verdadeira. Não importa qual membro desse clã seja, nós iremos fazê-lo pagar.
O tom de voz mudou para calmo.
— Agora voltando ao assunto anterior. Quem quiser, pode perguntar algo para mim.
Jonathan sentiu vergonha e arrependimento pelas ações do passado.
“Você está errada garota. Eu perdi minha humanidade por causa da vingança. Ao sucumbir ao ódio e culpar a todos pelo pecado de um só, cometi o mesmo erro que as bruxas. No final, acabei me tornando o monstro que aquele homem queria que me tornasse. Está orgulhoso de mim agora…….. Pai”.
— Professora. Se as bruxas vampiras são tão poderosas, por que os outros clãs não dão um jeito de fazer algumas bruxas se juntarem a eles?
— Os vampiros são odiados por todo mundo. Principalmente por bruxas, por muitos motivos. Eles obrigavam ainda obrigam meu povo a executar magias para seus fins egoístas. Opressão, assassinato e o principal, muitas de nós os consideramos aberrações por violar a lei mais importante da natureza… Todos os seres vivos devem morrer, ou tudo o que vive, morre.
“Essa garota refere-se a si mesma como parte dos dois lados. Nada mais do que uma híbrida de vampiro e bruxa para compreender ambos. Somos odiados com motivo, porém todo mundo esquece o fator individualidade e culpam a todos pelos erros de alguns. Por isso criei todas as leis desse clã. Não para mostrar que somos diferentes, mas para sermos de fato muito diferentes dos outros vampiros “. Pensou Jonathan.
— Então por que decidiram se transformar em vampiras? — questionou uma das alunas.
— A maioria das convenções de bruxas odeiam os vampiros, mas as bruxas da convenção imortal deixaram esse ódio de lado há muito tempo. As coisas são como são, não por causa de uma lei que dita que a vida deve morrer. A vida é um ciclo. Todo ciclo tem um começo, um meio e um fim e os seres vivos também fazem parte deste ciclo. A não ser que seja um ciclo em loop.
A professora gesticulou, apontando os dedos para cima em forma circular.
— O que faz sentido, afinal a vida sempre começa, vive e morre, dando origem a outra vida, ou seja, um recomeço. A vida é uma coisa só, vida é vida, mas os seres que surgem dela é que são diferentes. Não existe uma lei que diz que tudo o que está vivo deve morrer. Existe uma lei que diz que tudo o que tem um início deve ter um fim, isso se reflete na matéria física e, consequentemente, na vida.
A mulher ajeitou os óculos.
— Antes de terminarmos com esse assunto, tenho que deixar uma coisa bem clara. É algo relacionado a energia mágica. As bruxas são imunes ao controle mental. O motivo é, bom, quando um vampiro utiliza o controle mental, ele está utilizando magia vampírica. Como a quantidade de energia mágica que o controle mental utiliza é muito menor do que a quantidade no corpo da bruxa, a energia mágica vampírica acaba sendo repelida, anulando a habilidade, entenderam?
— Sim!
— Acho bom. Ponham isso na cabeça de vocês. Se tentarem controlar a mente de qualquer bruxa, vão acabar tendo problemas. Seja falhando em suas missões, estragando o fator surpresa ou até vazando informações sensíveis. Não aceitaremos fracassos por não saberem o básico!
O tom de voz da mulher mudou de formal e didático para rígido e opressor, como um general.
— Bem, tendo explicado o básico, vou lhes revelar a verdade por trás do vampirismo.