Reencarnação do Vampiro - Capítulo 8.1
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- Capítulo 8.1 - Memórias de um passado trágico. Parte 1
Em uma noite de lua cheia, uma família jantava feliz.
— Pai, porque você está tão feliz hoje?
— Hoje o dia foi lucrativo! Vendi 40 espadas para o lord.
— Nossa! Que bom, querido.
— Mas pai, o senhor disse uma vez que uma espada vale 60 ovelhas.
— Sim, elas valiam isso, agora valem mais. 65, mas como sou o único que sabe como forjar espadas nessa região, eu cobro 70 ovelhas.
— Então… pelas minhas contas o senhor recebeu 2.800 ovelhas. An? Onde o senhor vai guardar tudo isso e, ele tinha todas essas ovelhas para te pagar?
— N-não tinha mas… espera, quem te ensinou a fazer contas? Eu não sei e nem sua mãe.
— Foi aquela mulher de cabelos lindos e vestido caro. Ela me ensinou adição, subtração e multiplicação. Ficou faltando a divisão, que é a mais complicada. Ela disse que me ensinará na próxima vez que nos encontrarmos.
— Aquela mulher ruiva?
A garota assentiu com um aceno de cabeça.
— Eu já te falei pra não chegar perto daquela mulher, não foi? Ela é uma bruxa. Tem ligação com o Diabo!
— Não é verdade, ela é uma pessoa muito legal. Nosso vilarejo só não foi afetado pela fome porque ela doa comida para todos!
— Quem aceita ajuda dos servos de Satanás também se tornam servos dele!
— Mentira! As pessoas só falam isso por causa da cor do cabelo dela! Mas isso é coisa de gente burra. Ninguém tem prova de que ela é uma bruxa!
— Eu tenho! Ela não envelheceu desde a primeira vez que eu a vi.
— Como assim, querido? Do que está falando? Você conhece ela? Está me escondendo algo de mim?
— Foi a muito tempo, eu era apenas uma criança.
— Como você pode se lembrar se era apenas uma criança? Você deve estar ou se confundindo.
— Ela não é o tipo de pessoa que você esquece. Eu lembro de tê-la observado como se só ela fosse visível. Ela parou no meio da rua para falar com algumas pessoas.
John Apoiou suas costas na cadeira e continuou:
— Eu me lembro de estar no meio de outros garotos quando ela repentinamente olhou em nossa direção. Aquela mulher olhou para mim e deu um sorriso gentil. Todos os outros garotos mais velhos ficaram com inveja. Eu era muito novo e inocente, então, eu entendi o motivo deles terem ficado tão bravos comigo.
— Só o que eu vejo é um homem louco que viu uma mulher bonita na infância e não consegue tirá-la da cabeça — disse a esposa.
John bateu na mesa e disse com raiva:
— Eu não sou louco!! Sei o que vi, ela não envelheceu desde aquele dia.
O homem suspirou escorou-se novamente na cadeia e disse:
— Chega desse assunto. Bom, sobre a sua pergunta, filha, o lord não me pagou com ovelhas pois não tinha o suficiente. Mesmo que tivesse, a situação atual da agricultura não ajudaria. As pessoas estão passando fome por causa disso.
— O que você recebeu como pagamento? — perguntou a esposa.
— Terras! Desde a entrada desta vila até o final dos campos de arroz — John deu um sorriso orgulhoso e completou:
— Isso é incrível, mas querido, essas terras não estão produzindo como antes, o valor não é mais o mesmo.
— É exatamente por isso que ele me pagou com elas. Essas terras valiam muito mais do que isso. Agora ela não está tão prospera, mas quando esse clima maldito passar eu vou fazer muito dinheiro com elas. Por enquanto vou fazer dinheiro coletando tributos.
— Certo, certo. Terminem de comer, se não, vai esfriar.
Toc toc toc.
— Quem poderia ser a essa hora?
John levantou-se da cadeira e foi até a sala.
— Quem é?
A pessoa atrás da porta ficou em silêncio por alguns segundos até que, uma voz masculina respondeu.
— Olá, preciso de ajuda.
“Não reconheço essa voz”.
— Qual é o seu nome? — perguntou John.
— É… minha esposa precisa de ajuda.
O Ferreiro pegou uma espada que estava pendurada na parede.
— Eu te ajudo com a sua esposa, mas você tem que me dizer o seu nome.
O homem atrás da porta ficou em silêncio.
— Ei, você ainda está aí?
— Que se dane. — disse o homem atrás da porta, com uma voz impaciente.
A porta foi arrombada e lançada com uma força descomunal.
John conseguiu desviar da porta arremessada.
Um homem de cabelos loiros e olhos azuis entrou tranquilamente pela porta, exalando confiança olhou ao redor.
John correu em direção ao invasor e tentou acertar um golpe em Matt.
O vampiro usou seus sentidos vampíricos e viu John se movendo lentamente. Em velocidade sobrenatural desviou do golpe, agarrou a mão do homem e deu uma cotovelada em seu rosto.
Por causa da dor, largou a espada.
Matt o segurou pelo colarinho e o jogou em direção ao fundo da sala. Pegou a arma no chão, foi até o homem caído e cortou levemente a testa de John. Largou a lâmina agachou-se e disse
— Você é um ferreiro, não um cavaleiro. Sua função é criar espadas, não usá-las em batalha.
Os olhos do vampiro ficaram vermelhos e em seguida agarrou o pescoço do Ferreiro.
— Um demônio!! — disse John.
— Não, eu não sou um demônio, mas garanto que se eles existirem, serão o menor dos seus problemas.
— Fujam!!
A filha e a esposa do aldeão correram em direção à saída.
Matt olhou surpreso para as duas pessoas atrás dele.
Então eram três pessoas. Você estava certa, Marie.
Quando elas estavam prestes a sair, uma mulher bloqueou a saída.
— Surpresa! — disse a vampira na porta.
Ela deu um chute na barriga da mãe fazendo-a rolar no chão.
— Eu disse que eram três pessoas.
A garota tentou correr, mas na cozinha, Marie estava em sua frente.
Ela deu um tapa na menina, lançando-a contra a mesa, destruindo o móvel.
A mãe avançou em direção a vampira para proteger sua filha.
— Não encoste na minha filha!
Alice pegou nos cabelos de Marie e tentou puxar, mas a mulher se manteve imóvel.
— Não encosta no meu cabelo!
A Marie pegou Alice pelo pescoço e a lançou de costas no chão.
Marie sentou em cima de Alice e disse:
— É isso o que acontece com quem encosta no meu cabelo sem a minha permissão.
Os olhos dela brilharam em vermelho e seus caninos tornaram-se presas. Mordeu o pescoço de sua vítima com violência, estraçalhando a carne.
Alice soltou um grito estridente por alguns segundos até seu pescoço se quebrar, fazendo o som de quebrar de ossos.
Matt usou o controle mental no homem indefeso.
— Não fuja e não tente nos atacar. Fique parado e não saia do lugar em que eu te colocar.
O homem loiro levou John até a cozinha pelo pescoço e o jogou no chão.
O Ferreiro viu Marie em cima de sua esposa, bebendo seu sangue.
A vampira parou de se alimentar, limpou seus lábios e disse:
— Eu deixei a garota para você, sei que você gosta de sangue jovem.
— Alice! O que você fez com ela?
— Eu bebi o sangue dela, não tá vendo?
John olhou para o fundo do cômodo viu sua filha no canto da cozinha, paralisada de medo.
— Não, por favor, poupem minha filha, me matem no lugar dela.
— Por que a gente faria isso? Nós podemos matar você e ela, sem problema nenhum. Não entenda mal, humano, você é a presa, não está em posição de negociar.
Matt foi em direção a garota e tentou agarrá-la pelos braços, mas ela se debateu. Empurrou a menina contra a parede, tapou sua boca e a mordeu, bebendo lentamente seu sangue.
Ela parou de se debater e relaxou todo o corpo. Uma sensação de prazer percorreu por todas as suas células.
A saliva dos vampiros contém propriedades que dão prazer para quem entrar em contato. Também ha aumento em qualquer sensação de prazer existente.
Vampiras que supostamente trabalham em bordéis, usam isso em seus parceiros para que eles não resistam a sua mordida.
A razão pela qual os vampiros são tão difíceis de rastrear e, também, porque se alimentam tão frequentemente sem deixar rastros é, justamente pela sua saliva prazerosa.
Deixar uma presa viva é muito mais benéfico do que matar, pois com palavras e estímulos certos, elas se renderão ao desejo de ter aquela sensação novamente.
— Não! Para! Por favor, não faça isso!!!
A filha de John perdeu as forças e seus braços lentamente foram caindo, até que, a garota não estivesse mais consciente.
Matt largou a garota e ela despencou ao chão. Lambeu seus lábios, inspirou o máximo de ar possível, fechou os olhos e depois expirou revigorado.
— Sangue jovem é sempre o melhor.
O vampiro olhou para John, que tinha ódio em seus olhos. Ele não sabia se sentia tristeza, raiva, ou medo. Matt foi em direção a ele.
— Você é o próximo, mas acho que vou fazer algo diferente com você.
— Eu vou matar vocês! Eu juro!
— Você morreria antes de tentar. Mesmo que conseguisse atravessar um espada no meu peito, ainda não conseguiria me matar.
— Deixa ele pra lá, você tem algo mais importante para fazer agora. — disse Marie sentada em cima do corpo de Alice.
— Que?
— Sabe, beber todo esse sangue me deixou com muito tensão, então…
Marie segurou a barra do vestido e levantou, revelando suas pernas abertas.
— Uuu, isso é interessante.
— Vocês são uns desgraçados nojentos! Vou caçar vocês nos confins do mundo.
— Vamos fazer isso aqui? Neste lugar nojento e sem cama? — perguntou Matt.
— Essa mulher até que serve bem como uma cama.
— Mas e ele?
— Se lembra da nossa primeira vez no estábulo? Pense nele como um dos animais de lá.
— Umm, ele não está tão diferente disso agora.
— Para de enrolar — Marie abraçou o pescoço de seu parceiro o puxou.
…
Uma mulher de cabelos ruivos estava sentada em uma das camas em um pequeno quarto, bebendo chá em um copo feito de madeira.
— Por que a senhora veio nos visitar no meio da noite?
— Nada de especial, eu sou alérgica ao sol. E não me chame de senhora, eu não sou casada.
— Desculpe, Senhorita.
— Assim é melhor. Quanto ao motivo da visita, eu estava entendida e… Também queria saber como vocês estão.
— Nós estamos bem! Tudo graças a ajuda que a senho…
A mulher ruiva fez uma careta para o homem.
— Graças a ajuda que a senhorita nos dá todo mês.
— Senhorita Sara, quer se juntar a nós no jantar? — perguntou a esposa.
— Eu agradeço o convite, mas vou ter que recusar.
— A é, acho que a senhora prefere sangue, não é? Se a senhora quiser, pode beber o meu.
— Não! Vocês são meus amigos. Não vou me alimentar de vocês. Eu já disse para não me chamar de senhora! — a ruiva disse com um tom de voz um pouco mais sério, mas não tão intimidante, para não assustar seus anfitriões.
— Como a senhora faz para se alimentar?
— Não se preocupem, não machuco pessoas inocentes. Criminosos são o que mais tem… por aí?
Sara ouviu algo, mas não conseguiu identificar do que se tratava. Ativando sua audição sobrenatural, começou a ouvir gritos.
— Parem com isso, seus desgraçados! Vocês não podem fazer isso!
— Senhorita? O que foi?
Levantou-se repentinamente da cama, com uma expressão séria.
— Fiquem aqui, não abram a porta para ninguém. Se baterem na porta não respondam! Quando eu bater, vou falar para vocês que sou eu.
— Por que isso tão de repente?
— Sabe aquele papel com um símbolo estranho que colei na porta? Ele impede que outros como eu escutem os som aqui dentro. Mas isso só funciona com audição sobrenatural, qualquer barulho que possa ser ouvido por humanos, eles também podem ouvir. Não falem nada e não façam nenhum barulho.
Vou lá fora e já volto. Fiquem aqui, quando voltar, explico a situação.