Reencarnação do Vampiro - Capítulo 9
Uma mulher de cabelos loiros caminhava por um corredor. Entrou em uma das portas e avistou um garoto dormindo sobre a carteira da sala.
Ela foi em direção ao jovem e sentou-se ao lado dele. A professora levantou-se e disse:
— Então, já que estão todos presentes, vamos começar?
Todos consentiram e ela continuou. Falou um pouco sobre todos os alunos, reclamando, elogiando e chamando a atenção dos pais sobre o mal desempenho de seus filhos.
— Você deve ser a pessoa responsável pelo por ele, né? — disse a professora para a mulher loira ao lado da pessoa dormindo.
— Sim, estou aqui porque os pais dele estão ocupados com o trabalho.
— Certo. Bom, o que tenho a dizer sobre Jonathan não é muito diferente do que eu havia dito anteriormente para seus pais.
A professora ajeitou os óculos por um momento e continuou:
— Jonathan é um excelente aluno. As notas dele são as melhores da escola em todos os três períodos. Até então tudo certo, só que… algo me preocupou… Pela primeira vez desde que entrou na escola, tirou uma nota menor do que 10.
O Jovem ouviu a professora dizer seu nome e lentamente despertou.
— Olha! finalmente acordou.
— Me desculpe, professora, estou cansado.
— Andou estudando até tarde novamente? Já te falei que isso faz mal à saúde.
— Sim, fiquei acordado até tarde ontem… hoje, já havia passado de meia noite.
Jonathan esfregou os olhos enquanto dava um longo bocejo. A professora o esperou terminar interrogou o garoto:
— Já acabou? Como eu estava dizendo… é um ótimo aluno, mas essa quebra de desempenho aliado ao fato de dormir muito menos que o necessário, me preocupa.
A senhora retirou seu óculos e o limpou na blusa.
— Só que isso não é o que mais me preocupa. E sim o fato de que ele tem se recusado a cooperar com seus colegas.
Amanda direcionou um olhar repreensivo para o jovem. Que respondeu olhando fixamente nos olhos da loira.
— Pessoas causam problemas. Faço as coisas muito melhor sozinho.
— Já conversei com vocês sobre isso, seus pais também. As pessoas precisam de amigos. Não faz bem se isolar.
— O último amigo que tive, me apanhou pelas costas. Acredite, tudo o que menos preciso é de pessoas me atrasando.
— Se procurar bem, tenho certeza que vai achar alguém que possa ser seu amigo de verdade.
— Chega desse assunto, não vamos a lugar nenhum. Ninguém vai me fazer mudar de ideia.
— Jonathan tem muita dificuldade de confiar nas pessoas, desconfia até mesmo de seus professores.
— Pode deixar, vou falar para os pais dele sobre isso.
— Não me entenda mal, ele não fez absolutamente nada de errado. É só um alerta, esse tipo de atitude pode causar muitos problemas no futuro.
…
— Assine aqui.
Amanda assinou o caderno de presença dos pais e pegou o boletim escolar. Fora da sala, avistou o jovem encostado na parede, de braços cruzados. Ele a seguiu sem dizer uma palavra.
— Quer conversar sobre isso?
— Por que deveria? Não me sinto mal e não acho que isso seja um problema.
— Tanto faz, você que se resolva com sua mãe.
Ela bisbilhotou o boletim escolar. Com exceção de história, todas as notas eram 10.
— Espera… tudo isso por causa de uma nota nove?
— A professora tem razão em se preocupar. Desde que entrei no ensino fundamental, minhas notas são 10,nada menos do que isso. De repente, esse padrão de dez anos é quebrado.
— Bem, você ainda é uma pessoa, pessoas erram. Não é como se fosse um computador.
— O fato é que ela deduziu que isso estava relacionado com a minha falta de socialização. Antes que diga algo… não, não tem nada a ver. Eu só… esqueci.
“Respondi errado pois, a história foi alterada, muitas coisas nos livros estão diferentes do que vi. Isso com certeza é culpa dos vampiros”.
— Bem, isso é porque tu não dorme direito. Dormir menos do que o necessário pode causar problemas de memória.
Jonathan e Amanda entraram em um carro cinza. O garoto sentou-se no banco de trás.
…
O jovem de cabelos sedosos abriu a porta e entrou. Seus passos emitiam nenhum som.
“O ambiente está estranho, tem algo de errado. Se alguém estiver aqui, poderei pegá-lo pelas costas”.
Ele olhou pela entrada da cozinha e viu Gabriela a empregada, conversando no telefone.
— Me dá só mais um mês, vou te pagar tudo.
A serviçal de cabelos vermelhos desligou o telefone e pôs nos gancho. Quando virou-se, levou um susto com a figura calada.
— Desde quando está aí?
— Infelizmente para você, foi tempo suficiente para escutar algo que não deveria. Não se preocupe, pra sua felicidade, também odeio quando fazem perguntas que não quero responder.
— Cheguei, Gabi.
O som da porta batendo foi ouvido, seguido de passos com salto alto.
— O almoço está pronto, Manda.
— Hoje eu trouxe minha marmita, muito obrigada. Jonathan, sua mãe chega daqui a pouco.
— Onde ela foi?
— No tribunal. Lembra do incidente do sequestro da filha daquele ator? Então, a audiência era hoje.
— Eu já falei pra não misturar suas frustrações com o trabalho.
— Por que acha isso?
— Depois que fui sequestrado, minha mãe começou a aceitar mais casos que envolviam sequestro de crianças…
Jonathan parou por um momento, puxou uma cadeira e sentou-se.
— Ela criou um ódio profundo por sequestradores e, não sabendo lidar com isso, usa seu trabalho para libertar essa frustração. Se culpa, achando que não cuidou de mim da forma que deveria.
— Bom, isso não é assunto meu.
— Vou conversar com minha mãe novamente.
O belo jovem colocou o cotovelo esquerdo sobre a mesa e apoiou seu rosto no punho.
— Vai esperar ela aqui? — questionou Amanda, indo em direção a geladeira.
— Sim, não tô afim de ser interrompido quando estiver cuidando dos meus afazeres. Vou esperar chegar e perguntar o que a professora disse, para só depois me perguntar o porquê do meu “mal” desempenho. — Sinalizou aspas com duas mãos.
Amanda abriu o micro-ondas ,colocou sua marmita e digitou 2 minutos.
— Vai esquentar demais.
— Vai não, tem bastante comida.
A loira tirou o celular do bolso e respondeu uma mensagem. O cabelo dourado caiu e tapou sua visão, suavemente o colocou atrás da orelha, revelando uma marca.
Jonathan conhecia bem aquela marcação. Olhou fixamente até não restar nenhuma dúvida. Era mesmo a marca que ele conheceu no passado.
Tinha uma cor vermelha carmesim e cobria desde os ramos da hélice, hélice, tubérculo de darwin e lóbulo.
“Suspeitava que era uma pessoa relacionada com as artes mágicas, mas não sabia se era bruxa, feiticeira ou maga. Mas você era alguém mais próxima do que imaginava”.
Amanda percebeu o olhar fixo e se incomodou.
— O que está olhando? Nunca viu uma mulher comer muito, não, é? — Voltou seus olhos para o celular novamente.
— Essa marca na sua orelha, já vi ela antes.
Ela direcionou um olhar levemente surpreso e incrédulo.
— Acho que se confundiu, não pode ter visto isso em lugar nenhum.
— Sim, eu te entendo. Essa é uma característica genética da sua família. Foi passada pela sua mãe, certo?
Interrompeu contato visual e ficou em silêncio. Se acalmou, pensou no que ia dizer e respondeu:
— Sim, como você sabe? Já conheceu alguém da minha família?
O garoto de cabelos negros apertou os olhos já levemente caidos e a encarou por alguns segundos. Baixou a cabeça e suspirou elegantemente.
— Convenção imortal, conheci todos os membros dela, mortos e vivos. Com exceção dos jovens, sei o nome de cada um deles.
“Ela usou a técnica ensinada pelo meu clã para esconder suas expressões.”
Com uma olhar fixo e uma voz séria, disse:
— Temos muito o que conversar, Amanda.
A mulher tentou esconder sua surpresa, mas era evidente que sabia de algo.
“Do que esses dois estão falando?” Pensou Gabriela.
O jovem manteve seu olhar fixo na loira até ser interrompido pelo som de porta se fechando, seguido por passos de salto alto.
— Cheguei, meu filho.
Suzan colocou a bolsa em cima da mesa e deu um beijo no rosto de seu filho.
— Como foi a audiência?
— Foi ótima. Consegui aumentar a pena do réu para 25 anos. E como cometeu o crime de sequestro mediante extorsão, de acordo com a lei, isso é um crime inafiançável. E você? Como foi na escola?
— Tchi. — Desviou o olhar.
— Que foi, gente? Aconteceu algo ruim?
Amanda olhava com os olhos levemente arregalados para Jonathan. Virou seu rosto para a mãe, mas seus olhar continuava no menino.
— Aaa. Ele foi bem, por algum motivo a professora se preocupou com isso.
Tirou o boletim escolar do bolso e entregou para recém chegada. Ao ler o conteúdo, expressou estranheza.
— Não vejo motivo de preocupação… isso é completamente normal.
— É que tem mais duas coisas que a professora disse, mas acho melhor eu te contar em um lugar mais apropriado.
— Tá. Vem comigo. — As duas se retiraram do local.
— Também tenho assuntos a tratar com você, Gabriela.
No instante em que terminou a fala, o micro-ondas apitou, fazendo a empregada se arrepiar.
— S-sim.
Apontou elegantemente para uma das cadeiras. Ela sentou-se com uma expressão desconfiada.
— Sente-se. De acordo com assunto que elas têm a tratar, vão demorar pelo menos 10 minutos. Vou ser bem direto. Quanto deve?
— Do que você tá falando…
— Responda logo. Não sou tolo.
— …..30 mil, mas eu vou pagar.
— Tem o dinheiro necessário?
— Tenho apenas 20 mil, mas vou vender alguns imóveis que herdei do meu pai, então vou conseguir pagar.
— Não fique com medo. Isso é um segredo nosso. Minha intenção não é te dar uma bronca ou algo do tipo. Quero apenas entender o que está acontecendo.
— Obrigada por guardar segredo.
— Onde está seu noivo? Vai te ajudar com a dívida?
— Meu noivo…. — ela tremeu os lábios segurando o choro — desapareceu. Foi quem fez essa dívida com os agiotas.
— Desde o começo nunca gostei daquele cara. Disse a você para tomar cuidado.
O garoto não demonstrou nenhuma expressão, também não sentiu ódio, nem piedade.
— Como eu ia saber, o senhor só apareceu e me disse para tomar cuidado com ele. Nem mesmo entendi o que quis dizer.
O menino começou a sentir algo que não sentia há muito tempo. Um sentimento desencadeado pela situação que a pessoa a sua frente estava passando. O sentimento de ser traído.
— Te entendo. Não me pergunte como, mas entendo. Lembre-se, se precisar de ajuda… peça para os meus pais. Eles te consideram parte da família.
— Como pode entender o que estou passando?
— É uma longa história.
Suzan retornou e viu Gabriela chorando. Preocupada, correu até ela e indagou:
— O que foi? Por que está chorando?
— Eu falei algumas coisas sobre o noivo dela e aconteceu isso.
— Jonathan! O que deu em você? Por que afasta as pessoas?
— Porque não vale a pena fazer amizades que não me beneficiarão. Naquela sala só há pessoas nojentas. Valentões que oprimem os fracos, garotas que humilham quem acham que são menos bonitas do que elas, sem falar no resto.
— A Gabriela não tem nada a ver com isso! Peça desculpas.
— Desculpas várias não tem valor algum.
Ele se levantou e suspirou. Colocou a cadeira no lugar e começou a caminhar em direção a saída.
— Meu tempo é precioso demais para gastar em algo inútil como amizades erradas. Na verdade, não a amizade verdadeira. Aprender isso me custou um alto preço.
Jonathan caminhou até o sofá e pegou sua mochila. Subiu as escadas até sair da visão de sua mãe.
“Porque levou a culpa por algo que não fez? Não estava chorando por causa de suas palavras.”
— Desculpe por isso, Gabi. Se quiser tirar alguns dias de folga, te libero. Eu vou aplicar uma punição adequada pelo que ele te disse.
— Não, tá tudo bem. Não precisa disso, é só um adolescente. Quando tinha 15 anos, também tinha raiva de todo mundo. E essa é a primeira vez que faz algo assim.
— Por isso estou preocupada. Jonathan sempre foi um menino tão comportado. Nunca vi tratar ninguém desse jeito e ainda me responder.
…
Eu verificava algumas informações no meu computador. Enquanto fazia, ouvi sons de passos pelo corredor, vindo em direção a minha porta.
“Pelo padrão dos passos, provavelmente é a Amanda”.
De acordo com os resultados, os frutos do trabalho que fiz secretamente durante 5 anos, me permite completar meu objetivo principal, ajudar Gabriela e ainda sobrará muito dinheiro para utilização futura.
A alguns anos atrás, criei um site de compra e venda de informações sobre vampiros. Com isso consegui muitas informações e dinheiro com a venda das mesmas. Me certifiquei de fazer backup em ssds e guardar em um lugar seguro. Essas informações vão ser úteis muito em breve.
Os passos foram interrompidos seguidos de uma batida na porta.
— Entre.
Eu me levantei e abri as cortinas. Olhei para o azul do céu e não pude deixar de pensar que os humanos estragaram a linda paisagem desse planeta.
Apesar de ter um corpo humano, não gosto de ser classificado como um. Mas de qualquer forma, fatos não podem ser mudados e, aos olhos de um vampiro, sou apenas uma presa.
A porta se abriu e aquela criança de cabelos loiros entrou. Após fechar, escutei o som da chave girar.
— Eu faço as perguntas. — Disse, esperando obter as respostas que queria o mais rápido possível.
— Sim, senhor.
— Está aqui por ordem do clã Oblivion, pelas bruxas, ou… por ordens de Faustos?
— Nenhum deles. Só soube que era você depois de um ano trabalhando aqui.
Um leve sentimento de surpresa junto com desconfiança despertaram em mim.
— Ótimo, então mantenha essa informação em segredo do clã Oblivion e das bruxas.
— Desculpe, mas não vou jurar lealdade a ti.
— Como é?
O primeiro pensamento que me ocorreu foi que ela podia ser uma serva daquele traidor.
— Eu não faço mais parte do clã Oblivion e nem da convenção imortal. Vivo uma vida humana. Nem mesmo uso magia no meu dia a dia.
As bruxas sempre foram astutas e nunca se curvaram a mim. Elas deixaram claro desde o começo que éramos aliados e não servo e mestre.
— Tudo bem, mas se estiver trabalhando para Faustos, sabe que vou te matar, não é?
Me virei e olhei bem fundo em seus olhos. Queria saber se estava mentindo.
— Não tenho mais ligação nenhuma com a sociedade sobrenatural. Mesmo se tivesse, o senhor é só um humano agora. Está fraco, devia tomar cuidado. Mas, por que essa cautela toda com o senhor Faustos?
Aquilo poderia soar como ameaça para pessoas mais jovens, mas essa criança só queria me alertar sobre minha condição como humano. Que não posso sair por aí ameaçando qualquer um.
— Eu sei. Por isso preciso da sua ajuda. Sobre o Faustos, ele me traiu.
— Sinto muito, mas não vou voltar para as artes magicas. Espero que você consiga punir Faustos. Eu normalmente perguntaria mais sobre isso, mas não quero me meter nos assuntos do clã Oblivion, quero paz.
— Tudo bem. Você seguiu seu próprio caminho. Essa é uma qualidade que respeito.
— Como fez para ter o mesmo corpo? Quem resgatou suas memórias tão cedo?
— Essa é uma resposta que ainda não tenho. Acho que foi só coincidência. Minhas memórias….. As tenho desde o nascimento.
— Como? Foi um feitiço da ancestral Zuri, não é?
— Não. Ela foi responsável apenas por criar o rastreador de almas.
— Tenho uma última pergunta.
— Diga.
— Por que vive aqui? Essa sua aparência te faz um alvo fácil. O Senhor já tem idade suficiente para se tornar vampiro sem limitações.
— A vida me deu uma nova chance. Tudo o que sempre quis, me foi concedido. Tenho pais que me amam, posso escolher o que sou e o que vou fazer. Não há motivos para jogar isso fora. A vida humana que não pude ter está em minhas mãos.
— Tem razão. Me perdoe. As únicas coisas que são ensinadas sobre o senhor, são seus feitos quando vampiro, mas ninguém nunca falou nada sobre sua vida humana. Eu perguntei uma vez por curiosidade, mas me disseram que o senhor não gostava de falar sobre isso.
— É verdade, não gosto. Não há nada de bom que posso dizer daquela época.
— Quando falavam sobre o senhor, sempre tive a impressão de ser uma figura autoritária, mas todos sentiam sua falta, o que era estranho. Pelo visto, estava errada sobre você.
— Nunca obriguei ninguém a fazer nada. A única coisa que exigia, era que seguissem as regras. Todos estão livres para sair do clã, mas se quiser ficar, siga as regras sem questionar.
— Vou me retirar. O que digo à sua mãe?
— Diga que não respondi suas perguntas, combina mais com minha personalidade.
Amanda destrancou a porta e saiu. Fechei as cortinas e sentei-me. Voltei ao navegador e conferi a quantia em dinheiro que acumulei. 50 milhões, foi o que consegui nesses 5 anos.
“Se retirar o que será usado, sobrará exatamente….. 49.985.000.”
Meus pais acham que passo o dia inteiro jogando videogame, de fato, jogo um pouco, porém é só um jeito de esconder meus negócios da minha família. Não pretendo contar a eles quem realmente sou… pelo menos não até reassumir a liderança do meu clã.
“Vou dar um jeito de quitar as dívidas de Gabriela. Não quero que meus pais fiquem de luto pela morte dela. Também há o fato de que eles descobriram o número da minha casa, será questão de tempo até descobrirem o endereço.”
Sendo apenas um humano, armas de fogo vão me matar. Ainda não consegui os itens para começar a controlar a mana, então não posso usar magia. Resumindo, sou apenas uma pessoa comum.
Desliguei o computador, peguei o casaco e saí do quarto. Desci as escadas e caminhei até a porta de entrada da casa. Minha mãe estava na sala.
— Mãe, vou ao mercado, quer alguma coisa?
— Não, meu filho. Não volte muito tarde, as ruas andam muito perigosas ultimamente.
— Tá bom, mãe.
Ela ainda tinha uma leve expressão de preocupação. Isso era algo que me incomodava. Eu normalmente tenho dificuldade para me afeiçoar a qualquer pessoa, mas ela… Nem me lembro quando comecei a gostar dela.
Talvez seja pelo fato de tapar o buraco deixado em mim pela mãe que tive na vida passada. Uma pessoa que não luta pelo seu próprio filho, merece ser considerada uma mãe?
“Meus pais fazem tanto por mim. O mínimo que posso fazer é ser um bom filho. É isso o que serei. Porque quando deixar de ser humano, voltarei a ser quem era. Terei sangue nas mãos novamente e talvez, nunca mais tenha o amor deles.”
Abri a porta e sai. Vesti o casaco negro e caminhei com o único objetivo de preparar o meu retorno. Quando chegar, não sobrará nenhum traidor vivo.