Reencarnado Como um Inseto Humanoide - Capítulo 2
Kairo quando abriu seus olhos apesar da visão embaçada viu-se dentro de um local com paredes transparentes que limitavam seu movimento, assim como também um tipo de liquido que rodeava seu corpo dentro daquele espaço.
“Onde diabos eu estou? Por acaso eu to em algum ovo” — pensou Ele, que em seguida moveu seus braços para frente, tocando na superfície da estranha parede, e percebeu que era elástica — “Então é isso” — pensou ele entendendo o que estava acontecendo, que logo em seguida começou a empurra-la.
Enquanto empurrava sentiu uma sensação estranha, era como se ele tivesse não duas, mas quatro mãos empurrando a superfície do casulo, decidiu ignorá-la, crendo ser sua cabeça enganando-o.
Depois de um tempo empurrando a superfície de seja lá o que for que o envolvia, ele finalmente a rasgou, e dessa forma libertando-se assim de sua temporária prisão, assim caindo no chão juntamente com aquela gosma.
— Merda, que coisa nojenta é essa!? — exclamou, sobre o liquido que haverá tocado em seu corpo.
Em seguida Sua visão aos poucos deixou de estar embaçada e pôde enxergar o ambiente ao seu redor.
O local era uma câmara rochosa, ela estava cheia de estalactites que faziam o papel de pilares para suportar o teto, paredes que tinham presas a elas o que parecia um tipo de cristal vermelho brilhante que clareava o lugar, e também haviam outros casulos como o que ele estava dentro antes, porém não era possível enxergar o seu interior.
Enquanto analisava o local, sua atenção se voltou para um dos casulos perto dele, que projetava uma imagem.
— Meu Deus! — disse horrorizado.
Era uma figura exoesquelética com um tom escuro, ela tinha pernas como as de um inseto porem longas e humanoides, seu torso era igual ao de um homem normal porem com a diferença de um exoesqueleto em vez de pele, também possuía 4 braços, pês e mãos com garras no lugar de seus dedos, e uma longa cauda centopedica, porem o que mais chamava sua atenção era sua cabeça, que literalmente era a de uma formiga.
Ele estava paralisado, não por medo, mas por um pensamento, um no qual ele não queria acreditar. ele começou a abaixar sua cabeça, lentamente, para ele pode processar sobre o que estava acontecendo com ele.
Seu corpo era quase exatamente igual ao da figura no casulo, com apenas a diferença de cor de suas garras nos 4 braços que possuíam um tom negro.
— Puta merda, PUTA MERDA… — repetia angustiado, essas palavras várias vezes até desmaiar de terror.
Passou-se algumas horas, quando Kairo quando abriu seus olhos novamente, estava dessa vez mais acostumado com seu novo eu, como, ele não sabia, mas ele sentia que dessa vez ele realmente estava pronto para viver em seu novo corpo.
Embora ele já soubesse que ele não iria ser reencarnado como um humano, mas ele não esperava reencarna logo como um tipo de monstro inseto.
“bom, pensar sobre como eu estou bem depois de ter desmaiado por conta do pânico não ajuda.” — disse calmamente. Mesmo que fosse estranho para si ter de repente aceitado aquilo como se não fosse nada, quando a algumas horas atras ele estava surtando apenas com esse fato.
Ele percebeu que no local em que se encontrava, não o ajudaria a descobrir como isso aconteceu.
Então ele se levantou do chão e começou a caminhar pelos tuneis que se ligavam à câmara.
[…]
Passados alguns minutos desde que kairo começara a andar pelo lugar, e nesse tempo ele finalmente encontrou uma segunda câmara após muito tempo de caminhada.
O local possuía estalactites que faziam o papel de pilares e cristais vermelhos que iluminavam o meio.
Mas o que realmente se destacava naquele local era a quantidade massiva de cadáveres de monstros insetos largados pelo local, e os que estavam vivos eram desnutridos a um ponto que era possível ver cada órgão através de seus exoesqueletos.
Olhando para os cadáveres dos monstros Kairo lembrou do dia no qual haveria mudado sua vida toda no outro mundo antes de ter morrido.
“mesmo depois de reencarnar, eu ainda tenho que encarar essa situação” — pensou empatizando com as criaturas.
Ele voltou-se a olhar para os cadáveres dessa vez com mais atenção, todos estavam em fase decomposta avançada, grande parte dos cadáveres estavam com seus estômagos abertos e suas tripas para fora, e alguns estavam com membros faltando, fosse uma perna ou um dos 4 braços.
Ele direcionou sua visão para as criaturas ainda vivas lá, e as analisou até que notou algo em suas bocas: Eram resto de entranhas.
“então já chegaram ao ponto do canibalismo, melhor não me envolver com deles” — pensou
A vida antiga de Kairo antes da reencarnação, não foi uma que se orgulhava de ter tido, porem só podia agradecer a essas dificuldades que teve durante aquela vida, pois sem elas, provavelmente já teria vomitado naquele ponto, ou então até mesmo desmaiado de novo.
Ele caminhou na direção de um outro corredor da câmara, evitando pisar nos corpos estripados e devorados.
Porem no momento em que estava para adentrar o túnel, de repente ele sentiu algo tocar sua perna.
Quando virou para ver o que o havia tocado, se deparou com um dos monstros vivos desnutridos tocando sua perna.
— Me larga! — gritou, enquanto tentava se libertar das mãos das criaturas.
— KRAG KROOOGTOO… — grunhia um dos monstros. À medida que ouvia, Kairo começava a entender aqueles sons.
— KROKU… só…KRAGT…do…
— O que você disse, eu não estou entendendo. — disse enquanto se aproximava assusrado do ser para escutar o que tentava dizer.
— Só…krot…um…trakk…dedo
— Só um dedo? Pra quê?
— Para…comer… — disse a criatura com dificuldade, e enquanto tossia
— COMO É!? Por acaso Você ENLOUQUECEU!? — disse, chocado com o pedido da criatura
— Você tem a mínima noção do que está me pedindo?
— Eu só estou querendo um de seus dedos, por favor, eu imploro, não como a mais de um mês, apenas um dedo resolve. — disse a criatura num tom desesperado.
— Não vê todos esses cadáveres, vá e devore-os então — disse apontando um dos braços na direção dos cadáveres, porem ele não haverá falado aquilo com seriedade, pois ele apenas disse aquilo para aquele ser notar o absurdo que pedira.
— Não e mais possível, todos eles já estão decompostos a um nível que não é mais possível sequer digerir algo de seus corpos — respondeu a criatura.
Kairo estava incrédulo, não conseguia crer que as criaturas realmente estavam determinadas a cometer canibalismo.
Ele olhou para ela em silencio e depois para seu próprio corpo, e então lentamente começou a andar em direção ao túnel.
— Ei espera um pouco, aonde você ta indo? — dizia o ser, enquanto via Kairo caminhar para dentro do túnel — tá bom, tá bom, um pedaço da sua cauda… ou…ou… ou uma remela de seu nariz, ou o resto de sua pele quando você se livra de…dela — insistia o ser, com um tom muito desesperado.
— Espera…espera… espera por favor, eu faço qualquer coisa, OUVIU qualquer coisa só basta dizer, mas por favor não me deixa pra morrer — disse a criatura, mas dessa vez com um tom de voz alto e estridente, porém ainda assim era ignorada por Kairo que continuava caminhando pelo túnel.
— Por favooooooooooooooooooor — gritou a criatura em uma tentativa de chamar a atenção dele, porém era inútil, ele não iria virar e ajuda-lo, a criatura notou isso, mas ainda assim ele continuava a repetir as palavras ‘por favor’, com a esperança de conseguir a piedade dele.
E assim aconteceu, jogado no chão sem forças para sequer se levantar, e gastando as restantes para repetir as mesmas palavras sempre, até sua vida se esvair completamente
[…]
Kairo novamente depois de caminhar pelo túnel se encontro em uma outra câmara, exatamente igual a outra que havia passado há poucos minutos, porem dessa vez se diferenciava pelos insetos humanoides que em vez de estarem desnutridas, estavam feridos.
Alguns se encontravam com seu exoesqueleto rachado, outros sem uma perna ou braço, inclusive algumas com um dos lados dos olhos faltando.
“O que foi que aconteceu aqui” — pensou ele ao ver o estado em que se encontravam
Um dos seres, notou sua presença e logo em seguida caminhou em sua direção.
Enquanto ele vinha em sua direção, Kairo o analisou, ele possuía uma grande rachadura em seu peitoral, uma parte de sua cauda parecia ter sido cortada, ele também estava sem uma das mãos dos braços
— O que você está fazendo aqui parado, precisamos de todo trokaniano preparado para combate agora — gritou o ser.
— Combate contra quem? E como assim trokanianos?
Ele começou a olhar de uma forma torta para o jovem, como se não acreditasse no que haverá ouvido, porem depois soltou um leve suspiro.
— Deixa eu adivinhar, acabou de nascer — disse a criatura desanimada
— Sim — respondeu o garoto
— tch… mas que merda, logo nessa situação nós ganhamos mais bocas para alimentar.
Kairo não estava entendendo do que aquele ser estava falando. Trokaniano? Preparar para combate? Tudo estava confuso, ele nem mesmo sabia contra quem estavam lutando.
— O que diabos você quer dizer com tudo isso? — perguntou ele
— Não se preocupe com isso, apenas saiba de uma coisa, você assim como nós é um trokan, e agora também nesse momento um soldado e eu sou Gaust aquele que você deve obedecer, entendeu isso.
— Espera como assim, não vai nem me explicar a si…
— EU PERGUNTEI SE VOCÊ ENTENDEU! — gritou o trokan impaciente.
— S… Sim.
Ele estava com dúvidas, e o que aquele trokan havia falado até chegou a responde uma delas, que seria sobre no que ele haveria encarnado. Porem apesar disso guardou para si suas dúvidas, o que estará acontecendo naquele lugar? Por que todos aqueles trokans estavam feridos daquele jeito e porque estava ocorrendo toda aquela crise de comida?
Kairo não iria parar de pensar nessas duvidas, por isso ele começou a obedecer às ordens, para conseguir as respostas, e até talvez, apenas talvez, ele descubra uma forma de sair de lá.