Reencarnado Como um Inseto Humanoide - Capítulo 4
Gauss haverá dito sobre todas as coisas que ele saberá sobre o que estava acontecendo naquele lugar, porém elas não eram informações nas quais Kairo estava realmente querendo saber.
Mesmo que Kairo apenas quisesse saber qual era a situação da qual se encontrava aquela colônia, Gauss haverá dito que era necessário saber como era a vida dos trokans antes das coisas acontecerem.
Não havia muitos problemas, era apenas uma colônia qualquer sobrevivendo ao abismo, sendo os mais fortes encarregados da caça, não importando qual fosse o gênero, e os mais fracos pela organização do local, no caso as operárias.
Isso até a chegada de Akuri, que na língua dos trokans significava, o Demônio das chamas.
De início eles estavam bem pois ele havia aparecido numa época que haviam estocado muita comida no armazém, porem quando a comida havia começado a acabar que as coisas começaram a piorar.
Foi então que foram enviados os grupos de trokans soldados mais forte para tentar eliminar Akuri, porém apenas um deles volto vivo, que era ninguém mais que Trovos, trazendo a notícia da morte dos outros e de que a missão haverá falhado.
E foi daí que toda a situação que aquela colônia se encontrava começou, com o demônio impedindo de os trokans de caçarem para a coleta de alimentos, isso acabou por desencadear vários outros acontecimentos.
Sendo eles a redução de distribuição de comida para os operários, e focando-se em alimentar os soldados, na esperança de conseguirem derrota-lo, as várias tentativas de roubo de comida por outros trokans e até mesmo a mais preocupante agora que acabou por ser usada como uma forma de conter a fome da população, o CANIBALISMO.
Kairo estava chocado com tudo aquilo, seja com todos os acontecimentos e com a monopolização da comida por parte dos caçadores daquela colônia, porem dentre todas, o pior foi saber sobre o fato de terem incitado os outros trokan a comerem uns aos outros.
Tudo aquilo por conta do desespero que foram expostos, e da falta de comida pelo para todos.
Após toda aquela explicação, Gauss estava para começar a falar sobre o plano inseficio, eles foram interrompidos com o grito de trovos
— CORAGEM SOLDADOS! — disse o comandante, com seus punhos apontados para a direção de Kairo.
— Nos ainda podemos vencer essa crise! — ele bateu seus dois braços esquerdos em seu peitoral — Saibam que nós ainda temos chance de lutar contra Akuri! Lembrem-se nos só precisamos ganhar tempo, até a armada principal chegar.
Todos os trokans levantaram suas cabeças antes apontadas para baixo, e seus olhares que antes eram de angustia, viraram um de esperança.
Eles se levantaram do chão, e soltaram um grito — VIVA TROVOS! — gritavam eles repetitivamente enquanto levantavam seus braços em comemoração
— Burrice — disse Gauss com seus 3 braços cruzados
Kairo havia ouvido o que ele havia dito, porém ignorou achando, ser apenas uma insatisfação por conta das coisas que haverá acontecido naquela colônia
— Muito bem preparem-se, nos sairemos da colônia em 1 trevo — disse Trovos, com um tom de voz animado
Todos os trokans voltaram ao que estavam fazendo, antes de terem sido chamados para ouvir as notícias.
— O que são trevos? — perguntou Kairo, enquanto olhava para Gauss que ainda estava de braços cruzados.
— Trevos são uma medida para tempo, 1 trevo equivale a 60 tros, e 1 tros equivale a 60 tirs — ele descruzou seus braços e começou a andar em direção de uma banca de rochas. — Sente-se eu te contarei o que é o plano inseficio — disse apontando com um de seus braços para uma rocha que parecia uma cadeira.
O jovem caminhou até a rocha na qual sentou e se aconchegou, e então voltou sua atenção ao trokan
— Bom pode começar — disse o garoto arrogantemente
— Muito bem — disse Gauss um pouco irritado pelo comportamento do jovem — primeiramente o plano inseficio não se trata de um tipo de estratégia suicida assim como o nome indica, ele se trata de uma estratégia para ganhar tempo — disse ele seriamente.
— Como assim ganhar tempo? — perguntou Kairo intrigado.
— Quando digo ganhar tempo eu quero dizer, com aumentar o tempo que temos para viver.
— E como vocês planejam fazer isso afinal de contas
— Simples nós saímos em busca de uma presa fora da área normal de caça que estávamos acostumados
— Até agora parece simples para mim — disse enquanto coçava o pescoço
— Acredite não é nem um pouco simples quando posto na pratica, especialmente por conta da situação da comida para a população que está um caos — disse ele com pesar na voz — e você também pode ver o que aquela criatura fez comigo, para ter um exemplo da capacidade dela.
Gauss apontou para o seu braço sem uma das mãos, e depois para sua cauda cortada ao meio, e a sua cicatriz frontal gigantesca em seu exoesqueleto.
— Todo esse dano que você vê em meu corpo, eu recebi daquele monstro em menos de 1 tir.
Kairo não podia acreditar no que estava ouvindo, ter sido ferido aos poucos era uma coisa porem todas aquelas feridas terem sido feitas instantaneamente, era algo só possível se tivesse sido algum tipo de arma de fogo, ou um explosivo, a queima roupa.
E se apenas alguns míseros ataques foram capazes de fazer todo aquele dano em um intervalo de tempo tão pequeno ele não queria imaginar o que haveria acontecido como seria se fosse por mais tempo.
— Á… sim eu quase que esqueci de te explicar como o plano funciona na prática realmente — ele soltou uma leve risada.
— Mas você não já tinha…
— Me deixe terminar que você poderá falar — interrompeu o trokan
— A execução do plano se trata do uso de iscas para atrair akuri, dessa forma distanciando-o da equipe que trará a comida de volta para a colônia.
— Bom e o que vocês usam como isca? — disse o garoto confuso, pois afinal eles não possuíam nada que podiam usar como uma isca para atrair o tal monstro.
— Haha… — Gauss soltou uma leve risada forçada — que tal você pensar um pouco na resposta para essa pergunta garoto! — disse ele seriamente.
Kairo não entendeu exatamente o que Gauss queria dizer com aquilo, afinal como que usariam alguma isca para poder atrai-lo, se a única coisa que se encaixava era seu único suprimento de comida no qual são muito restritivos no uso.
Ele pensou por um pequeno período de tempo, até que uma possível resposta passou por sua cabeça, mesmo não achando ser improvável ainda a disse,
— Por acaso… vocês…, se usam como iscas?! — disse apreensivo
Gauss o fitou com o olhar por alguns segundos, e então soltou uma leve gargalhada — olha só, parece que alguém consegue usar a cabeça — ele se levantou da rocha que estava sentado — bom eu já te contei tudo que precisa saber agora eu vou observar os outros trokans, então apenas fique a e afiando essas garras.
— Espera aí, vocês realmente vão fazer esse tipo de plano! — exclamou o garoto — vocês têm certeza que já tentaram todas as outras formas de dar um jeito em toda essa situação, talvez vocês não tenham pensado em…
— Nós já tentamos de tudo… literalmente…tudo —interrompeu o trokan com uma voz depressiva, que logo em seguida caminhou para checar os outros soldados.
Kairo não pode crer que aqueles seres estavam tão desesperados, a ponto de recorrer a um plano que fosse requerer o sacrifício voluntario deles apenas para ganhar tempo.
O garoto apenas ficou lá sentado, em choque com aquela informação, soltando um suspiro, enquanto em pensamentos dizia.
“Realmente, as coisas nunca foram feitas para serem fáceis, desde que vim para esse mundo.”
Uma hora haverá se passado após isso, todos os trokans estavam formando uma fila na passagem do túnel, na qual Kairo estava no meio.
— Muito bem soldados, os que estiverem na equipe do comandante Gauss façam uma linha na frente dele, os que estão na minha, também devem fazer isso e assim por diante — gritou Trovos, apontando para os outros comandantes.
O jovem assim como uma boa parte dos trokans, andou para linha do esquadrão de Gauss, que o haveria convidado a seu esquadrão antes de toda essa organização de esquadrões ter começado.
Ele era o 3 na fila, uma posição que era bem mais perto do comandante do que havia esperado.
O garoto olhou para as outras 3 equipes, as duas primeiras possuíam 5 soldados cada, assim como a equipe que estava, já a 3 que era liderada por trovos, possuía 10 soldados sendo a maior equipe dentre todas de lá.
— Porque que eles têm…
— Calado — interrompeu uma voz feminina vinda de sua frente, antes que pudesse perguntar sobre os números do 4 grupo — Estamos no meio de uma operação captura de comida, não para ficar tendo conversinhas — esbravejou ela irritada e silenciosa para o garoto
Kairo a analisou, tinha um corpo bem parecido com o dos outros trokans, com a diferença sendo os seus bustos de tamanho médio, e sua altura sendo ela apenas alguns milímetros mais alta que o garoto.
— Eu… — ele não completou a frase pois por um simples momento achou ter encontrado a resposta para aquela pergunta que tinha para fazer, o jovem creu que seria por eles serem a equipe de distração.
— Deixa pra lá — disse o garoto envergonhado.
— Hum, acho bom — disse a trokan arrogantemente
Ele estava incomodado pelo comportamento daquela garota, porem ele também sabia que não podia falar nada contra ela, por isso deixou toda aquela situação quieta.
— Muito bem cada um dos esquadrões vocês sabem qual a sua missão, comandante Gauss siga em frente — disse Trovos, apontando para o túnel da caverna com suas mãos abertas que pareciam flechas.
Gauss por sua vez concordou com a cabeça, e adentro o túnel juntamente com o seu esquadrão.
Kairo enquanto caminhava pelo túnel, tentou puxar uma conversa com a garota, para tentar extrair alguma informação sobre qual era o objetivo do esquadrão em que estava.
Porém sem sucesso, pois toda vez ela ou o mandava calar a boca, ou simplesmente ignorava.
Após um pequeno tempo de caminhada já havia passado, até que ele avistou uma pequena fonte de luz ao fim do túnel, o que o encheu de felicidade.
— Estamos perto de chegar ao mundo exterior! Lembrem-se de entrarem em posição de batalha quando saímos — exclamou Gauss.
Kairo não havia escutado direito, pois a única coisa que havia entrado em seus ouvidos eram as palavras “chegar” e “mundo exterior”, sendo elas as responsavam por telo feito correr mais rápido do que deveria, quase ultrapassando a Gauss.
— Volte a sua posição, AGORA! — gritou o comandante, porem era inútil
O garoto não escutava e via mais nada, além do som de seus passos e do brilho da luz que batia em seu corpo a cada vez mais que se aproximava.
Porque ele estava agitado assim? Ele não sabia, talvez fosse a curiosidade dele em querer saber como era aquele mundo, ou então apenas a vontade de sair daquele lugar e de toda aquela crueldade que havia visto.
O jovem quando atravessou a saída para o mundo externo se deparo com uma visão desagradável.
A paisagem era de um local cheio de rochas, e esqueletos de tamanhos pequenos a gigantescos, e de formatos exóticos, era cheio de ondulações e rochoso e desértico, o local possuía também montanhas que formavam um caminho em linha reta, e o céu era coberto por nuvens negras que soltavam raios, mas estranhamente deixavam a luz do sol atingir o solo.
Kairo estava sem palavras para aquilo, nunca esperara que até mesmo a superfície fosse tão devastada e sem vida daquela forma.
Ele estava para começar a andar em direção à onde as montanhas faziam caminho, porem antes que pudesse fazer isso foi agarrado por um dos trokans, que o arremessou para uma das rochas, rachando-a por conta da força do impacto, e todos os outros soldados começaram a observa o que estava acontecendo.
— Por algum a caso você ficou louco?! — gritou o trokan que o havia arremessado que sem nenhuma surpresa para o garoto era Gauss.
— Você sabia que poderia ter morrido se Akuri estivesse aqui?! Por acaso acha que estamos em algum tipo de excursão! — gritava Gauss
— Eu sinto muito — disse o jovem hesitando na voz
— Se sente muito então quando eu falar pra você parar, você para! você poderia ter condenado toda a operação se ele estivesse aqui, burro do CARALHO!
Gauss o fitou com o olhar por um tempo, e depois soltou um forte suspiro seguido de um grunhido.
— Levante-se temos uma missão para terminar. — disse ele com um tom calmo, todos pararam de observa o garoto e começaram a seguir a Gauss, deixando o garoto para trás.
Kairo se levantou com um pouco de dificuldade, e voltou-se a segui Gauss, por conta das feridas que possuía, acabou por cambalear nos primeiros passos, porem depois voltou a andar normalmente.
Ele sentia raiva de Gauss naquela hora, e mais do que tudo queria ter simplesmente dado um soco no rosto do cara, porem sabia que quem estava errado na hora era ele, por ter priorizado sua curiosidade acima do que era importante no momento, a missão.
E dessa forma fez os acompanho sem sequer falar nada sobre o que havia acontecido.