Reencarnado em Outro Mundo - Capítulo 14
Saímos da [Cidade do Forte] e passamos muito do nosso tempo andando na estrada de terra, por causa disso decidimos parar e descansar em um campo aberto que encontramos, é um grande campo coberto de verde, com pouquíssimas árvores ao redor.
Trouxemos alguns mantimentos, então decidimos comer, toda a situação que passamos antes me deixou com fome.
— Ei, vamos lutar um pouco? Não temos nada pra fazer de qualquer forma — Disse Helena com a boca cheia de comida.
Hum? Ela quer lutar comigo, por quê? Ela quer me usar como saco de pancadas…
Eu respondi com um olhar de “Deus me livre! Eu ainda desejo viver”, ela respondeu com um olhar de “Você não é homem?!”, isso fez meu pequeno ego ficar agitado.
— Em breve vamos ir para uma expedição, então testar suas habilidades pode ser uma boa coisa, não?
B-bem, ela tem razão…
— Eu quero testar suas capacidades de combate corporal, então não vamos usar armas.
Resumindo, ela quer sair no tapa comigo.
— Tudo bem, mas primeiro termine de comer, não fale de boca cheia.
E assim alguns minutos passaram e enquanto isso, ficamos batendo papo.
Depois que Helena ficou pronta iniciamos o que foi combinado, ela ficou alguns metros afastada de mim e ficou em posição de combate.
Vamos lutar de mãos limpas mas não posso levar em conta questões de diferença biológica entre homens e mulheres, com certeza isso não se aplica a alguém como ela que não é uma simples camponesa, ela tem força o suficiente pra matar, isso é nítido.
Ela está desarmada e com suas mãos e braços em posição de ataque tipo lutadores de UFC, ela quer me encher de soco hahaha! Não posso pegar leve.
Avançou com tudo! Tão rápida! De repente Helena apareceu na minha frente, no reflexo e no susto tentei desferir um soco contra ela, mas não deu certo, ela se agachou para que o soco não conseguisse chegar ao seu rosto e quando retornou para sua posição normal, a mesma deu um golpe no meu queixo que me fez voar.
Tsk!
— Levante-se, será que não consegue aguentar um soco leve? — Disse Helena com um sorriso malicioso no rosto.
Ela está zombando de mim…
Vou fazer um avanço rápido e tentar acertar um golpe no rosto dela.
— É melhor você ter cuidado com suas provocações, sua orelhuda!
Haha! Ela não parece ter gostado desse apelido.
Fiz um avanço e joguei contra o rosto dela o meu punho esquerdo, mas antes de acertá-la, a mesma conseguiu desviar o seu rosto para o lado. Quando Helena fez esse desvio, ela acabou ficando um pouco agachada e quando se moveu para voltar a sua postura anterior ela me atacou com um soco no meu queixo.
Ela me derrubou de novo.
Rapidamente me movi e me afastei o máximo possível para não ser derrubado de novo, nossos olhares se encontraram e ela fez esse sorriso malicioso novamente.
— Venha! — Gritei em tom de raiva.
Tsk! Apesar de mandá-la vim até mim como se eu fosse alguma coisa, preciso ser cuidadoso. Consigo ver suas pernas lentamente se preparando para um avanço, ela irá atacar.
Ela avançou e rapidamente se aproximou de mim e começamos com uma série de troca de golpes, todos os golpes que ela faz são repelidos por mim, assim como o meus também são repelidos por ela.
Claro, ela está indo no meu ritmo, se ela quiser pode facilmente me derrotar, mas eu acredito que ao longo do tempo ela irá aumentar a intensidade.
Ficamos algum tempo lutando contra o outro e treinando eu acho, acho que posso chamar isso de uma espécie de treino? É, acho que posso ver dessa forma. Contudo, nossa atenção foi tomada quando nós dois percebemos que um grupo de pessoas estavam se aproximando.
— Aventureiros? Acho que estão indo em direção à [Cidade do Forte], provavelmente não sabem sobre o que aconteceu lá — Disse Helena.
— Bem, se eles pararem para conversar conosco…
Eles foram se aproximando, se aproximando e ficaram bem próximos.
— Oi! — Gritou uma garota baixinha e com longos cabelos, ela parece ter 14 ou 15 anos.
Ela está vindo mais na frente e o resto do grupo ficou para trás.
— O-olá, eu me chamo Nana… por favor, quero água!
Hahaha! É o quê…?
…
….
Depois que todo mundo chegou e sentou, o grupo explicou sua situação.
Segundo o líder do grupo, eles estão andando pelo Reino, parando em cidades, fazendo missões e todas essas coisas, no fim, chegaram até nós.
Estamos sentados em círculo e comendo alguns doces que eles trouxeram com eles. Engraçado… eles têm doces mas água não? Ok…
É um grupo composto por 3 homens e 3 mulheres, os nomes das garotas são Ariana, uma maga muito sexy, Lilica, uma garota de cabelos curtos sem expressão no rosto e Nana.
Os homens são Glauber, Bernardo e Zico.
Glauber tem aparência de qualquer líder de grupo comum de aventureiros que existem nos mangás, já o Bernardo parece ser um garoto mais tímido e que sempre pede desculpas pelo menor erro que comete, Zico é um homem grande e forte que carrega uma grande espada com lâmina longa e grossa, sua espada se parece muito com a espada do protagonista de Berserk.
Claro que essa espada dele não deve ser nada se comparada com a espada de Guts, mesmo assim ela é bem grande.
— Onde estão indo? — Perguntou Nana.
— Bem… provavelmente vamos para a cidade mais próxima e esperar, pretendemos ir para a ruína que o Reino irá abrir — Respondi.
— Oh! Ouvi falar sobre essa excursão, acho que isso irá reunir tantas pessoas que esse evento acabará se tornando um dos maiores encontros de pessoas desde a última década — Disse Zico.
— Vocês irão participar? — Perguntei.
— Bem, não decidimos ainda… ouvi dizer que nas ruínas costumam aparecer muitos monstros e dizem que essas ruínas costumam ter armadilhas. Resumindo, nosso grupo é medroso hahaha! — Respondeu Glauber.
— Se a gente resolver ir, vamos acabar nos encontrando lá. Vocês estão vindo da [Cidade do Forte], certo? Vocês não deveriam ficar na cidade e esperar a excursão começar? — Perguntou Lilica.
— Não tem como, vocês não sabem, não é? A [Cidade do Forte] ficou uma bagunça, um maluco causou um alvoroço lá. Acho que a cidade não vai se recuperar tão rápido — Respondeu Helena.
Todos ficaram surpresos.
— Merda! Se tivéssemos chegado antes, poderíamos descer a porrada nesse cara — Disse Zico.
Glauber balançou a cabeça em sinal de “sim”, Lilica não mostrou expressão alguma, Nana se mostrou excitada e Bernardo mostrou em seu rosto uma expressão de “Pelo amor de Deus, não me coloque em problemas”.
Hahaha!
Ficamos conversando, ninguém notou que estávamos perdendo tempo e quando eu percebi, o sol estava sumindo e colocando em seu lugar várias estrelas e uma noite linda. Eu, Helena e o grupo esquecemos que tínhamos coisas a fazer.
E assim a noite chegou com seu silêncio, frio e beleza lunar que o satélite pode proporcionar.
Uma fogueira foi feita, o pessoal do grupo foi dormir, enquanto eu e Helena ficamos acordados e compartilhando o mesmo ar frio da noite.
— Faz muito tempo que eu não olho para o céu à noite, eu costumava fazer isso em uma pequena casa na árvore que tinha na vila onde cresci. Essas estrelas brilham tanto… são lindas — Disse Helena com um leve sorriso, um sorriso que demonstrou sua admiração pela noite.
— Helena, que tal tentarmos encontrar constelações?
— Constelações? O que são constelações?
— Resumindo, constelações são agrupamentos de estrelas ligadas por linhas imaginárias usadas para representar objetos, animais, criaturas mitológicas ou até mesmo deuses.
— Oh! Isso parece legal.
Olhamos para o céu, tentando procurar alguma possível constelação.
Tentei encontrar possíveis constelações que pudessem lembrar algum objeto ou animal, algo do tipo.
— Ah! Ali! Parece um coelho.
— Realmente! Realmente parece um coelho, que nome você gostaria de dar a essa formação? Eu sugiro chamá-lo de Coelhinho Funkeiro.
Hahaha! Parei.
— Tá… o que é um funkeiro?
Ela claramente acha esse nome estranho.
— Funkeiro é uma doença bastante contagiosa, tenha cuidado, se você pegá-la, eu vou fugir de você.
É, ela realmente ficou assustada agora.
É apenas uma brincadeira, não fique assustada minha querida Helena.
Bom, é melhor ir dormir, amanhã vamos sair daqui o mais cedo possível.
— Vamos dormir? — Perguntei.
— Vamos!
Ah… esse sorriso, esse maldito sorriso… não entendo como ela consegue ser tão fofa e sem coração ao mesmo tempo.