Reencarnado em Outro Mundo - Capítulo 2
Continuei andando pela cidade, olhando as pessoas e coisas que estavam em volta. Aventureiros, mercenários, comerciantes e plebeus estavam lotando as ruas da capital. Acho essa cidade um quanto feliz, como se não existissem problemas aqui.
Eu deveria ter comprado um suporte de espada, assim eu carregaria a minha nas costas e não nas mãos. O meu próximo objetivo é chegar ao portão principal da capital, ela é a porta de entrada e saída da cidade.
Eu não sei o que irei fazer depois que sair daqui, também não sei o que vou encontrar pela frente, muito menos se um dia voltarei para casa vivo ou não. É um risco que estou correndo, por isso devo me preparar e ficar atento a possíveis riscos.
Também preciso pensar no que fazer sobre aumentar minha força, eu poderia tentar achar um tutor ou algo assim. Tenho que melhorar minhas habilidades com espada, combate corpo a corpo e magia.
Meus pensamentos foram interrompidos e minha atenção foi focada em um grupo de pessoas que estavam fazendo um círculo em volta de algo. Eu me aproximei dessas pessoas, e quando olhei vi dois grupos que parecem aventureiros. Talvez seja uma confusão entre aventureiros, se os cavaleiros reais chegarem aqui esses arruaceiros vão acabar na cadeia, não quero nem imaginar que tipo de criminoso está na prisão.
Um dos grupos parece mais com bandidos do que aventureiros, me pergunto se realmente são. Tem um homem alto e tão musculoso, feio e brutamonte, atrás dele estão mais quatro pessoas, com certeza são subordinados. No segundo grupo tem um homem que deve ser o líder, ele é magro e carrega uma espada, além de estar usando uma armadura cor prata. Atrás desse homem tem mais um garoto baixo, provavelmente um aventureiro iniciante, e ao seu lado duas mulheres.
Me aproximei de um senhor que estava olhando toda essa confusão e perguntei o motivo pelo qual essa confusão estava acontecendo.
— Senhor, o que aconteceu aqui?
O senhor olhou para mim, e após voltar o seu olhar aos aventureiros, ele respondeu:
— Parece que o grupo com o brutamonte acusou o outro grupo de aventureiros de roubo, mas todo mundo sabe que esses valentões são uns pé no saco.
Então o grupo com o grandão musculoso sempre arruma confusão, entendo.
— Deixe-me lidar com eles — Falei com o peito estufado, como se eu fosse um rei.
— Jovem, se for capaz de resolver essa situação, vá em frente.
Me afastei do senhor e fui pegar algumas pedras que estavam no chão próximo a mim, enquanto isso os aventureiros estavam discutindo.
— Hahaha, vocês nos roubaram e ainda dizem que não? Vocês sabem quem eu sou? — Falava com tom de superioridade o brutamonte.
— Ninguém roubou nada! Você é apenas um corno de merda! — Exclamou o líder do outro grupo de aventureiros.
Já era possível notar a presença dos cavaleiros vindo ao longe, com certeza alguém os informou sobre essa situação. Os olhos assustados das mulheres que passavam próximo ao local e observavam essa briga estavam muito engraçados, enquanto elas ficavam assustadas, suas crianças achavam legal e incentivaram a briga.
Já os idosos ficavam pensando “Que merda esses jovens são hoje em dia? Na minha época, se eu ousasse fazer algo assim, apanhava do meu pai até não restar mais lágrimas”.
Peguei algumas pedras que estavam no chão, e voltei de novo para próximo dos aventureiros, vou usar magia elemental de vento com o objetivo de conseguir fazer essas pedras que peguei acertarem o grupo de brutamontes.
Peguei uma pedra, mirei e fiz um arremesso com apoio da magia de vento. A pedra saiu voando entre as pessoas e acertou em cheio na cabeça de um dos subordinados do brutamonte, fazendo-o cair no chão desacordado.
Hahaha! Caiu em cheio!
Isso é o que eu chamo de tiro ao alvo.
Por causa do que fiz, toda a atenção foi voltada para o corpo desfalecido que estava caído no chão. O brutamonte ficou irritado e com gritos perguntou ao céu e ao mundo quem ousou ferir um dos seus, hahaha, isso é muito divertido. Peguei mais uma pedra e fiz a mesma coisa com outro homem do grupo, e como o anterior, ele caiu no chão desmaiado. Esses valentões não aguentam levar uma pedrada na cabeça e ainda arrumam confusão com outros aventureiros.
Próximo a mim estava uma garota encapuzada, eu não percebi quando ela apareceu, deve ser algum tipo de maga. Ela estava olhando para o brutamonte, seus lábios estavam em movimento como se ela estivesse encantado algum tipo de magia, de repente as vestimentas do homem sumiram.
Jesus, que tipo de magia é essa? Algo que tira as vestimentas de alguém não me parece ser de grande utilidade. Quando ela usou sua magia e o homem ficou totalmente pelado, algumas mulheres gritaram “Pervertido!”, outras pessoas caíram na risada. Nesse momento cômico, os cavaleiros chegaram, o brutamonte e seu grupo foram levados e presos, assim todo esse show terminou.
Essa garota encapuzada chamou minha atenção, quem será que ela é? Bem, não é como se eu fosse vê-la novamente.
Não quis perder muito tempo e logo voltei a caminhar para fora da cidade. Próximo a entrada da cidade estavam dois guardas na parte de fora fazendo revistas e transição das pessoas para dentro da cidade, e outros dois estavam do lado de dentro fazendo a transição das pessoas que estavam indo embora da cidade.
Chegou a minha vez de ser atendido, um dos cavaleiros fez uma pequena revista em mim e permitiu a minha passagem. Meu próximo objetivo é chegar na [Cidade do Forte], é uma cidade bastante movimentada, um lugar cheio de mercenários e aventureiros, é algo como um ponto de encontro onde essas pessoas se encontram.
Na direção que fica a [Cidade do Forte] encontra-se um pequeno vilarejo, posso fazer uma pausa e me hospedar lá, e depois partir até a cidade. Lá estava eu distraído caminhando pela estrada, observando a natureza e uma linda paisagem natural, quando fui interrompido por duas garotas.
— Parado! Não mexa-se! Caso contrário irei te bater.
— I-isso mesmo! Fique parado!
Olhei para o lugar de onde essas vozes estavam vindo, lá estavam duas garotas com pequenas adagas nas mãos. É algum tipo de apresentação de comédia?
— Olá, o que vocês querem comigo? — Perguntei meio confuso.
— Queremos tudo de valor que você tem, somos da associação de bandidos do reino — Respondeu com um sorriso de satisfação uma menina musculosa.
— S-sim, queremos tudo.
Sério? Estou sendo assaltado?
Uma garota musculosa que parece uma Ferreira, e uma garota tímida, ambas portando adagas… espera, existe algo como uma associação de bandidos? Elas não têm medo de acabar na prisão?
Eu apenas ignorei elas e saí andando.
— Ei! Eu disse que isso é um assalto! — Exclamou a garota musculosa.
— Está bem, está bem — Acenei com um tchau.
Deixei elas para trás e continuei minha jornada.
— Não conseguimos pontos de novo, o chefe vai ficar irritado — Suspiro.
— B-bem… acontece.
Garotas jovens fazendo coisas erradas, deve ser algo da juventude. Estou parecendo um velho falando dessa maneira.