Rei Celestial - Capítulo 5
Harley se pôs a frente do homem com sua espada na mão, ele analisou o seu adversário sabendo exatamente de quem se tratava, “Paz” dos valetes, cada valete carregava um nome condizendo com o que mais queria ou o que mais tinha na antiga vida antes de se juntar ao grupo dos Valetes.
— Não somos ninguém … oficialmente não existimos — um sorriso sádico tomou conta da face do homem — Daremos uma palavrinha com a pessoa que o Reino de Iskald enviou, quem sabe convidá-lo na força do ódio para vir conosco
— Vai sonhando!
Harley desferiu um golpe contra seu inimigo que desviou, nesse momento o comandante percebeu um brasão na roupa que o homem usava debaixo do longo casaco.
O brasão metade vermelho e outra preto em um formato do naipe de ouro, intrigou Harley, pois aquele era o símbolo dos valetes.
Amélia estava sendo pendurada pelo pescoço no mar enquanto era asfixiada, ela olhou para baixo com os olhos vermelhos por conta da falta de oxigênio, temendo a altura que ela seria jogada, a garota abriu a boca na tentativa de conseguir respirar, seus olhos foram lentamente se fechando e ela foi jogada.
Seu agressor percebeu algo estranho ela havia se desfeito em uma energia rosa, ele logo percebeu que era magia ilusória e procurou a verdadeira Amélia no cenário, enquanto isso Luke e John lutaram juntos, enquanto John desferiu seus golpes com sua garra, Luke criou escudos para que ele não fosse atingido.
Em meio a ataques e defesas Harley se pegou pensando — “Eles não têm a menor chance contra os Valetes” Seus pensamentos foram interrompidos por Akemi que passou correndo por ele — “Mas o quê?”.
— Fé! Não deixe nem um escapar!
Em meio aos prédios e becos da fria cidade Akemi foi perseguida por uma linda mulher com um vestido vermelho e um corte em cada perna que subia até a suas coxas, seus pés descalços tocaram o chão frio e úmido a medida que ela correu.
Akemi olhou para trás seu semblante e pensamentos eram de alguém preocupado, preocupada em não perder ninguém — “Não posso deixar ninguém morrer, sei que não sou forte, mas ao menos posso pedir ajuda, não quero que ninguém morra dessa vez”.
— A onde pensa que vai garotinha?
Fé apareceu a frente de Akemi, tirando a mascar vermelha e encarou Akemi com um sorriso vencedor, em seus lábios um batom vermelho que contrastou a sua pele morena e seu cabelo negro. Suas unhas afiadas passaram pelo rosto de Akemi deixando um corte de onde escorreu sangue vermelho
— Sabe, eu já fui assim como você — ela olhou para cima — Em uma época que eu tinha fé de mais.
Ela agarrou o rosto de Akemi, que reagiu dando uma cabeçada na mulher ferindo assim às duas. Fé colocou a mão na cabeça que sangrou. A garota aproveitou esse momento para correr o mais rápido que pode.
No porto a equipe de Harley perdeu a luta o mesmo não consegiu lutar sem pensar na sua equipe, seu adversário olhou para Harley que e percebeu em seu semblante que ele fazia pouco caso de sua luta.
— Você nem sequer mostrou todo seu poder … Se é assim mostrarei o meu — ele pegou de seu cinto uma faca.
— Essa faquinha de pão é seu poder em? — Harley falou em um tom de comédia e deboche, irritando seu adversário.
— Faça suas piadinhas o quanto quiser logo não poderá falar — Paz cortou a mão com a faca e deixou que o sangue derrame no chão, a partir desse sangue ele criou uma espada igual a de Harley. — A propósito não me apresentei, me chamo Paz.
— O quê! — um semblante de espanto tomou conta da face de Harley — Não, não pode ser!
— Há, e esses são meus amigos, Verdade, Esperança e a Fé que foi atrás daquelazinha — ele lançou um ataque contra Harley que pulou, mas mesmo assim foi atingido em seu braço.
Harley pressionou seu braço para estancar o sangramento — Deixem eles irem e me enfrente, vocês três contra eu.
— Parece interessante, mas não, eles são Gardianos — ele abaixou a cabeça e colocou a mão no rosto — Garden tirou tudo de mim! Soldados de Wolfsburg atacaram a vila onde eu morava e mataram minha família.
Paz olhou para todos da equipe de Harley
— Vocês sabem o que é zona vermelha? São onde pessoa pobre e esquecidas pelo governo, por serem desprotegidas essas cidades são alvo fácil para inimigos … eles fuzilaram cada morador e eu não pude fazer nada.
— Não use o que aconteceu com você, como desculpa para matar! — ódio foi o que se viu nos olhos de Harley naquele momento, ele bateu em sua cabeça com força.
Harley passou a mão em suas madeixas loiras as jogando para trás seus olhos agora estavam púrpura um tom roxo tão lindo e brilhante, de suas mãos emanou uma energia negra com um contraste roxo, os círculos de magia que ele utilizava passaram a ter outros sinais, ao vê-los um ar apavorado tomou conta do semblante de John que deu um passo para trás.
— Isso é … — John sussurrou par si não permitindo que os outros escutasse, mas Luke estava atento a cada movimento e fala. — Aqueles símbolos, isso é Necromancia.
— O-q‐que É?
— Não é nada não! Eu só me confundi — ele tentou despistar seu companheiro, mas em seu pensamento ele soube muito bem o que era — “Os Necromacers, foram expurgados pelo clero, não existem mais deles…”
Os pensamentos de John foram interrompidos por uma gargalhada medonha de Paz — “A morte vaga por esse mundo recolhendo todos!”
Harley foi para cima do homem sem dar chance do mesmo se defender, em meio aos golpes e defesas Harley fez com que Paz derrubasse sua espada de sangue.
— O que fará agora?
— Mata-los — Paz tentou intimidar Harley, mas percebeu no semblante do mesmo que não havia funcionado.
— Não me importo com as baixas se eu conseguir capturar você
— Um homem que não tem nada a perder
Nesse momento Akemi chegou com reforços, ao vê-los Paz disse as seguintes palavras — Nós tire daqui — um portal verde se abriu em baixo de cada um dos inimigos que desapareceram assim como os portais.
Harley olhou para sua espada, e a colocou na cintura logo após levou a mão ao seu bolso que havia no peito do seu uniforme tirando seu cantil de lá. Ele encarou Akemi com seu olhar sério e frio, enquanto abriu a tampa do cantil.
— Quem te deu autorização para sair correndo?
— Eu fui buscar reforç …
— Não interessa … Eu não autorizei … Aquela mulher podia ter te matado, a pró …
— Comandante … O navio! — Amélia apontou para o grande navio de madeira que se aproximou do porto. Um barulho de sirene tomou conta do cenário, indicando que o navio acabou de chegar.
— Levaremos o representante de Iskald para capital? — Judith perguntou encantada com o grande navio. Harley concordou com a cabeça, guardando seu cantil de volta no bolso.
《♤♡◇♧》
Henry estava em seu quarto sentado sobre a cama encarou o grande espelho na sua frente, ele olhou nos olhos negros e melancólicos do próprio reflexo, passando a mão em seus cabelos castanhos. Henry olhou para as próprias mãos e as viu sujas de sangue, ficando atordoado com a visão. Se levantou e colocou seus óculos de grau.
— Porquê? Por que tenho que ir para lá?
As nuvens cobriram o céu naquela tarde indicando que a chuva estava próxima, Harley caminhou até a sala do Coronel com seu relatório em mãos, ao entrar na sala ele avistou Major Roger Valencia com um semblante preocupado olhando para um papel.
— O relatório da missão do porto
— Foram atacados? — Coronel Klaus disse lendo o relatório — Como sua equipe se saiu?
— É … uma equipe meia boca, mas com treino eles chegam lá.
Major Roger largou a folha que leu em cima da mesa — Vou reunir minha equipe e vou atrás dele!
— O que aconteceu?
— O tenente‐coronel Henry — Klaus entregou a folha que Roger acabou de ler, para Harley — Major Valencia desconfiava que ele podia ser o Rei Celestial de Garden, e agora ele foi enviado em uma missão que eu nunca lhe dei.
Harley olhou para Roger que não conseguiu disfarçar seu semblante triste
— E ele é o seu irmão?
— Infelizmente não
— E os valetes já agiram, eles nos atacaram no porto, estão desesperados pelos Reis Celestiais.
— Permissão para ir atrás do tenente-coronel senhor — com um semblante determinado Roger prestou continência demonstrando respeito ao seu superior.
— Permissão concedida!
— Espera … permissão para ir junto — Roger olhou para Harley incrédulo — Você é o último com sangue do antigo rei Alexander …
— Sei me virar sozinho
— Mas se você morrer agora o poder celestial de Garden será perdido, depois que você tiver um filho e ele nascer com o poder celestial aí sim você pode morrer, mas se seu irmão tiver vivo seu filho nasce sem o poder celestial — Harley soluçou enquanto falou — Mas se seu irmão tiver mor…
Roger observou Harley falar de braços cruzados batendo o pé no chão, a cada palavra que saiu da boca de Harley, ele se irritava mais até que não aguentou e o interrompeu.
— Já acabou? — ele se aproximou de Harley o olhando nos olhos azuis e cheirando o mesmo — Você está bêbado?
— Posso ter tomado umas no caminho para cá, mas tô não
— Só vamos logo.