Spes Homini - Capítulo 1
— Tenente o que aconteceu aqui?
— Você é o detetive contratado pelo presidente para encontrar o assassino em série, certo?
— Isso mesmo… — respondeu o investigador enquanto acendia um cigarro — Mas então, como está o corpo? Existe algum indício de que tenha sido o nosso suspeito?
O vento estava agitado e acertava no corpo dos dois homens, os cabelos e as roupas dos dois esvoaçavam. Foi então que no meio dessa forte agitação que o homem que tinha por volta de trinta anos respondeu: — A vítima teve a cabeça cortada e a marca do assassino encontra-se no peito. Quanto à outra pergunta pode dizer-se que sim, contudo com o aumento da popularidade do caso pode ser alguém a passar-se por ele. Ainda existem muitas incertezas, agora deixamos tudo com você, esse é o seu trabalho não é?
— Vejo que vai ser um caso difícil… Bem acho que vou dar uma volta por aí talvez encontre algo.
Ao terminar de falar com o tenente do décimo quarto esquadrão da polícia de Los Angeles, o detetive dirigiu-se até ao cadáver e rapidamente percebeu que a vítima era o dono da maior indústria de armas do pais que estava a ser investigado por vender armas a terroristas.
“É o quinto assassinato só esta semana, não deve ser apenas um homem seria improvavel, o assassinato de ontem foi na Síria, possivelmente são um grupo, tenho de investigar essa possibilidade” — deduziu o detetive ao mesmo tempo que apagava o cigarro no chão.
— Então detetive alguma coisa? — gritou o tenente com uma voz bastante rouca.
— Apenas uma possibilidade, vou ter de ir embora tenho de investigar uma coisa.
— Entendido, podes ir nós tratamos do resto.
— Obrigado, vemo-nos depois.
O detetive afastou-se lentamente, entrou no carro e dirigiu até à agência de detetives onde trabalhava.
— E então como vai o caso Matthew?
— Deixa-o ele tem muito a fazer, se não encontrar o assassino o presidente ainda lhe tira o primeiro lugar.
— Cala-te Thomas, isso é só inveja.
— Os computadores têm Tor? — questionou o detetive apressado.
— Sim, tens só de ligar a VPN e meter o teu código de detetive para aceder aos sites bloqueados.
— Ok Thomas, depois falamos.
Matthew entrou apressadamente no computador, em instantes começou a navegar por aquilo a que os civis chamam de Deep Web e encontrou sem problemas o que procurava.
— É isto mesmo!!!!
— O que foi? — perguntou o outro detetive assustado com o grito súbito.
— Vocês sabem aqueles assassinatos em série que vêm acontecendo, eu acredito que não seja apenas um pessoa e sim um grupo, e com esta informação posso concluir que os detetives de outros países também chegaram à mesma conclusão, deve estar aqui algures o nome desse grupo…
— Ali está! Spes Homini, um nome em latim, estranho — disse Thomas bastante intrigado com o caso.
— Acho melhor marcar uma reunião com os outros detetives do mundo, não achas Matthew.
— Não é uma má ideia mas tenho de ir a sitio, tu e o Thomas conseguem tratar disso?
— Claro que sim.
— Então adeus volto mais tarde!!!! Tenho de investigar mais algumas coisas.
Matthew correu até à saída do prédio, até que parou e começou a andar em direção ao seu automóvel, mas ao olhar para trás ele reparou que alguém o seguia. Rapidamente começou a correr novamente, ele percorreu a maior distância que conseguiu por entre os arranha-céus e ruas estreitas até reparar que a figura misteriosa tinha desaparecido.
Ele estava perdido, à sua frente uma passadeira, sem perder tempo o investigador atravessou-a, foi então que um carro surgiu repentinamente atropelando o detetive, o seu corpo ficou imovel no chão. Os profissionais de saúde foram enviados ao local, no entanto nada podia ser feito.
— Continuando, o próximo tema abordado nesta reunião será a morte de Matthew, o detetive número um dos EUA.
— Desculpe interromper senhor, mas eu poderia ler o relatório da morte do detetive para deixar todos os aqui presentes que não saibam sobre o ocorrido informados?
— Claro, por favor continue.
— Ele morreu no dia cinco de Abril deste ano enquanto investigava o caso do grupo criminoso, Spes Homini, sob ordem do Presidente dos Estados Unidos da América, vítima de um atropelamento durante uma fuga segundo o que apuramos.
— Acho que todos concordamos que isso é uma clara ameaça de guerra, um dos maiores detetives do mundo não morreria por acaso.
— Podemos então concluir que foi um homicídio.
— Claro que sim, que mais provas precisamos. Temos de formar um grupo de detetives de elite.
— Polícia, temos uma denúncia de bomba neste local, precisamos que saiam todos daqui imediatamente — gritou o membro da SWAT que entrou apressadamente na sala.
—Como assi…
— Interrompemos o Jornal para dar a seguinte notícia, uma das bases secretas da polícia foi explodida com membros da polícia e alguns dos maiores detetives do mundo lá dentro, a CIA está a dar uma grande recompensa por qualquer informação fornecida sobre o caso.
Enquanto isso em uma localização desconhecida.
— Parece que os peões estão se movimentando, quando todos estiverem posicionados o julgamento poderá começar.
De repente entrou na sala um homem vestindo roupas de mordomo, ele calmamente serviu o seu senhor.
— Chefe eles chegaram.
— Deixa-os entrar.
— Claro, mestre… Podem entrar, venham.
— Bem-vindos, membros do novo Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães podem sentar-se para darmos início às negociações — disse a figura misteriosa enquanto fazia uma vénia.
— Agradecemos o convite, esperamos sair daqui com o projeto da Nova Alemanha Nazista.
— Bem começando, quantos membros vocês têm mais ou menos?
— Por volta de quinhentos mil membros, quase todos infiltrados no governo Alemão à espera de uma ordem para aplicar um golpe de estado.
— E qual é a vossa posição nesse grupo, já agora desculpem a minha má educação mas algum de vocês gostaria de beber chá?
— Claro, porque não.
— Mordomo por favor.
— Claro mestre.
— Continuando então, eu sou um dos líderes e os outros dois são os meus seguranças — respondeu o chefe nazista bastante alegre.
— Entendo, um homem tão importante não poderia andar sem proteção por aí, como sabem o nosso plano é muito complexo e difícil, por isso preciso saber se estão dispostos a entregar a vossa vida por ele.
— Nada é fácil na vida mas por uma Nova Alemanha eu dou a minha a vida pelo pla…
— Desculpe interromper, mas posso pôr aqui o chá?
— Claro, ponha.
— Já agora algum de voces quer presunto nazista.
— Como assim não entend…..
Enquanto o guarda falava o mordomo tirou duas facas da cintura, decapitando os dois seguranças e fazendo o líder nazista de tanto medo cair da cadeira em direção ao chão, ao mesmo tempo o homem que conversava com eles levantou-se e a rir exclamou: — Não acredito que caíram mesmo na armadilha nós nunca quisemos saber do vosso plano ou objetivos, acham mesmo que em pleno século XXI conseguiriam criar uma Alemanha Nazista, que gente mais medíocre, mas calma não fiques chateado tu ainda tens utilidade para nós, quero dizer que vais dar a ordem de golpe de estado.
— Não posso, haveria uma guerra civil na Alemanha e o mais provável seria a nossa derrota.
— Ainda não percebeste, eu não quero saber quem perde ou ganha, o mundo vai ficar tão preocupado com a guerra civil Alemã que rapidamente esquecerá de nós e o que aconteceu nas últimas semanas, será a distração perfeita, mas então vais colaborar ou não.
— Claro se prometeres que me deixas sobreviver?
— Acordo fechado.
Ao ouvir isso, o último sobrevivente retirou o telefone do bolso e enviou o código para todos os membros do grupo.
— Muito bem meu peão, a sua função já foi completada, por isso podes elimina-o.
— Não, não, nã…..
— Acho que finalmente podemos começar o plano Ômega.
— Chefe e quanto à mansão e ao seu dono.
— Podes queimá-los já não têm qualquer utilidade e depois disso podes voltar aos contratos de assassinato, vamos precisar do dinheiro. Adeus vemo-nos mais tarde.
Uns dias depois na sede da ONU.
— Espero que todos os que nos acompanham estejam, já se passaram doze dias desde o início da guerra civil e os militares tiveram hoje uma nova vitória sobre os rebeldes do grupo do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o exército diz que tudo estará resolvido em um mês, vamos passar a palavra ao nosso repórter que se encontra numa das bases provisórias do exército.
— Eu estou aqui com o coronel do exército voluntário, o que o senhor poderia dizer aos civis que têm passado momentos difíceis por conta da guerra?
— Bem, posso dizer que tem sido difícil combater os rebeldes, eles usam armas de última geração extremamente perigosas e para além disso também vou deixar aqui também uma mensagem para a população, a ONU já entrou em ação e está a enviar milhares de homens para nos ajudar por isso os cidadãos podem ficar descansados, já os rebeldes se realmente prezam por suas vidas esta seria a melhor altura para se renderem.
— Esta foi a notícia transmitida hoje pelo canal de notícias Deutsche Welle, esta guerra não aconteceu por acaso, achas que poder ter algo haver com a Spes Homini, António Guterres?
— Claro que não foi por acaso, mas dizer que foi a Spes Homini pode ser um erro, ainda não sabemos nada sobre eles, temos de deixar os detetives investiga-los. O melhor seria ativar a operação de emergência global.
— Mas para isso temos de convocar uma votação e se alguém votar contra senhor?
— Se for preciso pagamos a quem negar e se eles não aceitarem pagaremos de uma forma diferente.
— Como o senhor quiser.