Spes Homini - Capítulo 10
— Parece que finalmente encontrei um adversário à minha altura, ah ah ah! — disse Dener ao recuar para trás com um gigantesco sorriso no rosto.
— Como eu posso ser um adversário à sua altura se até agora não me destes trabalho algum, já eu te dei muito pelo que posso ver — respondeu Michael com um tom calmo de imediato enquanto limpava o sangue da katana.
— Estes cortes não são nada, ainda posso lutar por muito tempo.
Ao concluir a frase o terrorista avançou rapidamente sobre o assassino. Ele se locomoveu a uma velocidade absurda, mas o Michael conseguiu segurar o ataque sem grande esforço, revidando de seguida com um golpe fortíssimo feito com a sua Katana que por pouco ia acertando Dener.
— Como assim, isso não é um golpe de um humano, essa força, só a pressão do golpe destruiu a pedra que estava atrás de mim — disse o criminoso pasmado com o poder do golpe.
— Eu já te disse, tu não representas perigo para mim, eu só quero terminar com isto logo.
— Bem meu amigo, eu queria ficar aqui a divertir-me contigo, mas já completamos o nosso objetivo, — falava Dener enquanto levantava o braço ao mesmo tempo que segurava a empunhadura da faca fortemente — deshalb schießt Alejandro. ( portanto, Alejandro atira )
De repente um barulho gigantesco se dispersou dentre os prédio. Em seguida um projétil percorreu o ar até atingir o corpo do agente da Spes Homini. O impacto da bala Michael caiu no chão, ficando paralisar no sobre o solo.
— Final da linha meu amigo, a inteligência sempre ganha à força bruta, agora como tinha dito vou levar a tua cabeça como prêmio, vai ficar bonita na minha prateleira.
— Nunca vou perder para uma merda como tu — proferiu Michael enquanto se tentava levar.
O assassino mal se conseguia manter de pé, enquanto ele procurava se equilibrar o terrorista ria loucamente. Foi então que em segundos o Micael surgiu atrás de Dener fincando a sua arma no corpo do criminoso, que ficou sem entender o que tinha acontecido.
— Seu…como…eu não… — Dener procurava forças para falar enquanto o sangue escorria da sua boca e a dor se espalhava pelo corpo.
Michael retirou de imediato a katana e ambos caíram no chão. O assassino caiu de costas no piso com um enorme sofrimento, já o terrorista desabou no solo de joelhos. Ele não conseguia acreditar como o plano dele não tinha funcionado, foi então que um dos homens da Ouroboros foi até ao líder e disse.
— Chefe eles chegaram.
— Todos os sobreviventes recuem para a base, já tu ajuda-me a levantar, ele acertou-me num ponto vital, não consigo me mexer — ordenou Dener.
— Sim chefe!!!!! — gritaram os soldados ainda vivos da Ouroboros.
Em poucos minutos a maioria dos lutadores da organização terrorista já se encontravam fora de combate, já os agentes da Spes Homini matavam os que ficaram para trás e os feridos. A poça de sangue à volta do Michael era considerável por isso um médico que trabalhava no hospital foi enviado de imediato, mas apenas um só profissional não era suficiente, então quatro homens o levaram para dentro rapidamente. Uma parte do hospital estava destruído, por isso maioria das camas estavam ocupadas com os feridos, muitos tinham perdidos partes do corpo com a explosão.
— O que te aconteceu Micael? — perguntou o líder da Spes Homini ao ver o seu melhor homem naquele estado.
— Ele acertou-me com uma bala, não consegui eliminá-lo, ele fugiu.
— Levam-no de imediato para a sala de operação.
— Mas chefe, as salas estão todas cheias e a fila de espera é gigante — falou um dos homens que transportava o corpo do assassino.
— Não quero saber, ele vai entrar naquela sala agora, quem quiser reclamar podes matar — respondeu o chefe enquanto modificava a sua expressão de preocupada para séria.
— Claro chefe.
Os quatro colocaram o Micael numa maca hospitalar. Duas enfermeiras rapidamente apareceram e levaram-no para o local da operação, logo em seguida o melhor médico entrou na sala.
Durante a cirurgia na cidade surgiu o exército da ONU comandados pela Dama de Ferro, Jennifer de imediato ordenou os soldados a saírem dos veículos e a tomarem a cidade. Eles se dispersaram por todos os edifícios, em questão de minutos a urbanização estava totalmente dominada pela ONU. Após as ordens da comandante, ela, Robert e quatro dos seus subordinados movimentaram-se até ao hospital. Os guardas à porta do edifício pararam-os de imediato começando uma discussão.
O chefe da Spes Homini ao ver aquilo desceu rapidamente pelo elevador até ao rés-do-chão, a conversa estava cada vez mais conflituosa, ambos os lados apontavam as armas uns para os outros.
— Já dissemos, este prédio é neste momento propriedade da empresa de segurança Black System!!!! — gritou um dos guardas já irritado com a situação.
— E nós somos da ONU, qual tem mais autoridade das duas? — respondeu de imediato Jennifer.
— Não quero saber de onde vocês vieram, nós temos ordens para não deixar ninguém entrar.
Robert, chateado, retirou uma arma do casaco e encostou-a à cabeça do adversário, só que ao fundo apareceu o chefe da Spes Homini que gritou: — Baixem as armas agora!!!!!
— Sim, chefe. — disseram os dois agentes enquanto baixavam as armas, amedrontados.
— Calma Robert, abaixa a arma.
— Desculpem o incomodo, mas eu tinha-lhes dado ordem para não deixar entrar ninguém, por conta do que tem acontecido, não podia arriscar que um bombista entrasse no Hospital sem querer.
— Nós entendemos, mas por terem desafiado uma autoridade serão todos presos — disse calmamente a Dama de Ferro.
— Presos, eu não quero ser preso chefe!!! — disse um dos guardas abraçando o chefe da Spes Homini.
— Não te preocupes, legalmente nós somos a empresa que trata da segurança da cidade.
— Estava só a brincar, eu sei que sim, o terceiro homem mais rico a nível mundial tem vários negócios e um deles é segurança pública.
— Mas bem, entrem, mas só vocês dois, os outros quatro ficam aqui.
— Certo, vamos Jennifer.
Os três dirigiram-se ao elevador e subiram até ao andar que era usado como centro de operações. O andar estava totalmente desarrumado, agentes por todos os lados, eles foram até uma sala e começaram a discutir o que iam fazer.
— O que vocês querem fazer? — questionou o chefe da Spes Homini.
— Nós viemos prender o terrorista e queríamos saber como está a situação aqui? — respondeu Robert.
— O terrorista fugiu faz pouco tempo, nós temos uma pista do esconderijo dele, alguns dos meus homens viram um grupo de carros blindados a passar por trás da cidade, é provável que sejam homens do Dener, a localização é esta — retrucou o chefe enquanto apontava para um monitor onde estavam as coordenadas.
— Ok, o que fazemos Jennifer.
— Acho que o melhor é atacarmos em conjunto com eles.
— Nós estamos a pensar em esperar algumas horas para nos organizarmos antes de atacar. O nosso melhor homem levou um tiro e está agora a fazer uma operação, nós não vamos atacar até ele estar pronto.
— Acho que podemos esperar — disse a Dama de Ferro ainda pasmada com a preparação daqueles homens.
— Parece que estás um pouco… pasmada senhora, algum problema? Mas continuando, vamos levar poucos homens, no máximo dez, os dez melhores, para diminuirmos o número de mortes. Não quero levar gente desnecessária serão apenas mortes sem sentido — continuou o chefe da Spes Homini.
— Eu não estou pasmada!!! — respondeu Jennifer um pouco envergonhada.
— Mas a taxa de sucesso não seria maior se mandarmos mais homens? — interrogou Robert.
— Eu, acho que ele tem razão, mas quem seriam esses dez?
— São boas perguntas. Para a tua questão Robert, sim é verdade, mas as mortes seriam imensas, eu não posso deixar que mais pessoas morram, é isso que ele quer. Já a pergunta da Jennifer, não sei ainda, tenho de pensar sobre já que agora tenho mais gente há disposição.
Foi então que durante a conversa um enfermeiro entrou na sala e disse: — Senhor, o Micael acabou de sair da sala de operação, ele como por um milagre não ficou com danos graves, deve se recuperar daqui a poucas horas, mas não totalmente, se ele se esforçar demais vai acabar por abrindo a ferida.
— Desculpem, mas tenho que me retirar para ver como ele está — disse o chefe enquanto se levantava e saia da sala.
O andar onde estava o assassino era em baixo do em que os três estavam reunidos, o elevador não era muito longe da sala. O tempo de espera foi curto. As portas de elevador se abriram e de novo a visão de inferno surgiu, gritos, sangue e corpos, ele andou por todas a miséria e sofrimento, entrando no quarto do Micael.
— Olá Micael, como estás?
— Sem perigo de vida agora.
A sala estava cheia de profissionais de diversas profissões, mas com um movimento com as mãos ordenou a saída de todos os presentes para continuar a conversa com o assassino.
— Alguns dos nossos agentes conseguiram localizar o esconderijo dele, vamos atacar quando estiveres melhor.
— Não precisamos atacar, eu feri-o num ponto vital, daqui a poucas horas ele estará morto.
— Isso é bom, mas o problema é que existe uma possibilidade do John estar vivo, eles vinham do local onde era a nossa base e é provável que o John tenha sido capturado, pois os homens que eu enviei para lá não encontraram corpo nenhum.
— Isso é uma razão válida para invadirmos, mas não achas que pode ser uma armadilha?
— Claro que acho, por isso que nós vamos levar poucos homens para essa operação e com a nossa aliança temporária com a ONU fica mais fácil.
— Aliança com a ONU?
— Sim, isso mesmo, mas claro que eles não sabem que somos da Spes Homini, neste momento temos o nome de Black System, por isso vê se não deixas escapar nenhuma informação.
— Certo, não deixarei escapar nada.
Ao mesmo tempo no esconderijo da Ouroboros.
— Como isto aconteceu?
— Mas chefe, nós não sabíamos que isso aconteceria, nos perdoe.
— Desculpas. Eu quero resultados e não desculpas, mas como sempre vocês são inúteis. Todos os planos sou sempre eu que faço, tudo tenho de ser eu a fazer, mas eu estou farto desta merda, por isso vamos ter alguns despedimentos.
Ao concluir a sua fala, Dener pegou numa arma e atirou em cada homem presente naquela reunião. A cor das paredes passou de um belo branco para um vermelho vivo.
— Eu dou-lhes trabalho e é assim que me recompensam. Que gente tão medíocre, mas que merda, aquele animal pôs-me em xeque-mate, eu vou morrer em algumas horas. Não existe um médico próximo que me ajude, fuda-se. Mas que merda de ataque foi aquele, ele se transportou de um local para o outro em segundos, será alguma tecnologia nova. Tenho de parar de pensar o importante agora é manter a minha vida.