Spes Homini - Capítulo 2
— Atrasado como sempre.
— Adormeci, a viagem foi…complicada.
— Bem, não sei qual foi a razão por voltares da Alemanha de barco, mas pronto.
— Assim fica mais difícil de alguém saber que eu lá estive, agora deixando isso de lado o plano Ômega já começou.
— Eu já percebi, o nosso alvo ainda está em Berlim, o John tem estado a vigiá-lo, se tudo correr como planeado à noite ele estará do nosso lado.
— Acho que não tenho mais nada para fazer aqui, vou para o casino qualquer coisa liga-me.
— Chefe antes disso chegou uma carta para ti.
Enquanto isso em Berlim.
— A missão é a seguinte, temos de capturar um homem chamado Nicolai, ele é considerado o melhor atirador do mundo e um dos maiores agentes da Rússia.
— Claro, chefe — responderam os mercenários que acompanhavam John ainda receosos.
— Vamos partir imediatamente.
Na praça de Pariser Platz em Berlim, que antes era uma das mais importantes praças da Europa, agora encontrava-se totalmente destruída por conta da guerra. Os monumentos estavam despedaçados e as casas pegavam fogo há vários dias, o Portão de Brandemburgo estava a ser usado pelos rebeldes como base de operações e na porta haviam várias pessoas empaladas.
Dois guardas que ao verem que Nicolai se aproximava exclamaram: — É melhor ires embora, temos ordens para matar quem se aproximar, po…
— Eu também tenho essa ordem que coincidência, mas espera tenho outra ordem também qual era mesmo… — gritava o pistoleiro enquanto com toda a força tentava se relembrar — Já me lembrei, tenho que capturar o Dener.
Ao concluir o discurso ele disparou na cabeça dos dois guardas, continuando a andar lentamente em direção ao portão, ao verem aquilo os outros guardas acionaram o alarme fazendo com que todos os homens ali presentes se dirigissem ao portão, ao ver aquilo o Nicolai berrou: — Quantos mais melhor!!!!!!
— Que tolo acha mesmo que nos pode derrotar a todos.
— Verdade, é melhor fugires enquanto podes.
— Veremos isso seus nazistas de merda.
Todos os cinquenta inimigos começaram a correr em direção a Nicolai, a cada tiro disparado um deles caia, até que as balas acabaram fazendo o atirador entrar numa intensa batalha corpo a corpo. Enquanto isso, o guarda-costas de Dener ao perceber o silêncio repentino dos tiros saiu da toca do lobo para finalizar o intruso. Já não havia escapatória para o pistoleiro que estava cercado, sendo golpeado por inúmeras armas brancas e atingido por vários ataques físicos, foi então que John e os seus soldados apareceram massacrando quase todos os soldados nazistas restantes.
— Tenho de vos dar os parabéns, mas não posso entregar-vos o Dener, que tal um acordo? — questionou o guarda-costas.
— E qual seria?
— Dou-vos uma parte do meu salário se forem embora.
— Recuso, acho que consigo acabar contigo sem problemas, se conseguir eu vivo e se não apenas morro, a recompensa vale a pena no final.
— Então fiquem cientes que eu não vou facilitar, automatische Maschinengewehre eröffnen das Feuer. ( metralhadoras automáticas abrir fogo )
Depois de uma longa sequência de tiros estas pararam, os soldados de John encontravam-se mortos juntamente com os nazistas sobreviventes, mas os dois estavam quase ilesos, ao testemunhar a morte dos seus homens John adquiriu um sentimento de vingança que tentaria realizar de qualquer forma possível.
— Que tal uma aliança só por agora? De repente fiquei com vontade de arrebentar a cara dele.
— Pode ser, mas não vou dividir a recompensa.
— Não preciso de dinheiro.
— Então começa aqui a luta, só vos digo que não vou me conter.
Em segundos todo o terreno ficou coberto de nano-bombas que, uma a uma começaram a explodir.
— Vamos brincar um pouco, se vocês não se desviarem podem acabar por perder metade do corpo em apenas alguns segundos.
— Dá-me a tua arma eu consigo acertar na cabeça dele mesmo em movimento.
— Aqui está.
— Blagodarnost’. ( obrigado )
— Não entendi, mas concordo totalmente.
Falavam os dois enquanto se desviavam das bombas, até ao aparecimento de uma oportunidade, que Nicolai usou com maestria, mas ao acertar no adversário este desapareceu surpreendendo os dois, contudo em instantes como por magia ele reapareceu atrás deles esfaqueando o braço de John que reagiu com um chute na cabeça, Nicolai rapidamente apontou a arma para ele, mas de novo o guarda desvaneceu.
— Ele está a usar uma tecnologia de camuflagem e microchips de criação de hologramas, essas tecnologias ainda são experimentais e podem dar problemas, por isso temos de usar esses problemas a nosso favor.
— Só restam duas balas na tua arma, tens mais alguma?
— Não, vamos ter de aproveitar essas duas ao máximo.
— Existe uma chance, já não lhe devem restar muitas restam bombas, quando acabarem atacamos.
— Certo.
Ao finalizarem as explosões os dois começaram a destruir os microchips fazendo com que o guarda se revela-se, o Nicolai rapidamente recuou disparando um tiro que foi facilmente evitado pelo adversário, ao recuar do tiro o inimigo foi recebido com um chute na cara de John tão forte que fez com que ele fosse contra a parede. Ao recuperar as forças o segurança a toda a velocidade dirigiu-se a John.
“Não pode ser.” — pensou John com o corpo a tremer de medo.
Ao se embaterem começaram uma intensa troca de chutes e socos, cada um mais forte do que o anterior até Nicolai estava surpreendido, depois de alguns segundos os dois encontravam-se exaustos mas com o golpe certeiro o guarda partiu o braço de John, fazendo-o soltar um grito de dor. Em seguida, o corpo do agente caiu sobre o chão de tanto sofrimento que sentia no momento. Mas o nazista ainda não estava satisfeito, segurando o outro braço do seu adversário foi até uma parede fincando-o num ferro que ali estava.
— Um já foi, agora falta outro.
— Ty mozhesh’ priyti svoye der’mo. ( você pode vir seu merda )
— Ich werde diese beschissene russische Sprache schneiden !!!! ( eu vou cortar essa merda de língua russa )
Os dois ficaram cara a cara e com um soco na cara de cada um deu-se o começo da batalha.
— Diz-me a verdade quem és tu?
— Queres mesmo saber, então eu vou dizer-te, eu era um dos assassinos profissionais da agência Professionelle Mörder, aposto que conheces.
“ Não acredito a Professionnelle Mörder eu pensei que eles tinham sido extintos, não pode ser, acalma-te respira agora o foco é a missão”.
— Então não fique desconcentrado!!!! — exclamou o guarda antes de dar um soco fortíssimo na cara do Nicolai.
O corpo do atirador acabou sendo projetado para dois metros de distância, mas com um pedaço de vidro o pistoleiro reagiu fazendo alguns cortes no braço do segurança, que rapidamente acertou outro soco, que fez o pistoleiro rolar por mais alguns metros.
— Se te renderes terás um fim rápido sem dor…
— Não me entregaria a um merda como tu.
— Então terás uma morte lenta e dolorosa.
O corpo do atirador encontrava-se num estado péssimo, ele estava esticado pelo chão enquanto tentava usar as suas últimas forças para se levantar, quanto mais ele se mexia mais a lama se misturava com o sangue que saia cada vez mais do seu corpo.
O guarda foi até ao Nicolai lentamente e com uma mão levantou o corpo dele, em alguns instantes proferiu-lhe cinco socos no peito.
— Então e agora.
— N…u…n…c…a… — respondeu o pistoleiro enquanto cuspia sangue da boca e agonizava de dor.
Com um movimento o braço que estava a ser segurado pelo segurança foi arrancado, fazendo o russo dar um grito de dor que ecoou por toda a cidade, ao mesmo tempo o John conseguiu retirar o seu braço do ferro e com alguma facilidade arrancou o objeto da parede
— Últimas palavras.
— Cuidado com os olhos seu merda.
Ao proferir aquelas palavras Nicolai enfiou a bala que restava no olho do seu adversário, enquanto isso John correu em direção ao guarda espetando o ferro nas suas costas.
— Então quem ganhou no final, seu merda?
— Achas mesmo que eu te darei a vitória, para isso tens de me matar…
Enquanto o guarda falava, John continuava a trespassá-lo com o metal.
— Chega, ele está quase morto!!!!
— Eu sei, só estava farto de o ouvir a falar.
— Vamos deixá-lo aqui a sofrer e quando voltarmos matamo-lo.
Ao acabarem de falar, ambos entraram no esconderijo que ali se encontrava. Ao entrarem, depararam-se com um homem sentado numa cadeira.
— Ele deve ser o Dener.
— Podes ir ter com ele, eu fico aqui.
— Não posso fazer nada contra vocês, é melhor render-me, levam-me — respondeu aquele homem com um longo sorriso estampado no seu rosto.
Nicolai dirigiu-se até Dener, algemando as mãos do chefe nazi.
— Eu vou só entregá-lo para os agentes da Rússia e já volto.
— Eu espero, tenho que te perguntar uma coisa quando voltares.
— Já agora não cheguei a perguntar o teu nome.
— Eu chamo-me John.
Nicolai ao voltar as costas deixou o John a pensar.
“Será mesmo que ele é a melhor escolha para atirador, bem acho vou ter de esperar para ver que o chefe tem em mente”.
— Calma onde está aquele nazi? Ele devia estar aqui, é impossível ele ter fugido, estava quase morto, será que alguém o ajudou, mas mesmo assim não deve haver qualquer problema ele estava em péssimo estado provavelmente nunca mais deve lutar na vida.
Uma hora depois, com a volta de Nicolai, John perguntou.
— Quanto tempo Nicolai?
— A embaixada Russa era longe daqui, ele deve ser levado para a Rússia daqui a uns di…calma esqueci-me onde está o nazista?
— Eu não sei, alguém deve tê-lo levado.
— Certo, o que querias perguntar?
— Conheces a Spes Homini?
— Sim — respondeu o russo bastante curioso.
— Tenho ordens para te juntares a nós, então aceitas?
— Depende do salário, que tal continuarmos a falar num bar aqui perto, quero comer alguma coisa.
— Pensava que as pessoas tinham sido todas evacuadas da cidade, estranho.
— E foram, mas o bar é gerenciado por militares.
— Já que é assim porque não, a minha barriga também precisa de algo para matar a fome.
E lá foram os dois até ao bar, o local era administrado por soldados americanos, parecia quase um acampamento militar, eles tinham todo o tipo de recursos, mesmo estando localizados debaixo do chão, o ar tinha um forte odor a suor, talvez até demais. Ao entrarem sentaram-se na primeira mesa e continuaram a conversa.
— Aceitas ou não?
— Os senhores querem alguma coisa? — questionou a atraente atendente enquanto piscava o olho ao russo.
— Traga duas cervejas e alguma coisa para comer. — respondeu John de imediato, sem nem pensar.
— Anotado, trago assim que puder.
— Mas então qual será o salário?
— Cem mil dólares por mês.
— Aceito, quando começo.
— Temos um voo marcado para hoje à noite, amanhã estaremos na base.
— Então vamos aproveitar e beber o quanto pudermos, eu pago!!!!!!
— Já que é assim, vamos aproveitar!!!
— Traga duas bebidas e alguma coisa para comer.
— Aqui estão — disse a bonita mulher enquanto colocava tudo em cima da mesa.
— Não estás incomodado com a falta do braço?
— Não, basta pôr uma prótese, vou estar bom daqui a uma semana, não te preocupes com isso, eu não devia ter baixado a guarda, tu ficaste pior que eu, agora deixando isso de lado qual o teu trabalho antes de te juntares aos Spes Homini? Aposto que não eras um fazendeiro — perguntou o pistoleiro enquanto mandava a cerveja para dentro.
— Eu era um membro da CIA, pode-se dizer que eu era um dos dez melhores agentes na altura.
— Então posso deduzir que é uma organização que recruta apenas os melhores dos melhores.
— Exato.