Spes Homini - Capítulo 3
— Bem, mas continuando eu chamei-te aqui para falarmos sobre o contrato…
— Sobre isso, já está tudo resolvido.
— Parece que o que dizem é verdade, Diego podes trazer o dinheiro para o nosso camarada!!!! — exclamou Raul bastante animado.
— Claro, Raul.
— Espera, como posso ter certeza, Ruan? Preciso de provas.
— Não te preocupes, o corpo está lá fora na carrinha , se quiseres podes trazê-lo cá para dentro.
— Traz o corpo Diego quero vê-lo pessoalmente, enquanto isso conta-nos quais foram os últimos momentos dele.
— Sobra sempre para mim trazer os corpos — resmungou o capamga imensamente chateado.
— Ah…
Alguns dias antes.
— Olá, tudo bem, vim aqui falar com o Lopes.
— O Lopes de momento não está a receber visitas.
— Mas eu falei com ele por telefone.
— Vou perguntar ao chefe de segurança, volto já.
— Certo, vou aguardar aq…
— É agora que começa a chacina, certo. — interrompeu Raul dando um leve suspiro de alegria.
— Não te quero desapontar, mas pelos meus cálculos apenas o homem pela qual fui contratado morreu.
— Já que é assim não fales dos pormenores passa já para a morte dele.
— Chefe, aqui está o corpo.
— Deixa-o aí, quero ouvir a história.
— Continuando então…
Depois de passar por várias revistas, vários corredores e múltiplos guardas, era a tão aguardada hora, a de finalizar o contrato. Ao entrar na sala lá estava ele, o chefe do maior cartel de drogas da Bolívia.
— Tudo bem Ruan, senta-te.
— Claro, suponho que sejas o Lopes — perguntou o assassino enquanto se sentava numa cadeira.
— É como me chamam por aqui.
— Mas bem, eu não vim aqui para ficar a conversar, tenho um contrato para realizar por isso…
— Um contrato? – questionou Lopes enquanto metia a mão por baixo da mesa.
— Logo descobrirás, só espero que Deus seja mais bondoso contigo do que eu fui.
Ao concluir o seu discurso eu retirei uma faca da perna que estava escondida por um dispositivo de camuflagem.
— Algumas últimas palavras para eu registrar.
— Calma, calma, eu posso dar-te o que quiseres, dinheiro, mulheres, carros ou até casas qualquer coisa mas não me mates!! — suplicou Lopes com ambas as mãos para cima.
— Sou todo ouvidos.
— Como assim, tu realmente queres alguma coisa, normalmente ninguém quer saber quando lhe dão dinheiro.
— Numa condição normal eu mataria-te sem hesitar mas como o meu objetivo é conseguir o máximo de dinheiro, vou esperar uma proposta se superar a que eu tenho o contrato anterior será anulado dando início a um novo, se não acho que já percebeste.
— Eu tenho uma fortuna de mais ou menos 3 bilhões de dólares, eu posso-te dar cem milhões, aceitas?
— Certo, então e qual será o objetivo do contrato? — questionou o sujeito que ouvia a história atentamente.
— Matar quem te contrato…
— Homens apontem as armas para ele imediatamente!!!!
— Chefe a base está cercada!!!! – gritou Diego.
— O corpo atir…
— Se eu fosse a ti não atirava, o corpo que está no saco encontra-se vivo, mas se ele morrer a bomba que se localiza no peito explode — disse Ruan ao retirar a sua Katana da bainha.
— Atirem rápid…
Com alguns movimentos Ruan cortou Diego ao meio, fazendo os outros treze sujeitos que ali se encontravam ficarem espantados, mas Raul rapidamente retirou uma arma da cintura dando alguns tiros em Ruan. Enquanto isso, os soldados de Lopes continuavam lá fora, aguentando as tropas de Raul.
— Vamos homens, temos de acabar com eles!!!! — gritou Lopes totalmente focado na luta.
— Não se intimidem — exclamou o homem que os inimigos liderava, ao mesmo tempo que tentava acertar o seu rival.
— Não Lopes… — berrou o melhor amigo do traficante enquanto saltava para receber as balas no seu corpo.
— Pietro!!!!!!
— Viram seus merdas se nos enfrentarem apenas vão morrer, nós somos os verdadeiros donos da Bolívia!!!!!!!
— Homens o Pietro já não tem salvação, alguém chame a artilharia pesada.
— Claro, jatos permissão para atirar.
— Como assim jatos, homens para dentro agor…
Foi tão rápido que os adversários nem tiveram tempo de acabar as suas falas, dois mísseis foram lançados sobre o campo de batalha matando tanto inimigos quanto aliados.
— Agora Ruan!!!! — gritou Lopes.
— Ok. — disse Ruan enquanto apertava o gatilho para explodir a bomba.
Ambos Raul e Ruan foram empurrados para lados opostos, Raul com ajuda de alguns dos seus soldados foi até ao carro e fugiu nele, dirigindo até à cidade.
— Ele fugiu. — disse Lopes — Ajudem o Ruan rápido.
— Eu estou bem, é melhor ficares aqui, eu vou atrás dele, pôs um localizador em todos os carros dele.
— Toma as chaves do meu carro.
— Adeus!!! — exclamou Ruan começando a perseguição a Raul.
Os dois encontravam-se a uma distância ainda longa, o trânsito estava longo o que fazia com que os dois tivessem de conduzir cuidadosamente. Os moradores ao verem a perseguição e o tiroteio que ocorria nas ruas começaram a ligar para a polícia fazendo os policiais se prepararem para abaterem as viaturas.
— Polícia parem imediatamente!!!! — clamou o tenente da polícia com a arma apontada para cima.
— Porra a policia não!!!!! — exclamou Raul amedrontado pela intimidadora presença deles — “mas calma se eu parar no máximo vou preso, não morrendo”, parem o carro imediatamente homens.
Ao parar o seu carro este foi imediatamente cercado por policiais que atiraram nos criminosos que se encontravam com armas, Ruan também travou, saindo do carro e dirigindo-se ao homem que tanto perseguia.
— Parados aí!!!! — gritaram os guardas apontando as armas para ambos.
— Calma, eu sou um agente da CIA, aqui está o meu distintivo, podem mandar alguém para confirmar, esse homem é um criminoso procurado nos EUA, se ele não for entregue o ato será considerado um insulto ao nosso país.
— Porra, vai lá tu, americanos hijos de puta. (americanos filhos da puta)
Ao enviarem um homem logo confirmaram a veracidade dos factos entregando assim o criminoso. Os dois entraram no carro e andaram por mais ou menos uma hora parando numa estrada deserta, eles saíram do carro começando assim a falarem entre si.
— Parece que vai acabar aqui a tua história.
— Foi bom enquanto durou. Só espero que Deus tenha piedade de uma pobre alma.
— Deus sabe dos teus crimes e sempre estará lá para te perdoar, o que importa é se estás disposto a ser perdoado.
— Claro que depende sempre do castigo que ele me der.
— Muito bem até a próxima. — disse Ruan enquanto cortava a cabeça de Raul.
— Nome: Raul. Idade: 35. Sexo: Masculino. Morto por decapitação, anotado.
Em simultâneo na base da Spes Homini.
— Uma carta?
— Sim e é da ONU.
— ONU, estranho, deve ser alguma reunião.
— Ela é daqui a uma semana.
— Oposto que sei do que se trata, de nós, já agora faz-me um favor, liga para o Michael. — disse o líder da Spes Homini enquanto voltava as costas.
— Ok, chefe.
Com a saída do chefe da sala o seu assistente agarrou rapidamente no telemóvel.
— Então como estás Michael Adam?
— Sabes que não gosto que me chamem assim esse nome já não existe, mas bem eu sei porque ligaste eu acabei de transferir o dinheiro e amanhã chego aí.
— Já agora como está a katana nova?
— Ela funcionou perfeitamente, mas não houve grandes confrontos, quando poderes pede ao John para eliminar os registo de um Ruan Peres não quero envolver a família dele.
— Claro, acho que é o adeus então vemo-nos mais tarde. — disse o assistente antes de desligar o telemóvel.
— Que livro é esse que tens aí? — questionou Lopes bastante intrigado.
— Desde que entrei neste trabalho eu registrei o nome de todas as minhas vítimas, ficando assim para sempre na minha memória, pois quando morrer Deus saberá dos meus pecados e me castigará.
— Nunca vi ninguém como tu.
— Muitos já disseram isso, mas considero mais estranho ainda pessoas como tu, gente que não teme Deus mesmo ele sendo onipotente, nem mesmo o mais perfeito dos homens se compararia a um por cento do poder do nosso criador.
— Mas bem, preciso ir, talvez algum dias terminemos esta conversa se ainda estivermos vivos, claro.