Spes Homini - Capítulo 4
— Pronto chegamos.
— Aqui? Não há aqui nada.
— Calma Nicolai — disse John ao retirar um comando do bolso.
No dispositivo encontravam-se dois botões, o agente clicou no primeiro, fazendo do chão surgir a porta da base.
— Bozhe moy. (oh meu deus)
— Nós temos várias tecnologias de última geração.
— Olá John, bem-vindo, — disse um homem misterioso surgiu da porta — vejo que estão bastante feridos, já estamos a preparar tudo para vos ajudar, mas ainda vai demorar um bocado por isso o chefe mandou-te mostrar a base ao Nicolai, John.
— Michael, fico feliz em te ver.
— Parece que vai ser uma experiência interessante!!! — exclamou Nicolai mais animado que o normal.
Os três entraram no esconderijo, o corredor principal era gigante com um tamanho de aproximadamente de quinhentos metros. No fundo dele encontrava-se a sala principal, cheio de homens que andavam de um lado para o outro.
— Que confusão parece até a CIA na guerra fria — disse Nicolai enquanto cumprimentava as pessoas.
— Não te preocupes mais tarde ou mais cedo habituas-te.
— Desculpem, mas tenho de ir, o chefe está a chamar-me — uma pulseira que o assassino portava começou a vibrar.
— Vai, eu vou continuar a mostrar-lhe a base.
Michael dirigiu-se a um dos gigantes corredores desaparecendo entre a multidão.
— O que queres ver primeiro? Podemos ir à cantina, ao ginásio ou então aos quartos.
— Aqui também é um hotel?
— Nós temos quase tudo o necessário para uma pessoa viver, quanto menos tempo estivermos lá fora fica mais difícil de sermos descobertos.
Enquanto os dois conversavam um sujeito apareceu e ao ouvido do agente sussurrou: — John… ainda bem que te vejo aqui, preciso que me faças um favor, podes vir comigo.
— Claro, vamos Nicolai quero mostrar-te uma das minhas divisões.
Eles dirigiram-se à sala de inteligência, esta era grande cheia de computadores e monitores, muita da informação do mundo parecia passar por aquele lugar.
— Pronto chegamos, aqui estão eles.
— Olá John, parece que o Dener fugiu. Enviamos alguns homens para o capturarem mas nada até agora, o que fazemos agora?
— Antes de enviarem alguém deviam ter me avisado, mas o mais importante neste momento é encontrar o maldito segurança, esse sim é extremamente perigoso, quando a rebelião acabar na Alemanha o Dener não vai passar de um humano normal.
— Certo, vamos tratar disso imediatamente.
— Quando o encontrarem liguem-me imediatamente. Se me queriam dizer apenas isto bastavam terem ligado.
— Era o que íamos fazer, mas já que estavas aqui pensei em trazer-te.
— Bem Nicolai, acho melhor irmos ver o teu quarto.
— Porque não.
Nicolai e John foram até há zonas residencial, esta era gigantes, os quartos mais pareciam casas e haviam às centenas. Pessoas por todos os lados abriam e fechavam portas.
— Meu Deus, isso é tão grande!!!! — gritou Nicolai maravilhado com o tamanho.
— Construímos mais umas quarenta casas no último mês, podes escolher qualquer uma delas, estão todas livres.
— Quero o setecentos e trinta e sete.
— Pronto, aqui estão as chaves, vou deixar-te ver a casa, encontramo-nos às seis da tarde para uma reunião com o chefe.
Depois de alguns minutos de confusão Nicolai finalmente encontrou o seu quarto no meio daquele labirinto, ao lado da porta encontrava-se uma fechadura que destrancava o dormitório ao passar a chave pelo scanner.
— Bem-vindo Nicolai, operador número mil cento e cinquenta e três da Spes Homini ou quinto pilar, qual o senhor prefere? — perguntou o robô que administrava aquele aposento.
— Pilar?
— Sim pilar, são os mais importantes membros da Spes Homini, tendo sido escolhidos a dedo pelo chefe.
— Escolhe o que preferires.
— Mais uma coisa senhor, tens uma reunião marcada para as seis da tarde, gostaria que eu criasse um alarme?
— Porque não, pode ser.
— Outra coisa o senhor gostaria de dar início ao tour pela casa?
— Claro, vamos.
— Aqui temos uma sala magnífica com a mais alta tecnologia para dar o máximo de conforto aos nossos habitantes, o banheiro é equipado com uma sanita tecnológica…
— Se é assim, acho que não vou sair do banheiro — falou Nicolai com um grande sorriso no rosto enquanto esfregava as mãos.
— O quarto tem uma cama que se adequa à forma de dormir do usuário, a luz artificial pode ser programada dependendo da sua rotina…
— Chega, desligue.
— Certo, desligando…
— Vamos ver do que esta cama é capaz, lado de dormir…direito, estilo de almofada… macia e grande, horário…noturno. Isto é mesmo confortável, ligar.
— Ligado, o que o senhor necessita.
— Poderias pôr a música Kazatchok.
— Claro que sim, se precisares de mais alguma coisa é só pedires.
— Isto sim é vida, por mim ficava aqui para sempre!!!!! — exclamou Nicolai deitado com uma almofada sobre a cabeça.
— Desculpe interromper senhor, mas o Michael está a tocar à campainha.
— Coisa chata, ainda agora me deitei.
Nicolai foi rapidamente para a porta e ao abri-la lá estava Michael, que dirigiu-lhe uma mensagem: — Olá Nicolai, vejo que já te instalaste no quarto, mas bem tenho uma pulseira de comunicação para ti, nela podes ver muitas coisas sobre a nossa organização, onde estão os membros, missões e o mapa das instalações, para além disso a prótese já está pronta para ser colocada, se puderes vir comigo.
— Não tenho nada para fazer mesmo, pausar música.
Passados algum tempo ambos chegaram à enfermaria, onde se encontrava o médico que ia fazer toda a operação.
— Então és tu o famoso Nicolai.
— Isso mesmo.
— Doutor, precisamos mesmo do braço, nós temos uma reunião daqui a algumas horas.
— Claro Michael, aqui está a prótese — disse o doutor retirando-a da impressora 3D — o mais provável é ela não aguentar muito tempo, a estrutura é interna é do braço original, já a parte de fora é de plástico, para fazer um melhor era preciso mais tempo. Vou por agora, pode doer um bocado.
— Mas sem anestesia, desde quando eu estou num hospital de guerra — Nicolai amedrontado se agachou no canto da sala com medo e começou a se baloiçar.
— Um homem como tu não precisa disso.
— Ah… caralho, filho da puta — gritou o pistoleiro de dor enquanto o médico juntava o braço ao ombro.
— Esqueci-me de te perguntar Nicolai, o que aconteceu contigo e com o John? — questionou Michael.
— Foi um membro da Professionnelle Mörder, ele devia estar a realizar algum contrato, nós acreditamos que alguém o ajudou a fugir.
— Professionnelle Mörder, vou ver o que posso fazer, duvido que tenha sido algum assassino que o ajudou, deve haver alguma coisa por trás.
— Porra está merda dói para caralho, mas bem agradeço a tua ajuda agora estou pronto para acabar com aquele otário.
— Pronto terminado Nicolai.
— Obrigado doutor.
— Podes ir embora Nicolai, prepara-te para a reunião, — disse Michael — doutor preciso que faças uma prótese melhor.
— Percebido farei o mais rápido possível
— Adeus, vou ver o que posso fazer com a pulseira.
— Vemo-nos mais tarde.
O pistoleiro depois da saída da enfermaria começou a andar pelos corredores e a observar as funções da sua nova pulseira.
“Bem esta pulseira faz muitas coisas, deixa cá ver o mapa, a base é bem grande, um salão principal, três corredores que correspondem a três áreas, a área de residência, a zona profissional e a região principal, deve ser o sítio da reunião. Calma área de tiro, acho que vou para lá.”
Ele foi para o campo de tiro e por lá ficou durante algum tempo, até à chegada de uma instigante mulher.
— Olá tudo bem, nunca te vi aqui, és novo? — questionou a mulher enquanto olhava o atirador de cima a baixo.
— Sim sou.
— Deixa-me adivinhar, és o atirador.
— Certo e tu?
— Eu sou um dos membros da equipa do John, uma ex-membra da CIA assim como o próprio John.
— Deves estar aqui para treinar certo, recomendo-te esta arma, toma.
— Obrigado, deixa-me ver.
A mulher conseguiu com a arma acertar em todos os alvos com extrema facilidade, fazendo assim o Nicolai ficar surpreendido, ele olhou para ela e com audácia na cara aplaudiu.
— Nada mal, mas será que me consegues vencer? Vamos ver quem vai conseguir acertar em mais nos alvos sem errar uma única vez, o perdedor vai pagar um almoço ao vencedor.
— Claro que sim, achas que te consegues comparar a mim — respondeu ela enquanto sorria levemente.
— Veremos isso.
— Escolhe a arma que quiseres.
— Pode ser a Glock.
Os dois pegaram nas armas e começaram um duelo intenso, os segundos passavam e os alvos caiam, no chão apenas estavam cartuchos e balas, o estoque vazio estava. Com o tempo ambos começaram a ceder à pressão, eles olhavam um para o outro enquanto falando comentários com tom de provocação, mas claro o pistoleiro tendo mais experiência conseguiu prosseguir, já a mulher começou a falhar vários tiros.
— Bem parece que ganhei — falou Nicolai.
— Parabéns, o melhor atirador da organização não poderia perder tão facilmente.
Enquanto falavam, a pulseira de Nicolai começou a apitar.
— Desculpa, tenho de ir, já agora qual é o teu nome.
— Evelyn König.
— Vemo-nos depois para me pagares o almoço
O pistoleiro se retirou, mas antes de sair atirou um papel com um número escrito, era o seu número pessoal.