Spes Homini - Capítulo 5

— Sejam todos bem-vindos especialmente tu Nicolai, convidei-vos aqui hoje para, primeiro, anunciar que estamos em perigo e ,segundo, que temos um novo membro na equipa.

— Acho que podemos esquecer a segunda parte, todos nós já conhecemos o Nicolai — exclamou John se inclinando com a cadeira.

— Certo, vamos começar, John eu sei que disseste ao teu departamento para pararem de investigar o Dener, mas peço-te que voltes atrás nessa decisão os meus homens infiltraram-se na CIA e descobriram algumas coisas sobre esse suposto nazista.

— Como assim, estás a supor que ele não era um nazista? — perguntou Nicolai enquanto levantava a sobrancelha.

— Isso mesmo, até agora não sabemos o nome dele, o mais provável é que tenha sido tudo apagado da base de dados, apenas conseguimos uma foto muito tremida e uma descrição…

— E qual seria essa descrição? — interrompeu John ainda perplexo com as informações.

— Dizia… Alerta: se alguém se deparar com este homem por favor contacte-nos imediatamente — disse um dos agentes que entrava na sala com um tablet projetando ambas as informações.

— Ao que parece nem a CIA consegue sozinha prendê-lo, pela nossa interferência na Alemanha é provável que ele tente iniciar uma guerra entre organizações.

— Mas não foi só, lá também estavam todos os seus crimes, desde a morte de George Floyd até a utilização de Lázaro Barbosa para seu próprio entretenimento — conclui o mesmo agente.

— Mas o que uma coisa tem haver com a outra? E porquê uma guerra de organizações? Estou muito confuso. — questionou John enquanto revia a informação cuidadosamente.

— Ele apenas foi capturado pela CIA duas vezes e ao ser interrogado disse que fazia isso simplesmente por entretenimento, ele só quer ver o circo pegar fogo, nada mais nada menos.

— Mas isso não responde às minhas perguntas.

— Em todos os casos foram encontrados o símbolo da organização criminosa que ele controla, a Ouroboros, ambos os símbolos foram encontrados nas roupas de Lázaro Barbosa e Derek Chauvin.

— Nós supusemos que ele estava a tentar dar um golpe de estado na Alemanha para criar uma guerra na Europa. O mais provável é ele ter percebido que alguém interveio nos planos e já que agora ele encontra-se desaparecido temos de alertar todos os membros, Michael tu vais ficar responsável em ir atrás dele, a ordem é eliminação, uma pessoa assim não merece viver — relatou o chefe da Spes Homini.

— Vou ver o que posso fazer mas não prometo nada, alguém assim está num patamar diferente do nosso.

— Se algum de vocês descobrir alguma coisa comuniquem imediatamente, podem ir embora se quiserem, já tu Nicolai posso falar contigo?

— Claro que sim.

— Adeus vemo-nos mais tarde chefe. – responderam os outros que saíam juntos.

Em minutos a sala ficou vazia em instantes, o chefe da Spes Homini e o pistoleiro então se encostaram nunca parede e começaram a falar.

— Algum problema se eu fumar?

— Não, eu também fumo.

— Queres um? – questionou o líder ao retirar um cigarro da embalagem.

— Porque não.

— Como já deves saber tu és um dos pilares.

— Pilares, a inteligência artificial disse alguma coisa em relação a isso, mas não entendi nada.

— Resumindo os pilares são como se fossem os meus braços, eles dominam os vários setores e seguem as minhas ordens. O John utiliza as técnicas adquiridas na CIA para treinar agentes com grande capacidade de atuação, já o Michael sendo um ex-membro da  Professionelle Mörder ele treina os assassinos e o tu tratas da parte militar, quero dizer do nosso exército particular — falou o chefe da Spes Homini enquanto continuava a fumar o cigarro. 

— Professionelle Mörder, a mesma organização do meu adversário em Berlin.

— Se achaste que ele é forte então não queiras ter o Michael como adversário.

— Acho que vou começar a rezar, eu quero ter uma vida longa ainda.

— Outra coisa, esta semana quero que te habitues aos seus novos companheiros e ao teu braço novo, é tudo o que tinha para dizer, tenho que ir agora, vemo-nos mais tarde — concluiu o chefe ao apagar o cigarro.

— Adeus.

Ao mesmo tempo, em um pavilhão no México os membros da Ouroboros, todos estavam em volta de um palco onde se encontrava Dener com seis pessoas ao seu lado, estas estavam bastante mal.

— Vejo que estão todos bem animados meus companheiros, o que acham que devemos fazer com estes intrusos!!! — gritou Dener com um enorme sorriso diabólico no seu rosto.

— Morte!!! Morte!!! Morte!!! — berravam os agentes da Ouroboros.

Ao ouvir a opinião dos seus parceiros, Dener virou-se para trás e disse: — Como podem ver a decisão não foi minha, mas como sou uma boa pessoa eu deixo escolherem entre vocês quem será o primeiro.

Todos começaram a olhar entre si, foi então que um deles deu um passo em frente e sussurrou: — Sou eu.

— Temos aqui uma ovelha corajosa, vem vem, como queres morrer, com uma facada ou um tiro.

— Com um tiro.

Dener dirigiu-se ao sujeito e ajoelhou-o no palco apontando a arma para a cabeça dele.

— Prontinho.

A arma estava encostada à cabeça do indivíduo, pelo rosto escorriam lágrimas e o corpo de medo tremia.

— Atira por favor!!!! – gritava o homem desesperado.

— Não te consigo ouvir tens de gritar mais alto — respondeu Dener baixinho enquanto ria.

— Por favor atira, atira atira!!!

— Está bem, não me deixas divertir nada.   

O psicopata em instantes mudou o alvo da bala, da cabeça para o peito, apertando o gatilho, o agente caiu no chão com o impacto do tiro, ao cair percebeu que não estava morto e do peito uma forte dor sentia que o fazia gritar e chorar.

— Não posso deixar a diversão toda para mim, como o bom líder que sou vou dar-vos o corpo meus soldados, podem fazer o que quiserem.

Ao concluir a frase Dener empurrou-o do palco, os membros que se encontravam no chão começaram a espancá-lo até à morte, ao acabarem de imediato apareceram dois homens que levaram o corpo.

— Bem, parece que temos um novo recorde, um minuto e vinte e três segundos, os meus parabéns, que tal mais um.

— Mais um!!!!! Mais um!!!!! Mais um!!!!!

— Como podem ver são eles que estão a pedir, não tenho nada a ver com isso — exclamou Dener aos outros que se encontravam atrás dele.

Duas horas depois.

— Parece que terminaram os brinquedos, que pena, mas bem está na hora de começarmos a reunião. Como todos sabem a organização a qual estes homens pertenciam a uma organização chamada Spes Homini, o que fizemos aqui hoje foi gravado e vai ser enviado para a base Deles como uma declaração de guerra. Até agora nós conhecemos quatro membros deles, dois foram os que atacaram a minha base na Alemanha, um russo de merda e o outro um americano, o outros dois foram capturados por uma câmara enquanto saiam da mansão, onde alguns membros nossos foram vistos a entrar, suponho que eles tenham sido queimados junto com a casa. Podemos dizer então que comece a guerra!!!!!!! — gritou Dener o mais alto que podia enquanto olhava para cima com as mãos erguidas, uma com a faca e a outra com a arma de fogo.

— Guerra!!!! Guerra!!!!! Guerra!!!!!! Guerra!!!!!! Guerra!!!!!!!