Spes Homini - Capítulo 7
— Esta cidade hoje vai conhecer o caos, o que achas, minha secretária?
— Quem decide é o senhor, eu apenas sigo ordens.
— É isso que gosto de ouvir, mas bem nós vamos divertimo-nos um pouco, se alguém ligar diz que fomos a uma reunião, o que acham homens?
— Dener tu sabes a nossa resposta, nós adoramos uma boa caçada!!! — exclamou o homem que estava de frente do terrorista, os restantes encontram-se logo atrás também bastante entusiasmados.
— Então vamos, pois hoje vai ser das boas, uma cidade inteira à nossa disposição.
Na rua andavam várias pessoas, muitas com rapidez a fim de chegarem ao trabalho e outras caminhavam calmamente como forma de relaxar, centenas de crianças, mulheres e homens que nada tinham haver com a rixa de repente ao abrir das portas do edifício onde a Ouroboros se situava foram massacradas, o som do choro e gritaria era abafado pelas balas que eram disparadas às centenas por segundo, o sorriso que Dener tinha estampado no rosto era evidente, aquilo era gratificante para ele como se tivesse ingerido drogas, a sua mente estava em claro e um momento todas as preocupações se foram embora. Foi então que depois de alguns minutos ele gritou bem alto: — Basta!!!! Já fizemos o suficiente, vamos para outras zonas, não querem ficar sem munição logo nos aperitivos, temos de aproveitar a refeição completa.
— Chefe o que fazemos com aquelas pessoas ali?
— Deixa-me ver. — respondeu Dener ao aproximar-se de uma mãe que se escondia nem beco com a filha ainda bebé ao colo, a criança chorava loucamente fazendo a mãe num ato de desespero tentar acalmá-la — Calma senhora, nós viemos ajudar.
— Aju…dar, co…m..o assi..m? — disse a progenitora enquanto tremia por todos os lados
— Isso mesmo, é só preciso ter calma pois o lugar onde vamos te levar vai ser o melhor onde já estiveste.
Dener continuou a andar lentamente até ela e ao chegar sussurrou baixinho.
— Se quiseres viver proponho um acordo, se fores a minha escrava eu deixo ambas viveram, mas se não tenho aqui uma faca que adora ferir todo o tipo de pessoas, até as mais pequenas.
— Escrava…
— Sim, isso mesmo sua vadia do caralho, ainda devias agradecer-me!!!! Mas então aceitas ou não? — gritou o criminoso enquanto lhe desferia um golpe com a mão na face.
— Sim aceito, mas por favor deixe-nos viver — respondeu a mulher dolorida da pancada que acabava de levar.
— Tarde demais, a minha paciência acabou.
Dener ao concluir em seu rosto exibiu um sorriso diabólico, o que fez a mulher apavorada começar a recuar para trás mas não havia para onde mais correr, ela estava rodeada por paredes, o terrorista retirou a faca da cintura e como um simples movimento cravou-a no crânio daquele ser tão pequeno e desprotegido e exprimiu alegremente.
— Deus se realmente te importavas com esta criança porque a deixaste morrer, eles não passam de gado que mais tarde ou mais cedo vai para o matadouro para ser abatido, não é assim Deus, diz alguma coisa ou estás com medo de mim.
— Mas…mas eu aceitei o acordo — falou a senhora que se encontrava no chão com a crianças em suas mãos, as mesmas para onde o sangue e as lágrimas escorriam, já nada mais fazia sentido para ela.
— Que humana mais sem graça, pensavas que havia esperança não é, mas desculpa avisar-te, isto é o mundo real, esperança não existe apenas vai existir caos e desespero enquanto eu for vivo, nem que para isso tenha de ser eu mesmo a criá-lo. Vou deixar aqui uma arma caso queiras cometer suicídio, podes atirar em mim mas garanto-te que ela só tem uma bala e vamos concordar que uma só não é suficiente, mas supondo hipoteticamente que eu faleça, tu morrerás em seguida, agora a escolha é tua — disse Dener antes de virar as costas e caminhar em direção aos seus companheiros.
A mulher sem pensar duas vezes apontou a arma para ele e apertou o gatilho, só que nada aconteceu, o criminoso voltou-se e enquanto ria exclamou: — Escolha errada, realmente que existência mais medíocre, achas mesmo que eu ia oferecer uma arma com munição a uma pessoa desesperada, apenas queria ver qual seria a tua decisão, já que és tão corajosa vamos ver quanto tempo vais aguentar contra a minha faca!!!
Dener no ápice de insanidade dirigiu-se até aquela pobre existência e com a faca perfurou ambos os olhos, os gritos de dor ecoaram por todo o quarteirão, mas ainda não era suficiente, ele continuou a cortar mais e mais, arrancou os dedos um por um e de seguida cortou ambos os pés, a dor da vítima apenas aumentava, assim como a intensidade dos seus berros.
— Está quase terminado, aguentaste bem por isso vou deixar-te viva.
Imediatamente o líder da Ouroboros enfiou a faca na boca dela e decepou a língua, indo embora em seguida e deixando-a a sofrer no chão, do seu rosto as lágrimas misturavam-se com o sangue, no solo a língua caída ainda parecia se mexer em meio todo o líquido vermelho que dela saía, ela apenas se perguntava o que fez para merecer tal castigo.
No outro lado da cidade no hospital o caos já havia se instaurado, inúmeras pessoas tentavam entrar loucamente para escapar do massacre que acontecia pelas ruas, o chefe da Spes Homini encontrava-se sentado em uma cadeira a falar com Michael por telefone enquanto espera notícias dos seus agentes feridos.
— Michael, eu preciso que venhas para aqui imediatamente, é provável que eles venham atrás de mim.
— Mas então e o John?
— Eles desligaram o computador central, não dá para entrar na base e mesmo que conseguíssemos nada garante que não é uma armadilha.
— Ok, vou já para aí.
— Quando chegares diz que vieste ter comigo na receção, já dei ordem para te deixarem entrar, temos que ir a atrás do Dener urgentemente, uma coisa são agentes nossos, agora outra coisa são civis… calma foda-se já percebi o que ele quer fazer, alguém deve ter vazado a informação da reunião na sede da ONU, os países em conjunto com as pessoas mais importantes do mundo decidiram criar uma força especial para combate a possíveis incidentes iguais ao da Alemanha, todo os estado vai ser fechado, ele quer dificultarmo-nos as coisas. Vou tentar ligar a alguns agentes e começar a fazer um plano de combate.
— Adeus, estou já a chegar.
— Adeus.
Em algumas horas o hospital virou a base de operações provisórias, agentes por todos os lados e na sala do presidente estavam todos reunidos para o chefe dar as ordens de ataque.
— Nós neste momento temos aproximadamente cem homens, certo?
— Isso mesmo.
— Então a tática é a seguinte, dez homens vão tentar ajudar o John na base enquanto outros trintas vão comigo e com o Michael atrás do Dener e os restantes ficam no hospital a proteger o Nicolai e a Evelyn.
— Entendido, todos para a posições imediatamente.
— Sim, Michael.
Todos saíram da sala e começaram os preparativos, a cada minuto chegavam mais e mais carrinhas cheias de diversos materiais, todos os preparativos já estavam prontos apenas faltava o alvo, foi então que os homens da Spes Homini avistaram o Dener, ele vinha em direção ao hospital alegre e descontraído, começava assim o contra-ataque, todos os soldados estavam nervosos, seria um dos mais difíceis adversários que já enfrentaram.
— Homem, aquele criminoso ali em baixo é o mais procurado de todos e o mais perigoso também, se o matarmos vamos tanto salvar pessoas no presente quanto no futuro, por isso venho aqui pedir para me ajudarem a detê-lo para que justiça seja feita.
Todo o discurso deixou os agentes motivados mas a preocupação de não saírem vivos ainda era grande, foi então que o chefe deu ordem para os snipers atirarem, a comitiva de Dener despreparada teve algumas perdas insignificantes, o criminoso de imediato escondeu-se dentro de um prédio e deu sinal para o companheiro que tinha uma RPG disparar sobre o hospital.
O hospital ficou significamente destruído, dezenas ficaram feridos ou até morreram mas não era hora para parar, os agentes ainda lá dentro movimentaram-se ajudar os que estavam machucados por conta da explosão.
Do lado de fora já estavam vários homens da Spes Homini que avançavam contra os da Ouroboros, um intenso combate então se iniciou, Michael com uma velocidade absurda ultrapassou as defesas inimigas posicionadas à esquerda matando qualquer um que se metesse em seu caminho, a maioria morria com apenas um golpe, o chão era vermelho de tanto sangue, muito imploravam para viver mas para o assassino não havia perdão, o criminoso ao ver aquilo decidiu ir de encontro com o Michael para o matar com as próprias mãos, os agentes da Spes Homini estavam mesmo que pouco a conseguir quebrar as defesas inimigas e avançar lentamente pelo terreno.
Michael ao longe viu Dener e com sangue nos olhos correu em sua direção, ao se encontrarem o assassino foi recebido por dois tiros do criminoso que em seguida disse.
— Michael, esse é o teu nome não é, pelo que vejo não és muito diferente de mim, pela tua forma de atuar posso concluir que és um assassino treinado, um profissional na arte de matar, então o porque o teu ódio sobre mim, ambos matamos gente.
— Eu só mato quem precisa morrer.
— Vejo que és duro de matar, assim é que eu gosto, continuando a nossa conversa, isso faz de ti um assassino na mesma, quem apenas pode julgar é Deus e não um mero humano que se acha acima da lei.
— Tu não sabes nada de Deus.
— Não posso deixar de concordar, nunca o vi e com certeza não vai ser alguém como tu que o conhece só porque leu, qual é o nome mesmo, a Bíblia.
— Eu apenas faço o que ele não tem coragem de fazer, nenhum de nós é tão perfeito e poderoso quanto Deus.
— Chega dessa conversa de merda, a coisa mais difícil de mudar é a mente das pessoas, por isso vou mudar o teu corpo de uma forma que nem esse teu Deus possa ajudar.
— Veremos isso, foram poucos os que sobreviveram contra mim até hoje.
— Então eu serei o próximo a juntar-me a essa lista e como bônus vou levar a tua cabeça.
Cada um agarrou fortemente a sua arma, Michael usava a sua katana, já Dener duas facas, uma em cada mão, depois de alguns segundos se encarando correram em direção ao adversário, era iniciada assim a luta entre os membros mais fortes de ambas as organizações. Qual deles iria ganhar?