The Endless - Capítulo 10
Ao som de tosses, Kevyn despertou e, quando abriu seus olhos, viu a figura de Klei com a mão sobre a boca.
Coçando seus olhos, sentou-se em sua cama encarando seu pai.
— Oh! Perdão, eu te acordei. — Lentamente retirou sua mão da boca, colocando-a em suas costas. Voltando seu olhar ao garoto, perguntou: — Pelo visto, minha presença ainda incomoda, mesmo depois de quase um ano, né?
— Por que tá aqui? — Esticando sua mão, Night veio até sua palma e, ficando de pé com seus olhos semifechados, Kevyn suspirou, estando mais curvado e pesado.
— Vim parabenizá-lo por terminar seus estudos — disse sorrindo suavemente.
— Ah… só isso?
— Sim — disse, indo até a porta do quarto. — O que vai fazer agora?
— Vou maximizar alguns estudos e treinar mais… foi o que ela disse — Andando até o banheiro.
Abrindo a porta do quarto, Klei falou: — Boa sorte, aliás, me impressiona sua aranha ter durado mais de 11 meses. — Saindo, fechou-a.
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Suspirando, Kevyn foi ao banheiro e, após sair, foi com Night até o campo.
Com o sol atrás das nuvens, ainda ao horizonte, o vento ártico fazia as flores e o cabelo de Kevyn cintilar.
— Você está preparada pra hoje? — disse, ficando-a ao chão ao mesmo tempo que brilhava duas vezes. — Então vamos esperar elas chegarem.
Se espreguiçando e batendo o pé no chão, um banco de ossos é feito e, se sentando, Kevyn olhou para seus pés em completo silêncio: “Esse vento é tão bom… vou fazer 5 anos daqui a algum tempo”, curvado com os ombros apoiados nos joelhos.
De repente, uma voz interrompeu a calmaria: — Você já acordou? — Levantando seu rosto rapidamente, encarou de onde vinha o som e viu Nick.
Tomando uma postura reta, Kevyn perguntou: — Ah… Nick… Você tava indo me acordar?
Se aproximando, ela olhava para Night, parando ao lado do garoto. — Aradam falou que iria te acordar, então nem me meti já que não consigo te levantar.
— Hehe! Você precisa aprender com a Kancernali — Rindo, pisou no chão fazendo um banco de ossos. — Senta aí, estou sem nada para fazer no momento.
— Não posso, preciso arrumar umas coisas — De olhos semicerrados, deu um peteleco na testa dele.
Coçando o lugar da dor, franzindo sua testa, Kevyn desviou o olhar: — Nem queria mesmo — disse, absorvendo o banco.
Sorrindo, Nick se retirou, dizendo: — Você precisa fingir melhor hehe!
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Tempo se passou ouvindo passos, Kevyn olhou para frente reconhecendo o cabelo e olhos prateados, era Améli.
Se aproximando de olhos semicerrados, disse: — Hoje você enfrentará os últimos dez slimes.
Encarnado o cabelo dela, Kevyn estava perdido em seus próprios pensamentos. “Parando para analisar… o que é aquilo?”.
Percebendo-o estar quieto, Améli o chama: — Kevyn?
— O que são esses negócios pretos no seu cabelo? — Aponta.
Levantando suas sobrancelhas, ela disse: — Ah! Isso são mechas de cabelo, mas bem… não exatamente. Já que meu poder se iguala a uma necromancia, ao invés de guardar minhas invocações em uma dimensão de bolso, eu consigo transformar elas em pigmentos no meu cabelo.
Assustado, Kevyn, percebendo que cada mecha era uma invocação, falou: — Entendi, você tem bastantes invocações, né?
Sorrindo, Améli acaricia a cabeça dele, dizendo: — São só 6.200 e são poucas que podem ser consideradas extremamente fortes.
Fechando seus olhos, Kevyn disse: — Mesmo que sejam poucas, eu duvido que só elas já não façam um estrago. Podemos começar o treino?
— Claro. — Retirando a mão sobre a cabeça do garoto, ela estalou seus dedos e ao meio da arena surgiram dez slimes. — Lembre-se de sua postura. Foque em ataques rápidos, invés de destrutivos — disse, indo até a arquibancada e se sentando.
Levantando-se, Kevyn retirou Night do chão ao mesmo tempo que absorveu o banco de ossos.
Olhando para o grupo de slimes, com uma postura curvada, encostou sua arma na terra suavemente ao mesmo tempo, em que, em arrancada, alcançou o primeiro slime e partiu-o ao meio.
Com sua mana se soltando um pouco, os outros recuam.
— Você ainda tem dificuldade em conter sua mana? — Com suas pernas cruzadas, Améli de olhos semicerrados, perguntava, apoiando seu cotovelo sobre sua perna e segurando seu queixo com sua mão.
— Um pouco, mas tudo bem — disse fincando Night sobre o chão.
Curiosa, ela perguntou: — Tem algo novo para mostrar?
Movimentando suas mãos uma para cima e outra para baixo, Kevyn fazia os sinais de O com a mão esquerda e S com a direita, dizendo: — Mais ou menos, só estou dando uma implementada. — Terminou fazendo um movimento circular com as mãos e as juntando enquanto invertia os sinais, formando assim: osso.
No mesmo momento, todos os slimes foram empalados por estacas ósseas e derreteram consecutivamente.
Aplaudindo-o, Améli disse: — Isso é surpreendente! Mas ficar dependente da sua mana te faz fraco num combate corpo a corpo. — Ela para de bater palmas e, com um olhar afiado, encarou-o.
— A-ah! Ma-mas… eu matei um slime com a Night.
— Cabisbaixo, Kevyn coça o ombro do braço esquerdo.
— Sim, realmente. Você melhorou tanto que nem usa mais seus olhos, mas poderia ter corrido atrás dos slimes.
Desviando o olhar: — É… mas seria tempo gasto à toa, não?
Levantando-se, Améli cruzou seus braços e disse: — Você prefere ficar sem mana?
— Talvez eu deva treinar um pouco mais… — disse, fechando os olhos, ainda mais cabisbaixo e dessa vez apenas segurando seu braço.
Suspirando, ela saiu do campo dizendo: — Tá tudo bem, só não se limite apenas a sua mana.
Retirando Night do chão, foi até a arquibancada e sentou-se. Olhando para ela, perguntou: — Você acha que fui mal? — Ela brilhou duas vezes, afirmando. — Doeu…
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Mais tarde, Klei, Astéria e Kevyn estavam sentados em uma mesa na cozinha da mansão. Eles estavam almoçando o que o garoto havia preparado e sorridente, seu pai disse:
— Está ótimo!
— Sim — Astéria neutra, como sempre, complementa.
Vendo que pelo menos aquilo estava bom, Kevyn sorriu, balançando seu corpo de um lado para o outro, dizendo: — Esse é meu melhor prato.
— Mas… irei fazer uma crítica. O sal está bom, mas sinto falta de temperos que não seja sal. Já tentou usar cheiro verde? Açafrão? Orégano?
Percebendo a inconveniência, Klei disse: — Olha… por mim, isso aqui tá melhor do que muita comida por aí.
— Sim, mas falta diversidade. — Encarnado-o, Astéria entrelaça os dedos ao mesmo tempo que apoiava seus cotovelos na mesa.
Olhando para sua própria comida, Kevyn não sabia mais em quem estava certo. Ele sentia que ainda não era bom o suficiente, pensativo, ficou preso na própria cabeça.
— Sabendo que ele só utilizou sal, isso está mais do que perfeito. — Klei mantinha sua voz e opinião firmes.
— Hm… ok… mas ele pode melhorar.
Apoiando seu braço sobre a mesa e mantendo sua bochecha sobre seu punho. De olhos semicerrados, Klei disse: — Todos podem melhorar, Asterisco.
Erguendo sua cabeça, Kevyn olhou para os dois e, ainda um pouco perdido, perguntou: — Mas… como posso melhorar?
Sorrindo, seu pai se arrumava na cadeira, cruzando seus braços e respondendo: — Aí você me fode, eu não sei cozinhar!
Enchendo sua colher, Astéria disse: — Em uma próxima vez, me chame. Vou te ensinar a usar temperos melhores, não confie nas dicas do Argila.
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No meio da tarde, Aradam chegou correndo até sua amada gritando:
— Améli, Améli!!
Encarando-a de olhos semicerrados, perguntou: — Oi… você parece… animada?
Movendo-se freneticamente, ela mostra um papel ao mesmo tempo que falava muito rápido: — Eu-descobri-um-torneio-aí-eu-queria-por-o-garoto-lá-testar-habilidades-dele-prêmios-aprovação-e-tals!!!
Sorrindo, Améli percebeu o quanto ela havia se apegado ao garoto e disse: — Calma, calma. Torneio? Acho que ouvi falar, mas não era só para adolescentes? Fora que… o Kevyn teria que entrar em alguma escola.
Cruzando seus braços e um pouco menos agitada, respondeu: — Ah… o garoto venceu o Gray. Acho que ele se equipara a esses moleques de 7 anos.
Ficando pensativa por alguns segundos, Améli teve uma ideia: — Por que não pede para a Astéria mexer os pauzinhos e fazer o garoto entrar em alguma escola? Lá dentro, ele vence quem iria para lá e simplesmente entra para o torneio.
Animada, ela ergueu o queixo e disse: — Exato! — Dando um beijo nela, Aradam saiu correndo dizendo: — Vou fazer esse garoto espancar uns adolescentes hehehehehe!!!!!
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Uma mulher tão imponente quanto o maior marechal estava de frente para Aradam que, ajoelhada, suava frio de frente à atual secretária de Astéria.
— Ka-Kancernali, preciso ver a patroa.
Com sua figura escondida sobre a escuridão do local, sua voz suave e arrepiante se expande: — Tudo bem, mas seja breve.
Levantando-se lentamente, Aradam passou pela mulher e foi até a mesa de Astéria, que, lendo alguns papéis, olhou para ela.
Se ajoelhando no mesmo momento, disse: — Senhora Astéria… você ouviu sobre o torneio?
Entrelaçando seus dedos, ela apoiou os cotovelos sobre a mesa, mantendo contato visual, disse: — Sim, mas em que relevância isso a trouxe até mim?
Engolindo seco, Aradam abaixou sua cabeça dizendo: — Seria de extrema estima a família Calamith ver seu primogênito ganhar algo assim!
— Estima? — Quieta, fechou seus olhos pensando: “Ele parecia apreensivo… segundo o relatório de Améli, o garoto estava desanimado por devidas críticas”. De olhos semicerrados, Astéria disse: — Em que isso beneficiará o garoto?
Erguendo um pouco sua cabeça, disse: — Experiência, força, respeito e ele poderá sair um pouco, afinal… desde que ele começou os estudos, ele saiu apenas seis
vezes.
— Entendo… mas você assumirá os riscos que isso pode causar?
Concordando com a cabeça, Aradam respectivamente disse: — Quero poder trazer um momento de distração a ele.
— Tudo bem, então, irei tomar as providências.