The Endless - Capítulo 2
Ainda na enfermaria, Kevyn apertava seu braço tentando conter a dor. De repente, Nick apareceu na porta da enfermaria e viu o que ele estava fazendo.
Ao perceber sua presença, ele voltou a fingir estar bem, mas Nick já havia visto.
— Ei, Kevyn.
— Oi. — Sorrindo, ele tirou a mão do braço devagar.
— Fiquei sabendo do que tá acontecendo no seu braço, não precisa esconder.
— Eu não quero parecer fraco na sua frente. — Com seu sorriso se desfazendo, ele desviou o olhar.
— Eu… — Nick se aproximou enquanto pensava no que dizer — não entendo nada pelo que você passa aqui… — Ela abraçava Kevyn encostando sua testa com a dele — sei que sempre fui muito rude, mas deixa eu me redimir.
— Eu nunca achei você ruim, pensei que fosse só… você.
— Bem, não é hora de pensar nisso, né? — Ela moveu sua mão até o braço dele e se sentou ao seu lado.
— O que você vai fazer?
— Vou encantar seu braço. Primeiro, eu vou diminuir a dor, conforme você se acostumar com ela, a dor vai aumentando até você se adaptar totalmente. Assim que você terminar a adaptação, o encanto é desativado.
— Magia de encantamento?
— Exato. Bem, vamos começar. — Nick cortou seu pulso com suas unhas e usou o sangue para fazer um círculo mágico no braço dele.
Ela pronunciava um encanto, fazendo o círculo brilhar. Assim que terminou de falar, a dor de Kevyn diminuiu drasticamente.
— Você me perdoa por aquele dia?
— Claro — sorriu.
— Acho que vou indo, então. Antes que a Mind apareça desesperada. — Ela riu, se levantando e correndo da enfermaria.
❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍
Enquanto os dois conversavam, Astéria procurava por Klei nos corredores.
Depois de um tempo, ela finalmente o encontrou, dando um chute tão forte que Klei foi arremessado pelo corredor.
Com certa dor, ele colocou a mão nas costas enquanto olhava para ela.
— Essa doeu em? — Klei sorriu.
— Cala a boca e me fala, você está ficando louco de por uma maldição no nosso filho?
Se agachando, Klei coçava a cabeça falando: — Qual é o problema? O filho é meu.
— Se eu descobrir que você machucou ele de novo, eu te mato.
— Ah… ~ — Ele suspirava, tendo seu sorriso trocado por uma cara séria: — pelo visto não tá brincando, né?
Astéria dava as costas e começava a andar: — Interprete como quiser.
— Tudo bem. Asterisco. — sorriu de novo.
❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍
O dia se passou e no amanhecer, Kevyn acordava após conseguir dormir graças a Nick, mas naquela noite, ele teve pesadelos com Klei.
De repente, Mind abria bruscamente a porta da enfermaria enquanto suava ofegante.
Kevyn, acordado, olhou, mas antes de poder perguntar, ela o abraçou.
Chorando, Mind disse: — Graças ao Cósmos! Quando eu vi a quantidade de sangue no seu quarto, eu nem sabia o que pensar. — Ela o apertava.
— Eu tô bem, não precisa chorar.
Astéria chegou na porta da enfermaria. Seus passos foram ouvidos por Mind, que soltou Kevyn e limpou suas lágrimas, voltando seu olhar para ela.
Astéria suspirou e se sentou em uma cadeira ao lado da cama do garoto. Mind pegou pegou outra e se sentou ao lado dela.
— Vejo que são muito próximos. — Astéria encarava Mind.
— Ele é como um irmão mais novo. — Ela estava incomodada com o olhar de Astéria.
Kevyn olhava suas roupas cobertas com seu sangue e percebeu que não tomou banho, ele ficou preocupado se estava fedendo a sangue, ou não.
— Então… como vai o trabalho, senhora Astéria? — Nervosa, ela tentava puxar assunto com a mulher.
Ao ouvir a pergunta, ela olhou para Kevyn por um momento e voltou seu olhar para Mind — Sim, vai bem.
— Eu… pensei que estivesse tendo uma tensão. Ambik-B têm falado muita mer- Bosta! Por aí.
— Hm… leva o Kevyn para a biblioteca, eu preciso trabalhar. — Astéria se levantou e saiu da enfermaria.
— Ah… então Kevyn, vamos? — sorriu.
— Eu preciso tomar banho. — Depois de observar tudo, sem entender muito da conversa. Kevyn apenas pensou consigo mesmo: “Ela é sempre ocupada… talvez eu devesse conversar com ela”.
— Ah, verdade! — Só agora ela percebeu o sangue na roupa dele.
Kevyn se levantou e eles foram até seu quarto, que estava sendo limpo por Améli.
Ela olhou para os dois e sorriu. O quarto ainda estava um pouco sujo de sangue, mas o cheiro já havia passado.
— Pelo visto você está melhor — Améli parecia aliviada.
— Sim, eu tô — sorriu enquanto disse: — Eu só vim tomar banho.
— Ah… fique à vontade, já tô terminando aqui.
Mind iria preparar algo, então se despediu: — Ei! Eu vou te esperar na biblioteca — Ela acenava indo na frente.
— Tá bom — Ele acenou de volta.
— Vai rápido! Eu tenho que terminar de limpar. — Améli encarava ele com olhos de peixe morto.
Kevyn, ouvindo ela, correu para tomar seu banho e se arrumar.
Améli pensou: “Astéria, você não contou sobre a maldição pra Mind, né? Arh! Talvez… seja melhor assim, ela provavelmente iria desistir do sonho”.
❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍
Mais tarde, ela já tinha terminado e só estava esperando ele sair do banho, então, antes de Kevyn sair do quarto, Améli chamou por ele:
— Mais tarde, a gente vai tentar novamente despertar sua mana. — Demonstrando seriedade, ela estava de braços cruzados.
— Tudo bem, mas por que você parece tão séria?
— É para você levar isso a sério, essa vai ser a última vez que tentaremos.
— Eu… prometo fazer o máximo que posso. — Ele estava tenso.
— Assim espero, agora vai pra biblioteca… mais tarde vou te chamar lá.
— Tá bom! — Ele saiu do quarto e correu para a biblioteca.
Após Kevyn sair, Améli fica cabisbaixa pensando que a paz do garoto acabaria. Ela saiu do quarto, enquanto Kevyn, chegou na biblioteca.
— Como consegue estar tão feliz? — Mind estava arrumando os livros em cima da mesa ao mesmo tempo que estava sentada.
— Eu tô esperançoso pra mais tarde. — Kevyn andou e se sentou ao lado de Mind.
— O que vai acontecer mais tarde?
— Eu vou tentar aquilo de novo. — Kevyn balançava seu corpo de um lado para o outro na cadeira.
— Aí, aí, espero que consiga, mas vamos aprender um pouco de física?
— Sim! — Ele se mantinha alegre.
❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍
Eles estudaram até à tarde, Mind sabia que Kevyn gostava de física, mas em meio de uma aula prática, Améli entrou na biblioteca.
Assim que viu Améli, Mind recolheu os objetos e deixou o garoto ir, ele se despediu dela e correu em sua direção. Então eles foram até o campo.
— Você tem certeza que está pronto? — Ela ainda estava preocupada.
— Sim! — Os olhos de Kevyn brilhavam.
Améli suspirava enquanto eles finalmente chegavam no campo.
Kevyn correu até o meio do campo e olhou para ela, que andava até ele. Os dois se sentaram no meio.
— Fecha os olhos e se concentra. — Améli mantinha uma face séria.
Kevyn fechava os olhos enquanto cruzava suas pernas — Vou fazer tudo que estiver ao meu alcance.
— Primeiro, preciso que você sinta sua mana.
— Tudo bem… — Kevyn respirou fundo e expirou um ar gélido.
— Podemos começar?
— Sim. — Kevyn ergueu uma de suas mãos na altura de seu peito.
— Concentre a mana em sua mão. — Améli aguardava ansiosamente.
Kevyn começou a reunir sua mana de forma lenta, para não haver nenhuma má reação.
Améli se espantou pela quantia enorme de mana que ele tinha, mas ela não esperava menos de um dragão.
Depois de alguns minutos, o garoto conseguiu concentrar toda à mana em uma bola verde massiva.
Ainda assustada, ela percebeu que o garoto nunca concentrou toda sua mana. Todas as vezes, ele provavelmente acabou combinando outra energia ao invés da mana.
— Agora, exprima ela e a condense na forma do seu elemento. Não pense em nada, apenas comprima em sua mão.
Ele agarrou e espremeu a bola de mana. Com dificuldade, ele chegou no limite até onde conseguia comprimir.
Vendo isso, Améli decidiu ajudar segurando suas mãos. Percebendo a ajuda dela, Kevyn finalmente entendeu que não estava sozinho.
Usando toda sua força, ele conseguiu comprimir sua mana até virar um osso.
Surpresa, Améli pensou: “Um osso? Seria mais raro que manipulação de sangue?”
— Posso abrir os olhos?! — sorrindo.
— A-ah… — pensou: “Mas e se ele se decepcionar? Ah… não tem o que esconder”.
— Ok, Pode abrir — Améli estava nervosa.
Kevyn abriu os olhos e viu o osso em sua mão — Um osso? Manipulação de ossos?
— Sim, por favor, n-
Kevyn interrompeu antes que ela terminasse: — Manipulação de ossos, é tão diferente… eu quero testar! — Ele gritava alegre parecendo não se importar.
Améli de novo se surpreendeu e falou: — Você sabe como usar?
— Eu só preciso treinar, né? Não é tão difícil — sorriu.
— Sim, você não queria isso, né?
— Não, mas eu sei que é o que ela quer, então vou me esforçar. Eu quero que ela me reconheça.
— Fico feliz em ouvir isso. Já sei, já que amanhã é seu aniversário, que tal a gente comprar um presente para você?
— Um presente?
— Uma arma pra você, talvez uma espada, o que você quiser — sorriu para ele.
Os olhos de Kevyn se encheram de lágrimas — Améli… obrigado.
— Tá tudo bem, ok?
— Eu aceito o presente e eu prometo guardar e proteger ele com muito carinho. — Kevyn se levantou com um leve sorriso no rosto, mal sabia ele que estava chorando.
Voltando seu olhar para o osso, Améli sorriu pensando: “É como se ele fosse meu filho. Mesmo com os pais que tem, ele ainda se mantém forte. É admirável pra idade dele”.
Ela também se levantou e alí, Améli percebeu que o futuro do garoto seria brilhante como os raios de sol.