Trabalhe! - Capítulo 76
Dia 19
— Temos um problema — Susi diz.
Sabe não se acorda as 5 da manhã, mais importante, você definitivamente não acorda a 5 da manhã num final de semana, ainda mais importante, você não acorda outra pessoa as 5 da manhã em pleno final de semana, PORRA!
— ESPERO QUE SEJA ALGO URGENTE!?— pergunto equilibrada e calmamente.
— Sim, sim, é urgente, no natal…
Vamos para debaixo da coberta.
— Ei! Realmente temos um problema!
— Eu sei, mas o natal é semana que vem, porra!… Ai! Ai! Para!
Sabe, eu decidi, viver uma vida preguiçosa é ruim, por isso e, SÓ por isso, decido, por livre e espontânea pressão, levantar mais cedo hoje
— Evaí o que houve?
— Então contei para meus pais sobre…
Depois disso ela fala sem parar por horas, mas, relaxem, não vou os submeter a isso, resumo: os pais dela queriam me conhecer(normal) e parecem um pouco contra o casamento(ela já tem 28 porra!).
— Bem, é isso, meus pais podem ser um pouco super protetores protetores. — Um pouco? — Por isso, queria formular um plano para impressioná-los no natal, em último caso, podemos nos casar de qualquer jeito, mas queria evitar desacordos desnecessários com eles.
— Entendo, mas o que devemos fazer então? — Fico com preguiça só de pensar em todo o trabalho à frente, mas… pera! Sinto que não estou prestando atenção em algo muito importante, o que? De repente, a luz vem a minha mente. — Espera! Casar?
— Sim, sim, no ano novo, esqueci de te contar? — Isso não é algo que você pode simplesmente esquecer, porra! — Enfim, agora está avisado, mais importante, sobre o natal…
Até o final, minha opinião realmente não importa, mas, tanto faz, não tenho nada contra mesmo.
— Tá, que tipo de plano quer fazer? Vamos colocar uma armadilha óbvia para o inimigo, pois assim ele vai pensar: hoho! Eu notei isso, vou desviar. Ao ganhar confiança de ter escapado do nosso plano, ele ficará descuidado, então nós o sequestramos de verdade — sugiro.
— Não, não, que tipo de plano é esse que está pensando?
— Sei lá, algo que parecesse legal e genial. — Susi me dá um olhar de desprezo. Ei! Não me olhe com essa cara, por favor! — Bem, estava pensando em algo como: dê confiança ao seu inimigo, deixe sua arrogância morder a isca, então acabe com ele. Não parece algo que um protagonista de novel faria?
Susi suspira longamente. — Que idiotice está falando? — Só posso me desculpar por ser idiota. — Tanto faz, não quero nada de mais, apenas quero que não faça algo idiota.
— Ei! Com quem acha que está falando!? — pergunto estufando o peito.
— Um idiota. — Danos críticos, acho que vou só sentar no meu cantinho. — Volta aqui, desgraça.
Não tenho nem direito de me recolher à minha insignificância! É uma infelicidade, mas discutimos algumas ideias, não que venha ao caso.
Depois de uma manhã muito exaustiva, inclusive, devo lembrar, tudo começou às 5 da manhã! Caralho!
— Isso até me dá o sentimento dos velhos tempos — exausto, admito.
— De certa forma, trabalhar com você é bem mais fácil do que o esperado.
— Haha! Sou muito bom!
Susi dá mais um longuíssimo suspiro. — Vou lembrar de nunca ter esperanças sobre você.
— Que! Por que? — “Choro”.
Dia 21
Compareço às festividades de natal organizadas pela família da Susi.
Agora vamos começar, mas primeiro uma pergunta: qual a melhor forma de convencer alguém de algo? Resposta: faça ela pensar, que chegou na conclusão que você deseja, por si mesma.
Para fazer isso tem algumas possibilidades, o ideal é que não seja eu aquele dando a isca. Se um vendedor fala que algo é bom, naturalmente, vai desconfiar, por isso o ideal é que um terceiro faça o elogio.
Mas também não tenho intenção de falar com todos. Pense um pouco, como te parece quando quem quer se casar com sua filha, é um cara que consegue ser amigo de todos? Ou faz todos se divertirem e é o centro das atenções? Não sei você, mas suporia que é um garanhão, principalmente considerando que Susi é rica.
Conclusão, a imagem que quero passar é de levemente tímido, inteligente, gentil e de bom coração. Para isso, irei falar com alguns alvos específicos.
Mas deve ter reparado em algo muito importante no meio disso tudo: e na hora de comprimentar os pais dela? Bem, pense nisso, não importa quanto tente, nunca vai conseguir convencer alguém de que é confiável, se ela já tem uma forte desconfiança prévia. Até o fim, minha prioridade número um, é diminuir, ao máximo possível, essa desconfiança, antes que minha mão encoste na mão do pai dela.
Conclusão: não posso me encontrar com os pais dela, como fazer isso sem soar mal educado? Simples, deixe eles tão ocupados que não teriam tempo para falar com ninguém, como deixar eles assim? Sei lá, aí já é função da Susi, não vou resolver tudo.
Agora basta agir como quero parecer, fazer um bom trabalho, sem gritar ou chamar atenção de mais, sem ser tímido demais, sem causar uma má impressão.
Dia 22
— Depois que passar na minha ilha? — Enquanto nos divertimos jogando um Mario Party de boa, Susi resolve soltar uma nova informação surpreendente sem qualquer contexto.
— Ilha?
Em frente ao meu expando, sinto a palavra “idiota” Se formar na mente da Susi que dá de ombros. — Minha ilha, algo errado?
— PORRA! Quem sai convidando casualmente o outro para sua ilha particular, porra, caralho, porra! Como assim?
Com a mão, a garota esconde o risinho que a toma. — Vejo, pela sua cara, que o processador queimou.
— Em minha defesa, ricos são só muito…
— Únicos.
— Ia dizer excêntricos, mas esse eufemismo também serve. — Volto ao meu senso de realidade. — Enfim, acho que podemos passar lá qualquer dia, por mais que eu não tenha a menor ideia de onde seja.
— Haha! Combinado.