Trupe Elemental - Capítulo 101
As esferas elementais de Mary conseguiam armazenar até uma certa quantidade de energia, com elas os outros poderiam absorver os trovões de Philip, fazendo com que eles passassem a correr pelo seus corpos, ao atacar eles seriam liberados causando uma sobrecarga tremenda, suficiente para penetrar as defesas mágicas de Philip.
Ao segurar uma das esferas e como se seu corpo tivesse sido coberto por um suco, invisível, suco esse que está percorrendo constantemente seu corpo e veias pronto para liberar uma descarga elemental. Sabendo disso agora, não só John e Tay, mas também os outros se preparavam para o ápice da batalha.
— Grgh! Não importa se você sabe ou não desta falha! Eu serei o último de pé e vou mostrar para vocês, tolos, o motivo pelo qual recebi o título de Dominação do Trovão! Contemplem a verdadeira força! — Philip disse.
Canalizando múltiplos círculos mágicos em um piscar de olhos, Philip desencadeou inúmeras instâncias de raios na direção do grupo, muitos desses que atingiram Tay e John que estavam carregando as esferas de Mary, transbordando-as com energia elemental, os raios passaram a fluir para as armas deles, as imbuindo com mais poder elemental.
A Usurpadora acabou se beneficiando ainda mais disso, tendo consumido grande parte da energia vital de John e dos outros, ela se alimentou mais ainda da enorme quantidade de energia elemental liberada por Philip. Ela ansiava por mais, ela ansiava por sangue.
— Ao meu sinal, Tay! — Gritou, John.
— Atacaremos quando ele conjurar seu próximo feitiço! — Completou.
No segundo ataque de Philip, os dois se separaram, um para cada lado. Impossibilitando Philip de usar um ataque concentrado, assim ele teria que escolher um deles para concentrar sua força, criando uma oportunidade para o outro revidar sem grandes problemas.
No meio do fogo cruzado, Tay foi capaz de fazer um sinal para os outros que estavam mais longe, especificamente Ryutisuji para que pudessem dar suporte de longo alcance. Sua visão afiada o permitiu captar imediatamente a mensagem.
— Matt, atire flechas de supressão! Vamos forçar Philip a recuar e cair novamente! Assim que o atingir, irei cegá-lo com bombas de fumaça. — Disse Ryutisuji.
— Ha! Não precisa me dizer duas vezes. Vamos ver se ele curte uma pequena sauna com um toque especial de dor! — Matt respondeu, carregando seu arco.
Disparadas as flechas banhadas com fogo, acertando ambas as pernas de Philip, ele foi brevemente interrompido de contra-atacar Tay e John.
Logo em seguida do alto vieram as bombas de fumaça que obstruíram a visão de todos que estavam no campo de batalha. Uma faca de dois gumes, de um lado Philip ficava impossibilitado de conjurar seus feitiços, do outro John e Tay podem se esgueirar sorrateiramente e o golpear usando suas armas imbuídas com o próprio poder dele.
Philip sabendo que isso poderia acontecer, ele conjurou uma enorme corrente elétrica que em segundos percorreu a extensão toda da fumaça, mas não conseguiu encontrar ninguém lá dentro. Tay e John haviam apagado suas presenças por completo. Ele não consegue detectá-los sem uma clara visão deles agora.
A pressão do ar mudou rapidamente, uma risada ofegante e sussurrante ecoou em seu ouvido. Quando Philip percebeu, já era tarde demais. A lâmina de John e Tay havia perfurado sua armadura, o imobilizado no chão. Suas espadas ao entrarem em contato direto com o poder elemental dele, sobrecarregaram, causando uma explosão em área com um enorme efeito de repulsão que os jogou para longe no momento em que Philip foi ferido por eles.
— Urgh… Idiotas, eu lhes disse que seria o último ainda de pé! — Disse Philip, gargalhando sobre seus ferimentos ainda de pé.
— Agora… Só faltam vocês três aí em cima! Se prepare para sentir a minha fúria, Rosemary! — Ele disse, apontando para o restante do grupo ao longe.
— NÃO TÃO RÁPIDO! — Tay gritou, jogando uma pequena adaga em Philip.
— Nossa luta ainda não acabou, só termina quando você ou nós dois estiver no chão, não há meio termo. — Disse Tay.
Philip se enganou ao achar que tinha conseguido derrotar Tay e John. Quando olhou para o lado, eles ainda estavam lá, não de pé, mas sim ajoelhados devido aos graves ferimentos que sofreram com a explosão. Mas ainda brandiam sua espada contra ele. Isso o enfureceu profundamente. Tomado pela fúria de não conseguir se livrar de simples “insetos” como ele se referia, Philip perdeu o controle.
— Hugh! Impossível! Vocês realmente são um bando de insetos problemáticos que se recusam a desistir! Eu já estou farto do seu grupinho estragar tudo que eu tento fazer, todos vocês estão cegos para a verdade! — Disse Philip.
— É meu dever final como mensageiro de meu senhor abrir seus olhos para a verdade, vou expurgá-los deste mundo! — Completou.
Um grande círculo mágico surgiu sob os pés de Philip, e outro acima de si, runas elementais que estavam enterradas no solo começaram a orbitá-lo enquanto conjurava um feitiço em uma estranha linguagem. Raios e trovões surgiram de todos os cantos, impedindo que qualquer um se aproximasse, seus olhos brilhavam com energia elemental. Uma Quebra de Limite estava entrando em ação.
Ao ver aquilo de longe, Mary gritou ordenando para que todos se afastassem o máximo possível. Rapidamente ela conjurou escudos mágicos para todos, Tay e John que estavam no epicentro não conseguiriam escapar a tempo, ela pensou.
Mesmo que ela fosse até eles para ajudar, não havia garantia de que ela pudesse impedir o ataque de Philip. Ela então canalizou três vezes seguidas com seu grimório um escudo elemental que pudesse aguentar aquele ataque, mas ainda sim era incerto. Mary não sabia da existência desta habilidade. Ela falhou em calcular os riscos da luta contra Philip, isso a deixou desesperada.
— Não…! Isso não pode estar acontecendo de novo… Eu falhei? — Ela pensou.
— A mesma coisa de anos atrás? Vamos ser derrotados por que eu falhei em prever os riscos? Não… a culpa não pode ser minha novamente, eu… eu não sou a culpada… Essa sensação de novo! — Ela dizia, angustiada e aterrorizada.
Das mãos de Philip uma esfera de raios emergiu, concentrada com todo seu poder elemental, em frente dela um novo círculo mágico apareceu, desta vez invertido. Ao seu dizer, um enorme clarão seguido do estrondo dos relâmpagos convergindo.
— SINTA A FÚRIA DE MIL TROVÕES DO IMPERADOR DRAGÃO! — Ele gritou.
Um silêncio ensurdecedor tomou conta do lugar por completo. Ao liberar seu poder, um enorme dragão de três cabeças, puramente feito de raios, surgiu. Engolindo tudo que estava em seu caminho, indo em direção ao grupo de John. Não havia como se defender daquele ataque, não com armas normais. A terra estremecia com a incrível velocidade que o dragão percorria.
Segurando sua espada na defensiva, John permaneceu imóvel na tentativa de parar aquela abominação mágica. Foi quando algo que nenhum deles estava esperando, nem mesmo Philip.
— Já basta. Isso foi o suficiente… — Uma voz misteriosa disse de longe.
De trás de Philip sem que ele percebesse uma figura misteriosa, perfurou seu peito, arrancando seu coração apenas com as mãos. Não só Philip, mas todos que estavam presentes ficaram em choque com o que estava acontecendo. Rompendo o fluxo elemental em seu corpo, seus círculos mágicos junto com o dragão desapareceram em um instante. Ela ainda sussurrou para ele:
— Hahaha… Há quanto tempo, Philip. Finalmente nos encontramos. — Ela disse.
Quem era aquela pessoa que o impediu? Todos se perguntavam a mesma coisa. Um novo aliado ou um possível inimigo mais forte do que ele havia surgido? O grupo de John em pânico não sabia o que fazer, eles assistiam de longe, paralisados de medo.
O ferimento grave e abrupto, fez com que Philip cospisse grandes quantidades de sangue, o que dificultou seus movimentos e fala. Ele achou que havia tudo sob controle e que não havia como ele sair como perdedor daquela batalha. O medo rapidamente tomou conta dele, quem poderia se esgueirar por trás dele sem que ele percebesse. Na hora havia poucas pessoas que ele conseguia pensar.
— Urgh… Quem… é você?! — Philip respondeu, com dificuldade e um olhar aterrorizado.
— Aww, como pôde se esquecer de mim? Somos grandes amigos! É por isso que estou aqui. — Ela respondeu, com um tom de sarcasmo.
Ao virar brevemente sua cabeça para ver quem era, o brilho e a esperança em seus olhos se dissiparam de imediato, naquele momento Philip soube o que estava prestes a acontecer, não só com ele mas com os outros presentes. Era o início do fim.
Além de Philip, a outra pessoa que estava incrédula e paralisada, não de medo, mas sim do que estava testemunhando era John. Ele não conseguia acreditar em seus próprios olhos e no que estava vendo.