Two Worlds - Capítulo 4
A vila estava cheia de novos jogadores depois de algumas horas do lançamento. Ela não queria chamar atenção, porém era inevitável. As vezes ser chamativa é ruim, pode atrair jogadores com a intenção de roubar seus pertences.
— Ei, olhe ali! Ela tem um arco. Eu pensei que só podia ter espada no começo do jogo. — Em um canto, dois jogares conversavam observando a Aelyn que passava. —
— Ela deve ter conseguido de alguma missão ou de algum Chefe.
— É impossível matar um chefe tão cedo no jogo, precisa de uma equipe para matar um. Deve ser de alguma missão.
— Pode ser, acho melhor avisar o líder.
Chegando no comercio e bar da vila que tinha o nome o Javali Bêbado, encontra o dono do lugar atrás do balcão organizando as coisas. O dono era um senhor de 40 poucos anos, com cabelos e barba ruivos.
— Bem-vinda jovem aventureira, deseja algo?
— Olá. Eu vim por que a senhora da alfaiataria e o Vovô caçador me disseram que você precisa de ajuda.
— Ah, então é você quem o líder da vila comentou que ajudou com os lobos. Você chegou em boa hora, estou com um grande problema. Heitor não pode caçar como antes e minha reserva de mantimentos está cada vez mais baixa. Pode me ajudar? — Olha para ela bastante angustiado. —
— Eu tentarei meu melhor.
— Obrigado. — Suspira aliviado. —Eu preciso de carne de Javali e outros itens desta lista.
Missão: Em busca de mantimentos.
O dono do Comercio Javali Bêbado está com falta de mantimentos para sua loja. Vá para floresta e consiga os itens da lista.
Objetivo: Traga 50 Carne de Javali de fogo, 20 Carne de Cervo e 10 Carne de Peru Selvagem
Dificuldade: E
Recompensa: Dinheiro, Xp e uma receita aleatória.
Olhando as recompensas, fica bastante animada. Conseguir receita em uma missão no começo do jogo era raro, provavelmente ela desbloqueou por sorte ao agradar o velho caçador ou a alfaiate. Se despede dele e vai embora.
Fora da loja, jogadores se aproximavam ao ver que ela não era um simples jogador.
— Ei, se junte ao nosso grupo. Vamos upar juntos.
— Ei irmã, me upe. Eu pago.
— Não, me upe.
—…. — Ela começa a se afastar lentamente das pessoas que a cercavam. — Desculpe, mas eu já tenho uma equipe com… — Alguém esbarra nela, ao se virar vê um jogador da raça bestial lobo com mulheres o perseguindo. — Ele…
— Com ela… — Diz jogador. —
— Está mentindo. Você nem conhece ela. — Uma das garotas se aproxima do rapaz com raiva. —
— É mesmo. — As outras concordam. —
— Eu…. — O cara afasta a mão da garota que o segurava com nojo. Aeliyn olha a situação e tem uma ideia. —
— Desculpa a demora, a missão demorou um pouco. Está pronto?
— Eu… — Ele vira para ela e levanta a sobrancelha com curiosidade. — Sim estou.
— Ótimo, então vamos.
— Ei! Você não vê que está se intrometendo? — Uma das garotas segura o braço dela e puxa com raiva. —
— Desculpe, é você que está atrapalhando. Não ouviu que ele está em grupo comigo?
— Mas um grupo pode ter até 6 jogadores, tem vaga para nós. — As outras meninas concordam —
— Desculpe, mas já estamos cheios para vocês e não gosto carregar pessoas.
— Como… — A menina fica muito indignada. —
— Tchauzinho. — Aelyn foge levando o rapaz para fora da vila em direção a floresta. —
— Ei… Por quanto tempo vai me levar.
— Desculpe. — Ela solta a mão rapidamente envergonhada. — Tive que arrasta-lo, se eu não fosse convivente elas não iam desistir.
— Tudo bem. Eu…
— Sem problema, você me ajudou também. Às vezes, algumas pessoas não sabem ouvir um não. Bom, eu estou indo para o leste. Até. Obrigada pela ajuda. — Ela vai embora rapidamente, deixando para trás o rapaz surpreso. Olhando para as costas dela, solta um breve sorriso e vai em direção ao local da sua quest. —
Não demora muito e ela chega numa planície onde ficava os perus selvagens. Eram inimigos que não eram fortes, porém eram muito ariscos. Ao ver um inimigo, começavam a fugir loucamente o que os tornavam um inimigo chato.
Olha o local e ver uma grande quantidade andando pela grama. Decide subir numa árvore ao seu lado, escolhendo um que estava distante mira e atira.
A flecha acerta o alvo em cheio, o barulho faz as aves fugirem de medo, porém logo voltam sem se importar com a morte do companheiro.
— Podem ser rápidos, mas são bem estúpidos. — Abre o sorriso irônico. —
Depois de caçar os perus e cervos, caminha em direção a área dos javalis, na área alguns grupos de jogares lutavam para subir de nível. Ela olha em volta para procurar um lugar livre para caçar.
— Oi. — Aelyn pula de susto, afastando uns cinco passos para olha o cara que tinha ajudado tempos atrás.
— Desculpa, eu não queria te assusta.
— Tudo bem, eu não lhe ouvi.
Ela dá uma segunda olhada no jogador. Sua raça era bestial Lobo, suas orelhas e calda eram de cor negra, olhos cor de âmbar, cabelos até os ombros um pouco bagunçados. Ele era um palmo mais alto que ela, olhando para seu belo rosto podia entender o motivo das garotas o perseguir.
— Acho que temos o mesmo objetivo de missão. Que tal formar um grupo?
— Comigo?
— Sim. Me chamo Fenrir.
— Aeliyn.
Sistema: Fenrir convida para o grupo.
Em um grupo, o xp é dividido entre os jogadores e matar um monstro contava para todos os membros do grupo.
Sem muito a dizer eles chegam ao lugar onde tinha menos pessoas. O Javalis de Fogo um monstro nível 4, tinha forte ataque e dano de fogo.
Javali de fogo
Nível: 4
Hp: 300
Ataque: 15/20
— Parecem bem fortes.
— Sim, eles são. O pior é quando dão arrancada. Tem uma grande chance de dar dano de queima. — Ela tira o arco. — Eu chamo atenção e você ataca quando chegar perto. Se cair itens bons, a gente rola os dados. Pode ser assim?
— Tudo bem.
— Vou começar.
Atirar uma fecha no primeiro javali que estava mais longe dos outros. Acertando na lateral o javali fica surpreso e vai na direção deles correndo muito furioso. A segunda passa raspando e na terceira acerta o pescoço. Sem deixar de avançar mira um ataque, Fenrir desvia e acerta um golpe no pescoço o finalizando.
— Você é bem rápido esquivando. Legal.
— Foi apenas um pouco de reflexo.
— Sei… Acho que dá para continuar desta forma. Vamos pegar mais.
Continuam a caçar usando a mesma tática de antes, já tinham matado três se dificuldade. Ela vai coletar os itens dos corpos e tem uma leve decepção.
— Pensei que os corpos não serviam para nada. — Diz ele olhando para ela com curiosidade. —
— Se você não tem a habilidade “Coletar”, não servem para nada.
— Ah… tá.
— Droga os itens que caem são poucos e aleatórios. Precisamos matar mais, tem algum problema?
— Não. Tudo bem para mim, devo matar mais também.
— Ótimo.
Os dois continuam a caça por várias horas, o xp era bom. Os itens que caíram foram razoáveis, boa parte foi para Fenrir. Ela finalmente consegue todos os itens da missão e sobe apenas um nível. Quando todos os itens de cura acabam, decidem voltar para vila.
— Tem certeza que não quer? — Diz Fenrir tentando entregar um capacete que tinha caído. —
— Eu tenho, as luvas que peguei são o suficiente. Elas aumentam minha destreza e isso é o que quero.
— Entendo, obrigado pela ajuda.
— Sem problemas, a ajuda foi mutua.
— Posso te adiciona como amiga? — Ela olha para ele com dúvida. —Quando eu achar algo bom de destreza podemos fazer uma troca. Eu preciso de itens de Força. Não precisa aceitar se não quiser.
— Tudo bem. — Ela manda o convite e ele aceita com leve sorriso que a deixa levemente admirada. — Eu vou indo, cuidado com suas fãs.
Ela vai embora sem olhar para trás, Fenrir a observa bastante pensativo. Ela era uma garota incomum.