Uma Rotina Escolar Comum Depois do Apocalipse - Capítulo 19
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- Capítulo 19 - Se funcionou, valeu.
Se funcionou, valeu.
Depois de todas aquelas runas se ativarem, o solo tremeu, então o círculo abaixo da Hina se moveu, por conseguinte, fazendo com que ela pisasse “fora” dele.
Ao invés de atacar a vampira forte o suficiente para obrigá-la a desviar, Taka achou mais fácil só mover o chão. Se fosse para olhar para o teste de forma literal, ele tinha conseguido passar.
— Sério isso? — Hina nem sabia como reagir ao que aconteceu, nem nos seus sonhos mais loucos esperava ver alguém fazendo isso. — Que desperdício de mana, mas regras são regras, você passou na primeira fase.
Ela nem terminou de dizer aquelas palavras e já tinha sumido do campo de visão do garoto. Em instantes, estava na frente dele e lhe socou na barriga.
O impacto tinha sido controlado, mas acertou bem embaixo das costelas, num ponto sensível. Taka mal conseguia respirar depois do soco e ela ainda o levantou pelo pescoço, piorando ainda mais a situação.
— Agora vamos seguir para a parte da entrevista, vou lhe fazer algumas perguntas e você tem que responder com honestidade, simples, né? — Como se estivesse tomando um café relaxada, Hina tinha um tom leve e simpático.
Em contraste, seus movimentos eram cruéis e sádicos. Em segundos, já tinha levado Taka a uma situação extrema, na qual seria difícil de pensar. Bem, seu objetivo era justamente testar como ele reagiria a esse tipo de situação.
— Primeira pergunta, por que quer entrar para esse time?
Sem ceder nem mesmo um pouco para o desespero, sorriu. — Não é óbvio? Porque essa vai ser a melhor equipe, até porque você está nela.
A ruiva o tacou para o alto então o chutou no ar, mas o garoto conseguiu ao menos se defender minimamente. A resposta tinha sido superficial, mas a calma que ele conseguia demonstrar mesmo naquela situação era bastante louvável.
— Yan me disse que foi você quem criou aquela magia capaz de contra-atacar Juan, certo? — De novo, ela já estava na frente dele em um instante e desferiu mais golpes dolorosos. — Quero saber como conseguiu fazer isso.
Sem conseguir recuperar o fôlego direito, tentou responder como podia, entre os intervalos de sua respiração:
— Haa… foi num dia qualquer, haa… fomos atacados, ai eu, haa… analisei como funcionava aquela mana negra e, haa… tentei achar um jeito de conter.
Se fosse verdade, era bem impressionante que conseguisse se adaptar assim enquanto sua vida corria perigo. Hina ainda tinha muitas dúvidas sobre ele, mas parecia pelo menos aceitável.
— Ok, vamos continuar, espero que não tenha ficado cansado, se desmaiar sem responder todas as perguntas, será desqualificado. — De novo, o lado sádico da vampira foi mostrado junto com suas presas e olhar sanguinário.
Ela avançou ainda mais rápido do que da última vez, seus movimentos eram impressionantes. Tudo que Taka podia fazer era tentar adivinhar por onde ela iria atacar e colocar o braço de forma desajeitada para se defender.
Não funcionou. Hina não era previsível, no começo usava de chutes e socos, mas repentinamente trocou para agarrar o garoto e aplicar um golpe de judo. Logo estava caído no chão com dor.
A garota fez uma pergunta qualquer sobre história, apenas para ver se Taka ainda estava conseguindo manter a mente limpa. Ele respondeu corretamente e a tortura seguiu, mas dessa vez a mulher tomou distância.
Boomm! Dezenas de bolas de fogo voavam, conforme ela corria em círculos em torno do garoto desnorteado e já quase sem mana.
Não tinha como se defender, por isso só restava tentar se desviar. Como a ruiva girava mais ou menos na mesma velocidade; em pouco tempo, tinha pegado o padrão de ataque e até conseguia desviar bem.
Claro, mais uma vez, Hina não era tão fácil assim de prever. Do nada, apareceu bem no lugar para onde Taka estava pulando, segurou seu braço e o torceu cuidadosamente, garantindo a máxima dor sem riscos de lesão.
De novo, uma pergunta qualquer, dessa vez foi sobre a geografia e sobre sobrevivência na mata. Como alguém que já tinha participado de acampamentos na selva, Taka conseguiu responder bem.
Mais uma vez, a capacidade de pensar mesmo sofrendo de dor e sendo esmagado por tantos ataques, era impressionante. Na verdade, ele parecia até mais calmo e mais racional a cada vez que era colocado contra a parede.
O ciclo todo ainda se repetiu algumas vezes, mas as respostas eram sempre perfeitas. Com isso, Hina se convenceu de que aquele garoto estava preparado para uma batalha de verdade.
Ele até podia ser fraco, mas valia a pena testar, por isso sem atacar mais o garoto, Hina fez sua última pergunta:
— Agora, responda com calma, o que acha desse país? Se eu gostar da sua resposta, te aceito como integrante do time.
E essa era uma pergunta realmente difícil, muito aberta e sem resposta certa. O pior, ele precisava tentar encontrar a resposta certa que satisfizesse a Hina.
Pensando em tudo que sabia sobre a garota na sua frente, sobre sua expressão ao falar do próprio país e misturando sua própria opinião, encontrou a resposta.
— Gosto muito dele, só odeio todas as coisas ruins e gostaria de mudar elas. — Hina se surpreendeu, era uma resposta que ela mesma podia dar. O garoto tinha feito um bom trabalho de “conquistá-la” e, assim, foi aceito.
Logo em seguida, Hina já o fez levantar. — Sem preguiça, vou te curar e te apresentar os seus colegas de grupo.
O garoto ficou de pé e empolgado, vendo toda aquela energia e resistência só podia lamentar, se ele fosse só um pouco mais forte, seria um aliado incrível. Inteligente, calmo, divertido, resistente e fraco, essa foi a primeira impressão que teve.
“Preciso encontrar algum jeito de deixar ele mais forte…” pensou com sigo mesma enquanto lembrava das opções.
De qualquer forma, Hina deixou para se preocupar com o poder mais tarde e só levou Taka até outra sala onde Mila e Rin estavam, para variar, brigando entre si.
O gordinho irônico estava desviando e provocando e Mila, como sempre, acabava se deixando levar e atacava de forma estúpida e agressiva.
— Parem agora! — As ordens foram compridas em menos de um segundo. — Esses dois serão seus companheiros, são um pouco idiotas e teimosos, mas conto com você para dar um jeito nisso… outra coisa, infelizmente não estarei por perto, vou viajar para fora das muralhas. — Como se não fosse nada, Hina deu a Taka a responsabilidade de resolver o problema daqueles dois e disse que iria ficar fora por um tempo
— Pera, como assim? — Claro, todos ficaram surpresos e várias perguntas vieram.
Em uma explicação simples, a vampira teria que ir para fora com o pai para eliminar um ninho de bestas que tinha se formado perto da capital. Lola e Taka ficariam responsáveis pelo resto do treinamento e outras coisas. Mal tinha entrado e já tinha um grande peso em suas costas, notando isso, Taka ficou empolgada, mais responsabilidade significava mais possibilidade de ser importante e indispensável.
Vale dizer, o ninho realmente existia, mas só o pai da Hina era necessário para o extermínio, o verdadeiro motivo pra ruiva fazer aquilo, eram investigações. Tinha descoberto a possível origem da produção daquela poção estranha que Juan usou.