Uma Rotina Escolar Comum Depois do Apocalipse - Capítulo 20
Alguns testes
Hina se despediu de todos e foi encontrar com seu pai, estava na hora de ir viajar. Tiveram que arrumar algumas malas e coisas do tipo, mas nada importante. Por fim, ela ainda foi até o laboratório central do exército.
Pessoas vestidas com jalecos brancos, e alguns com roupas normais, iam de uma lado para o outro. No centro de tudo, tinha um moreno de cabelo azul e rabo de dragão dando ordens.
— Ola! — Hina entrou lá animada e foi direto em direção ao homem no centro de tudo. Como ela visitava muito o lugar, os funcionários já estavam acostumados e nem ligaram. — Vim te visitar, Ryou — cantarolou.
O alvo daquelas palavras era um garoto baixinho, Ryou, o namorado da Hina. Um cara com seus 25 anos, um quase invisível cavanhaque, que gostava de fumar no seu tempo livre e era um importante pesquisador/engenheiro militar.
No caso, todo aquele laboratório era “dele”. Mesmo sendo um demi-humano, por suas conquistas e, principalmente pela intervenção da vampira, o alto comando militar deu-lhe dinheiro, equipamentos e pessoas, sua missão era uma: criar armas poderosas.
— A quanto tempo… — abriu um sorriso de criança, que combinava muito com a sua estatura, mas nada com sua idade. — Vai ter tempo para ficar por aqui, ou já vamos? Porque estava no meio de algo importante. — Ele coçou a cabeça meio preocupado.
— Agorinha, depois você pode continuar suas coisas. Inclusive, o que está fazendo agora? Faz tempo que não me conta as novidades.
— Várias armas, te mostro melhor quando formo para fora das muralhas. — Se virou para os outros pesquisadores. — Ouviram, né? É bom arrumarem tudo o quanto antes, vou levar o novo conjunto de combate para ser testado em uma luta de verdade.
E o lugar ficou ainda mais agitado, mesmo assim, ainda demoraria um pouco para tudo ficar pronto, inclusive, o pai da vampira estava cada vez mais irritado de esperar.
— Ok, já que temos um tempinho livre, pode olhar isso para mim? — Com uma voz doce, a garota pediu com olhos cheios de expectativa. Ryou não tinha como negar e aceitou. — Obrigado! — Ela agradeceu e lhe deu uma amostra de alguma poção.
— De onde é isso? — perguntou já colocando numa máquina para analisar.
— Uma poção, parece que pode aumentar a força de alguém, apesar de vários efeitos negativos, queria saber como funciona e, se possível, quem fez.
— Deixa eu ver… — Ryou pensou um pouco. — Parece algo feito por elfos, provavelmente usando runas, não sou bom nisso, mas… — De repente ele se surpreendeu com os dados que sua máquina mostrava. Refez o teste de novo e de novo, o resultado era sempre o mesmo. — Hina, onde conseguiu isso? — perguntou muito preocupado.
ooo
Passados uns 10 minutos e tudo estava pronto e uma mala gigante os esperava, mas os dois continuaram no laboratório por mais quase meia-hora analisando a tal a mostra. Ao sair, óbvio, o pai da ruiva estava uma fera, mas a filha nem deu muita bola e foi direto para o helicóptero militar que estava os esperando para partir.
O que se seguiu foi uma longa viagem e muitos pequenos problemas. Primeiro, que sair de dentro da cidade já não era fácil, havia alguns monstros aéreos que podiam atacar. O segundo problema eram os suprimentos e a distância, no final das contas, o ninho não estava tão perto assim.
Por fim, além disso tudo, não estavam sozinhos e tiveram que esperar toda a equipe que o exército tinha separado para a missão chegar. Nos primeiros dias, os três não tinham nada para fazer, afinal alguns militares estavam inspecionando a geografia do lugar entre outras coisas. No máximo, Hina e seu pai eram chamados ocasionalmente para matar algumas bestas.
Com todo esse tempo livre, Ryou e a vampira puderam testar todos os equipamentos. Nem eram tantas coisas e a maioria não foi muito útil, além de serem coisas difíceis de usar.
Em resumo, os equipamentos mais interessantes eram: um propulsor que, somado com a magia que Hina usava para planar, se mostrou muito útil permitindo longos voos. Ryou também tinha feito uma armadura para combate e, o mais importante, uma espada muito grande.
Sim, um espadão foi o melhor invento, claro, não era algo feito de materiais comuns e havia várias pequenas modificações. Primeiro, a arma podia mudar de tamanho virando o pingente de um colar, uma função que a tornava um excelente presente para garotas. Fora isso, era absurdamente resistente e, principalmente, feita de forma a ser compatível com magia.
Via de regra, colocar magia em um objeto o quebraria, por isso os magos quase não usavam equipamentos. Para solucionar isso, havia as armas mágicas, mas elas normalmente eram fracas e, mesmo elas, não aguentavam muita magia. Aquela espada, por outro lado, conseguia canalizar e até amplificar magias, principalmente se usada por alguém habilidoso e com excelente controle de mana.
Assim se passou mais de uma semana fora das muralhas, sem nada interessante. Muitos testes e dados, mas isso só interessava Ryou; Hina, que já tinha cansado de treinar usando as novas armas, estava entediada. Para piorar, as investigações que ela queria fazer, estavam indo devagar e os robôs do namorado dela ainda não tinham encontrado nenhuma pista.
— Ei! Por que não fazemos um teste mais interessante? — Foi no meio daquele tédio, que a ruiva teve uma ideia. O garoto dragão sentiu um arrepio, mas ainda perguntou qual era a ideia dela. — Simples, quero ver como vou me sair em uma luta contra meu pai usando essas suas bugigangas.
— Ei! São equipamentos muito caros e sofisticados, não os trate como um negócio qualquer! — Ryou reclamou, mas aceitou a proposta, queria muito ver como a luta acabaria e se suas invenções teriam alguma utilidade.
Em seguida, Hina teve que ir falar com o pai que, também entediado, acabou aceitando. Na verdade, ele gostou muito da ideia, porque já queria testar a filha e estava precisando de algo para aliviar o estresse.
— Muito bem, vou querer ir com tudo, por isso vamos para um lugar distante. — Dizendo isso, ele concordou com o duelo. Os três foram para bem longe do ninho, no meio de um deserto sem nada em volta para atrapalhar, só alguns monstros que foram rapidamente massacrados.
E a luta teve início.