Uma Rotina Escolar Comum Depois do Apocalipse - Capítulo 21
Loja suspeita
Hina começou atacando com bolas de fogo, enormes explosões se espalharam cobrindo o local com fogo e obstruindo a visão.
Escondida entre as chamas, Hina correu de forma circular atacando por todos os lados, com isso, obrigou seu pai a ficar parado no mesmo lugar na defensiva.
Em seguida, ela não deu tempo para seu inimigo respirar, pulou alto, energia se concentrou na sua mão e sangue saiu por sua pele.
Uma pequena bolinha se formou e, em um instante, foi disparada tão rápido que era impossível desviar.
Boommm!
Ao atingir o oponente, a poderosa magia explodiu, mas aquele homem continuava sem nenhum ferimento, apenas alguns rasgos nas roupas.
Hina teve que ser rápida e usou seu dispositivo para voar e desviar dos ataques que seu pai lançava. Já naquele ponto, os equipamentos estavam sendo úteis.
Entendendo que ataques a longa distância não eram o suficiente, a ruiva decidiu mudar de planos e tentar combate corpo a corpo.
Ela pousou no chão, tocou o colar que Ryou havia lhe dado, o treco brilhou e se transformou numa grande espada. Em seguida, colocou mais mana nos equipamentos, que se transformaram numa armadura completa.
Vendo aquilo, seu pai apenas criou uma pequena espada de sangue e ficou em postura de batalha. Como alguém que praticou esgrima por anos, tinha muita classe.
— Ativação máxima. — Hina cochichou.
Correu na direção do pai e deu uma forte investida logo de cara, mas o homem, com facilidade, deu apenas um toquinho na espada da garota e desviou sua trajetória.
Em seguida, ele avançou mirando seu pescoço, mas a armadura, de forma automática, ligou os propulsores e permitiu que Hina desviasse.
A ruiva até se surpreendeu com isso, mas não pensou muito sobre, só agradeceu a qualidade da armadura e, como conseguiu, deu um chute surpresa.
O pai conseguiu desviar, mas ainda acabou com um pequeno corte no rosto, o desvio e, logo em seguida, o chute, estavam fora de suas expectativas.
A vampira não deu tempo para pensar, atacou de novo com sua espada, dessa vez com mais cuidado, não queria cometer o mesmo erro.
Assim os dois ficaram trocando espadas enquanto buscavam uma abertura. Estavam em uma disputa equilibrada, principalmente porque a armadura era capaz de, por conta própria, lançar laser no oponente, dificultando muito a vida do pai da garota que precisava se preocupar com duas coisas ao mesmo tempo.
Mesmo nessa situação, Hina estava em uma ligeira desvantagem, tendo recebido alguns ataques de raspão, mas não suficientes para perfurar sua proteção.
Quando parecia que a luta chegaria em um impasse, aquele homem, em menos de um segundo, invocou uma bola de fogo enorme e lançou na filha.
Em seguida, avançou pelo fogo e a atacou ferozmente, sem dar qualquer chance para a defesa. Sob tanta pressão, a garota acabou deixando uma ou outra abertura e acabou derrotada no chão.
— Ok, já foi o suficiente para um treino, né? — Vitorioso, desfez a espada de sangue e respirou aliviado. — Você não podia ter se distraído e me dado tempo de lançar uma magia, esse foi seu erro, enfim, vou trabalhar, faça o que quiser pelo resto do dia.
Hina não ligou muito para a derrota, só se levantou, se despediu corretamente e foi logo falar com Ryou, ela estava empolgada com essa nova bugiganga que ele criará.
Mesmo sem nem saber a usar bem, já era o suficiente para salvar sua pele várias vezes, com alguns ajustes, se tornaram uma arma muito poderosa.
Claro, ainda precisaria de muitas melhoras, para começo de conversa, o único motivo para Hina ter perdido tão rápido, era que aquele treco consumia mana demais.
Inclusive, só isso já tornava a arma inútil para Taka, sim, de primeira, a vampira achou que seria algo muito útil para o garoto, mas não daria certo, ele não tinha a quantidade necessária de mana.
Outro problema era que o equipamento não aguentou os movimentos bruscos da ruiva, por isso, já no fim da luta, não estava funcionando muito bem.
Resumindo, Ryou acabou com seu único protótipo quebrado e cheio de coisas que teria que melhorar, mas ainda tinha sido um excelente teste.
Por fim, Hina elogiou muito a espada, ela não só podia virar um colar, tornando mais fácil de carregar, como era resistente, leve e poderosa. Sem contar que ainda tinha utilidades que ela ainda nem tinha descoberto.
Como a espada já era um produto mais ou menos pronto, Ryou resolveu dar uma de presente para Hina.
— Ainda assim, pensar que meus bebês acabariam nesse estado. — Ao garoto dragão, só restou olhar com resignação para os equipamentos destruídos, aquilo machucava um pouco seu coração.
— Chega, chega, para de chorar, temos que ir agora. — Hina se levantou logo e já estava fazendo alongamento
— Ei! Você não acabou de lutar com todas as suas forças!?
— Sim.
— Então… por que? Por que já está aí de pé cheia de energia? Nunca ouviu falar em descansar? Além do mais, tenho direito a meu tempo de luto.
— Você não tem direito a nada, bora, que ainda temos que investigar um monte de coisa. Sei que tem uma loja gigante de produtos suspeitos que fica por aqui e queria visitar ela, lá devemos encontrar alguma pista.
— Mas…
— Sem mais, agora é nossa chance, meu pai deve estar meio cansado e não vai ficar vindo ver o que estamos fazendo, até para economizar energia. — Antes, quando Hina tentava investigar as coisas, sempre topava com seu pai entediado querendo a forçar a treinar mais.
Sem dar nenhuma escolha ao garoto, a vampira o agarrou pelo rabo e o carregou como se fosse uma mala.
Ryou sentiu que ia morrer enquanto era carregado em alta velocidade, mas acabou dando tudo certo.
Então encontraram algo impressionante, no meio daquele deserto mórbido, havia uma cidade, ou seria melhor chamar de favela?
Eram várias casas de madeira feitas às pressas, as pessoas, forçadas a viver ali, não faziam muito mais que um teto de pano para se proteger do sol, afinal sabiam que, a qualquer momento, monstros podiam atacar e destruir tudo.
Não muito longe, era possível ver uma grande muralha, como sempre, aquela era uma construção enorme, mas não foi nisso que Hina prestou atenção.
No meio de tantas casas caindo aos pedaços, estava aquilo que realmente interessava, uma construção de concreto no centro de tudo, não muito grande, mas, no meio de tanta pobreza, sem dúvidas era algo que se destacava.
Era uma loja para contrabandos e outras coisas proibidas. Não à toa, ao entrar lá, diferente do resto da cidade populada por demi-humanos, haviam alguns humanos, vampiros e outros.
O objetivo da Hina era simples, descobrir se estavam ou não vendendo aquilo que o Juan usou.
Passando por alguns seguranças e pagando subornos, conseguiram entrar, mas mal tiveram tempo de procurar nada.
— Ryou, vamos sair daqui, agora… — com uma voz cheia de medo, a vampira sussurrou.
Só de pisar na loja ela sentiu, tinha algo de errado naquele lugar… Algo não, alguém, uma presença mórbida e assustadora, diferente de tudo o que conhecia.
De repente, notou que aquele monstro estava se aproximando, seus músculos até travaram com a tensão.
— Olá, não esperava uma visita tão fofa… — Vinda de trás uma voz ressoou no ouvido dos dois, era bizarra, ao mesmo tempo infantil e odiosa.
Hina tentou se virar para a fonte, mas não tinha nada lá…
Dor.
Em um instante, algo socou sua barriga, um vulto negro, contudo, antes que pudesse ve-lo corretamente, já tinha sumido.
— Não vai conseguir me pegar, hehe! — De novo, a voz já estava atrás dela. — Agora, já chega de brincar, vamos para outro lugar, ok?
Sem um segundo para reação, uma explosão, então…