Uma Rotina Escolar Comum Depois do Apocalipse - Capítulo 22
- Início
- Uma Rotina Escolar Comum Depois do Apocalipse
- Capítulo 22 - A garota das sombras
A garota das sombras
Hina nem entendia o que aconteceu, tudo ficou brilhante e explodiu sem tempo para reação, em seguida, sentiu ainda mais dor.
Em pouco tempo, um bizarro tentáculo negrou tentou a enrolar, aquela presença obviamente estava tentando a capturar.
Hina pensou rápido, sangue saiu da sua mão e criou uma pequena bolinha, essa caiu no chão e mais nada.
A garota não resistiu, se deixou ser capturada e levada. Lutar naquele lugar seria péssimo, por isso fingiu desmaiar.
Aquele bizarro vulto negro também não inssitiu e nem notou que Hina ainda esta acordada, por isso só foi embora o quanto antes.
Claro, os guardas tentaram fazer algo, mas nem viram a cor do próprio sangue, perderam a cabeça antes de entender o que estava acontecendo.
Logo depois, daquele vulto negro, saiu uma substância disforme e bizarra, era escura e morbida. Aquela coisa se uniu e formou um monstro, um enorme pássaro feito de escuridão e com grandes garras e presas.
Por fim, claro, voaram para longe daquele lugar no pássaro. Foi um instante, a cidade, a muralha, tudo tinha sumido.
Aquele era o momento que Hina estava esperando, a chance de atacar de surpresa com todo o seu poder.
Assim fez, com uma enorme bola de fogo, suficiente para destruir aquele monstro voador e escapar dos tentáculos que a prendiam.
Usando magia de vento, conseguiu diminuir sua velocidade de queda, não era um pouso dos mais suaves, mas evitou uma perna quebrada.
— Você é realmente inssitênte. — Aquele vulto negro parou em sua frente, era assutadoramente imponente.
Seria uma garota normal, com seus 1,64 de altura e cabelo preto, seria se não fossem os tentáculos que saiam de seu corpo para se conectar a várias bestas atrás dela.
Não só isso, seu rosto estava escondido pela escuridão, algo completamente anti-natural e um pouco bizarro.
Por um segundo, a ruiva teve a ilusão de ver aquela coisa sorrir de forma sádica e logo depois os monstros foram em sua direção com toda velocidade.
ooo
Deixado para trás, Ryou não sabia como reagir a tudo que tinha acontecido, era tão rápido que nem conseguiu ver nada, muito menos entender.
Quando notou, sua amada já tinha sumido do campo de visão.
Seu coração apertou de uma forma que ele não sentia a muitos anos, era um medo esmagador, sem motivo exato, tomava o corpo inteiro.
O que era aquela coisa? Onde Hina estava? Qual era seu estado de saúde? Ela podia até já ter morrido. Os pensamentos negativos que podia ter eram infinitos, não tinha como se sentir pior.
Um sentimento que não tinha a tanto tempo, o dominador e paralisante pavor, de uma forma quase automática, o garoto dragão lembrou do seu passado distante.
Sangue, bullying, suas pernas tremendo e… Hina.
— Droga! — Ele tentou retomar alguma calma batendo no próprio rosto.
Ao redor, pessoas assustadas, destruição e nenhum sinal da ruiva. A única coisa importante eram dois demi-humanos sem cabeça, mais nada.
“Será que consigo sentir a presença dela?”
Ele espalhou sua mana o mais longe que conseguia, não era muito, mas era tudo o que conseguia fazer.
Sentiu algo, pequena, mas definitivamente era a aura da Hina.
Virou sua atenção para o chão, não sabia porque, mas sentia restos da mana da vampira ali.
Aquilo com certeza tinha um motivo, não era natural que isso acontecesse, por isso Ryou se dedicou a investigar um pouco mais.
Não demorou muito para que descobrisse, era uma runa feira de sangue, algo muito sofisticado e inspirado na luta que tivera algum tempo antes com Taka.
De qualquer forma, o cientista não demorou muito para entender aquela runa e conseguiu ativá-la.
Sangue saiu do chão.
O resultado foi uma carta escrita no ar, sem contar o estranho fato das palavras serem escritas em sangue, era uma magia bem legal.
As palavras foram:
Avise o exército que algo está errado, também vá falar com meu pai, esse treco parece conseguir, de alguma forma, controlar monstros, é melhor garantir que está tudo bem lá no ninho.
Não precisa se preocupar comigo, vou conseguir me desvencilhar e derrotar o inimigo, mas preciso ter certeza de que todos vão ficar bem.
Abraços, conto com você.
Mesmo naquela situação, ela até se lembrou da despedida na mensagem, era de fato algo impressionante.
Claro, não foi nisso que Ryou pensou ao ler o conteúdo da carta.
“Isso é loucura, ela vai só morrer assim.”
Era natural que ele se preocupasse, não tinha a menor ideia do que os atacou, mas, sem dúvidas, era muito forte e rápido.
Hina estava se arriscando demais, não tinha como ela dar conta de tudo sozinha daquele jeito, mas…
Será que ele poderia ajudar em alguma coisa se corresse atrás dela?
O não era óbvio, para começo de conversa, ele nem sabia para onde a vampira tinha sido levada, não tinha nem como ir atrás dela.
Não, na verdade, mesmo se a encontrasse, com suas habilidades de combate, seria apenas um peso morto.
Ainda mais importante, eram as palavras que Hina tinha dito a muito, muito tempo atrás no passado.
Estava em seu laboratório, era só mais um dia comum na época em que ainda era um estudantes, ou seja, três anos atrás.
Por algum motivo, as pessoas sempre sentem a necessidade de colocar outras para baixo, principalmente quando existe preconceito envolvido. Naturalmente, como demi-humano, seu dia a dia era uma merda.
Os abusos físicos eram ruins, mas a pior parte era o medo constante, quando vão me atacar? Será que vão acabar achando um jeito de me expulsar? O que farei do futuro?
A cada dia, mais ansioso, mais amedrontado, Ryou estava, naquela época, com seu coração cada vez mais apertado.
Uma ansiedade constante sobre seu futuro, tinha muitos sonhos e trabalhava por eles, mas, quando via como os professores o tratavam mal, só podia sentir que não teria nenhuma oportunidade.
Até que…
— Ei! Quer a minha ajuda? — Essas foram as primeiras palavras da Hina.
Era como se uma luz surgisse na sua vida, a garota mais bonita de todas.
Eles conversaram. Todo dia de tarde ela viria lhe visitar e ficaria lá com ele. Aqueles eram seus momentos mais felizes.
— Confie em mim, sei uma forma de garantir seu futuro. Eu sei que você tem muito talento, quero garantir que atinja o máximo do seu potencial e, para isso, preciso que faça o que eu disser, ok?
Naquele dia ela estendeu sua mão e algo ficou muito fixado na mente da garota, “faça o que disser, ok?”. Afinal, desde o dia que ouviu essa proposta, tudo deu certo.
Quando Hina veio com o plano louco de fingir que estavam namorando, quando ela causou várias confusões na justiça e até quando ela conseguiu um laboratório para ele, o resultado sempre era um sucesso.
Por isso, entre dúvidas, medos e preocupações, seu coração decidiu pelo sentimento mais forte que nele havia, a confiança absoluta na vampira.
Ryou correu o mais rápido que podia para cumprir a missão que lhe foi dada, tinha certeza de que, de alguma forma, Hina cuidaria da parte dela e tudo daria certo.
Não podia ser diferente, né?