Uma Rotina Escolar Comum Depois do Apocalipse - Capítulo 27
- Início
- Uma Rotina Escolar Comum Depois do Apocalipse
- Capítulo 27 - Uma dupla que deu errado
Uma dupla que deu errado
Para começar os treinos, Lola escolheu um combate simulado, era algo que ela, Rin e Mila já faziam juntos várias vezes, a diferença é que haveria adição de Taka no meio.
Escolheram algumas combinações, a primeira, seriam os três novatos contra a garota coelho, porém ela não poderia usar magias, se limitaria a 50% de sua força e teria alguns pesos nela, o que diminui sua velocidade. A segunda formação seria Mila e Rin contra Taka e Lola, nesse caso, seriam necessárias ainda mais limitações.
Assim começaram, a ideia era se conheceram durante a luta, por isso o trio mal teve tempo de conversar, no máximo, Taka teve tempo de falar suas habilidade e estabelecer que ficaria de suporte. Subiram na arena e Mila partiu para cima com uma espada de madeira em mãos.
Como sempre, aquela mulher era muito agressiva, não se preocupou muito em trabalhar em grupo. Lola Estava acostumada com aquilo, por isso desviou dos primeiros golpes com facilidade e acertou Mila com um chute na direção da barriga o qual a garota conseguiu parar no último segundo colocando sua espada na frente.
Mal tinham começado e a arma da Mila estava destruída, provando mais uma vez que seus atos tinham sido imprudentes. Naquela situação, Rin ficou puto com ela e começou a reclamar, o trio já tinha perdido qualquer formação.
No meio daquele caos, era até difícil para Taka dar qualquer suporte. A primeira coisa que fez, foi dar passos para trás, afinal sabia que era um alvo fácil e precisava tomar, em seguida, tentou dar algumas ordens dizendo:
— Dois, não é hora de brigar, se quiserem ter alguma chance me escutem… — gritou mais coisas, mas sem sucesso. Aqueles dois não pareciam conseguir se dar bem de jeito nenhum.
Lola seguiu atacando Mila, usava principalmente de chutes, além de sensuais, suas grandes coxas carregavam muito poder. De pequenos chutes rasteiros que cansavam seu oponente, a golpes poderosos de taekwondo, Lola podia fazer de tudo com as pernas e não parava de bater um segundo.
Com Rin de braços cruzados sem querer ajudar a garota sendo espancada, restava a Taka usar algumas magias de cura e lançar um ou outro feitiço no momento certo. Em pouco tempo, os dois conseguiam ter uma boa sintonia e, sempre que Mila estivesse em apuros, Taka lançaria uma bola de fogo atrapalhando Lola.
Infelizmente, logo a mana se provou escassa e, sem conseguir acertar um único golpe, Mila foi ficando sem estamina. Cansada, serviu literalmente de saco de pancadas, muito mais violenta que o normal, Lola já estava cansada daqueles dois que não trabalhavam em grupo nunca e decidiu pesar um pouco mais a mão.
— Agora e você — chutou a garota para fora da arena — me perguntou por quanto tempo vai aguentar desviar. — Lola continuava sem nenhuma expressão e, na verdade, aquelas eram falas que tinha ensaiado, mesmo assim, sua presença era muito intimidadora, até pelo nível do seu poder.
Naquele momento, suor frio escorria pelo rosto arredondado do garoto, sentiu um arrependimento subir a espinha, devia ter ajudado, nem que fosse só um pouco, a Mila. O gordinho, naquele momento, só podia virar para Taka e perguntar:
— Por favor, me diga que você tem uma estratégia para derrotar aquele monstro só com nós dois?
Com muita honestidade, Taka colocou a mão no ombro dele. — Você sabe muito bem que eu sou fraco. — Sorriu empaticamente. — Conto com você para cansá-la, depois que ela estiver exausta de bater em vocês dois, não vai ter energia para fazer o mesmo comigo. — Empurrou o gordinho na direção da Lola.
—Traição! Essa é uma absoluta traição! Vou me lembrar disso.
— Obrigado, nunca me esquecerei do seu sacrifício. — Na maior cara de pau, Taka fingiu chorar e observou, com atenção, o massacre que se seguiu.
Foi uma enxurrada de ataques para cima do gordinho que, de início, conseguiu desviar de tudo com facilidade. Contudo, ao tentar atacar, notou um problema, sua espada de madeira não poderia fazer nada contra Lola, na real, mesmo que fosse uma espada de verdade, só conseguiria cortes superficiais.
A cada vez que tentava atacar, ele acabava abrindo uma pequena brecha para ser atacado, por isso precisava ser muito cuidadoso, não tinha a resistência nem a força da Mila, um chute e estaria fora de combate.
Naquela situação, largou a espada e decidiu lutar a sério, no final das costas, por mais que viesse de uma família de espadachins, sua especialidade era o corpo a corpo. Se concentrou, ativou uma magia de aumento de força, em seguida, eletricidade brilhou em seus punhos e ele se preparou para ir com tudo.
De novo, desviou dos primeiros ataques, se movimentando como a água, era fluido e quase impossível de acertar. Da mesma forma, podia ficar agressivo do nada e, repentinamente, tocar Lola a eletrocutando, não precisava nem bater com força, bastava um toque e ela já tomaria danos.
Logo aquilo se tornou uma batalha de resistência, quem aguentasse mais ganharia. Nessas horas, o excesso de lipídios cobra o seu preço, não deu nem 3 minutos de porradaria e parecia que o gordinho tinha subido 15 andares de escada, estava morto. A eletricidade em seu punho vacilava, sua respiração era ofegante e seus movimentos mais lentos.
Por fim, um chute o acertou em cheio na barriga, a gordura até servia como uma proteção extra, mas não o suficiente. A respiração que antes era ofegante, agora nem existia mais, a dor lhe deixou sem ar.
Em seguida, mais um golpe veio, Lola levantou a perna direita até abrir um espacate e desceu com tudo na cabeça do garoto. Não parou, claro, por ali, continuou com uma sequência de chutes normais e alguns socos.
Rin desmaiou sem qualquer chance de vitória e só restava Taka. — Acho que já deu, né? — Diferente do habitual, Lola não disse apenas um “se rende” como Taka esperaria, ela parecia começar a ser mais comunicativa com ele.
— Sim, eu me rendo, por favor, me poupe.
A garota riu um pouco daquela atitude. — Não se preocupe, você não me irritou, não farei nada do tipo é só que esses dois estão me dando nos nervos já. — Lola não tinha tom de raiva, na verdade, parecia frustração com cansaço.
Fazia um mês desde que Hina tinha dado a ela a função de treinar aqueles dois, mas só fazer aqueles dois não brigarem já parecia uma tarefa impossível. Contra a parede, Lola tentou apelar para ser impositiva como a vampira era.
Enfim, os dois tiveram seu tempo de recuperação e a segunda luta aconteceu, dessa vez com Lola e Taka junto. De início, até houve alguma dificuldade, os dois não estavam em sintonia e, finalmente, Mila e Rin estavam se ajudando pelo menos um pouco.
Resultado final: um massacre. No fim, aqueles dois continuavam com uma enorme dificuldade de se darem bem e, logo, a garota coelho conseguiu se entender bem com Taka e tudo foi dando certo.
No fim, continuava parecendo um longo e complicado trabalho fazer aqueles dois se darem minimamente bem e, claramente, Lola estava se estressando e cansando bastante com aquilo.
Como amigo e preocupado com a garota, Taka resolveu dizer: — Vou tentar fazer esses dois se resolverem, não se preocupe, pode deixar comigo.
— Sério? — Lola pareceu depositar muita esperança nele. — Valeu, eu realmente não sei bem o que fazer, se tiver alguma ideia, por favor me diga, vou fazer tudo para te ajudar. — Naquele ponto, ela já parecia confiar bastante nele.
— Ok, vou tentar pensar em algo, conte comigo. — Taka, que adorava receber expectativa dos outros, bateu no peito e disse com confiança.
No mínimo, aquilo já aliviava um pouco o peso nos ombros da Lola que, já na hora, parecia relaxar um pouco. Claro, sua expressão facial se mantinha inalterada, mas, desde que Hina tinha ido embora, ou seja, umas 15 horas atrás, Taka estava sentindo aquela garota muito mais tensa e dispersa, então era bom ver ela relaxar.
Depois disso houve um silêncio entre os dois, Lola se afastou um pouco e foi pegar água para todo mundo, Taka explicou que o treino para aquele dia estava acabado, Mila foi embora, Taka ainda ajudou massageando o Rin e seus músculos doloridos.
Por fim, o gordinho foi tomar um banho e ficaram, longe do vestiário, Lola e Taka sozinhos. Por algum motivo, a garota coelho se aproximava muito mais de Taka do que fazia antes.
Eles conversaram um pouco sobre coisas inúteis, até que, naquela garota sem expressão, uma mirco corada surgiu e ela, olhando fixamente para os olhos do garoto, disse com dificuldade:
— Ta-taka eu…