Uma Rotina Escolar Comum Depois do Apocalipse - Capítulo 34
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Isso é um demi-humano
Ignorando os ferimentos e a defesa, Lola partiu para cima do gordo que mantinha um sorriso satisfeito, apesar da situação surpreendente, as coisas estavam indo bem. Um dos seus capangas o defendeu da coelha louca enquanto o outro continuou os ataques, naquele ritmo não demoraria muito para ela cair.
Assim as coisas seguiram por quase um minuto, por mais rápida e poderosa que fosse, a Lola bestial não era capaz de acertar um único golpe na equipe bem condenada. Pela forma como estavam acostumados com tudo, era claro que a situação não era nova para os homens.
Enquanto a luta decorria, o engravatado olhava seu relógio de relance. Passados exatos 126 segundos que a garota estava enlouquecida, ele sorriu de forma repugnante e sacou novamente sua pequena pistola e disparou. Diferente do último disparo, esse fez com que a garota voltasse à racionalidade.
De repente, todos os instintos sumiram, a adrenalina sumiu e a energia que preenchia o seu corpo acabou repentinamente.
Sem forças, caiu de joelhos.
A própria garota não conseguia entender o que estava acontecendo, em seu rosto restava a surpresa quanto a própria fraqueza. Todo seu corpo tremia e uma dor insuportável se espalhou conforme ela notava as suas feridas.
Por todo o corpo, queimaduras e furos mostravam como ela tinha sido inconsequente. Ao redor, a destruição era a prova final que ela precisava para entender que tinha perdido completamente o controle.
Depois de tanto treino, depois de ter certeza de que nunca perderia os instintos, depois de toda a fé que a Hina tinha nela…
Lola olhou para suas mãos, estavam manchadas de sangue.
Não muito longe, um cadáver. Era uma cena de horror, o crânio destruído e sem um braço, Lola podia ver claramente o dano que tinha feito.
“Matei uma pessoa?”
Para alguém que só tinha lutado contra monstros, a ideia de assassinato definitivamente era algo com o que não estava aotuma. Fora do seu controle, vômito ácido queimou sua garganta e sujou o chão.
Ainda mais que antes, Lola sentia a fraqueza tomar seu corpo, uma mistura de culpa e fadiga. Naquele momento, se sentia simplesmente péssima.
O homem que começou tudo aquilo riu alto. — Surpresa? Maldita demi, isso é sua verdadeira natureza, um animal sanguinário, — com o rosto domado por nojo, cuspiu no rosto da garota ainda sem reação — é um absurdo que deixem monstros andarem livremente pela cidade, mas vou resolver isso. — Com um sorriso, deu mais um disparo.
Foi um instante, o som desagradável do tiro ressoou por toda a sala, então outra bala acertou Lola, só que dessa vez bem no meio da testa. O tiro foi rápido e a mira perfeita, apesar da inexperiência em combate, aquele homem era um excelente atirador e teve certeza de tornar impossível qualquer reação.
Perfurando a pele, o projétil amassou perfurando parte do crânio da garota, claro, isso foi seguido de uma dor insuportável e um fio de sangue que escorreu até chegar na boca da garota.
— Ahhhhh!!! — Agindo de forma estranha Lola gritou desesperadamente, levou a mão até a testa e arrancou a bala, então continuou a coçar desesperadamente o ferimento, seu ato foi tão insano, que ela rasgou as testas com as unhas.
E, seguida, bateu a cabeça no chão, o problema não era a dor, tinha algo ainda pior, era insuportável, um umbigo, uma voz. O corpo inteiro da coelhinha tremeu, ela parecia um animal completamente indefeso e desesperado.
Taka, vendo tudo a distância, conseguia ver claramente que uma runa tinha se formado na testa da Lola, mas, infelizmente, ele não tinha como desfazer aquilo de longe. Só tinha uma certeza, aquilo estava afetando a mente dela agressivamente.
— Cala a boca, bicho barulhento. — Com uma expressão arrogante, tirou meleca no nariz enquanto pisava na cabeça da mulher que se debatia no chão. — Eu realmente odeio ter que conviver com animais. — Então continuou a pisar violentamente.
Então levanta a mão dando um sinal para recomeçar os ataques, por isso os dois capangas que ainda estavam vivos reagiram usando seus taser. Vários fios se prenderam na pele da garota e os choques intensos começaram.
Por mais que tentasse manter algum tipo de força mental, Lola estava cada vez mais em uma pane mental completa.
A dor corrói a sua racionalidade e a fazer desejar a morte, era como estar sendo torturada no inferno e tudo que desejava era o fim disso.
Ao mesmo tempo, um sentimento de culpa e ódio por si mesma a tomava. Por mais que estivesse sendo tortura, uma voz na sua cabeça dizia que era tudo culpa dela, ela quem perdeu o controle, ela quem matou alguém, ela quem devia sofrer.
Por fim, uma imagem acabava de destruir sua força. Em sua frente, via em forma de ilusão a face decepcionada da sua melhor amiga e heroína, Hina a encarava com desprezo e a chamava de uma falha.
Há muito tempo, tinha decidido que faria de tudo para ajudar Hina, para que juntas melhorassem a imagem dos demi-humanos, por isso ela não poderia perder nunca o controle, como um exemplo, ela não podia falhar.
“Apenas me matem logo.”
Sem que restassem qualquer força em sua mente, os olhos da Lola ficaram completamente vazios, ela nem gritava ou se debatia mais.
Os choques continuavam intensos e não demoraria para que seu corpo não resistisse mais, cada vez mais, a morte parecia próxima.
Seu coração até parou de bater, por mais que respirasse, sentia como se já não houvesse ar em seus pulmões, o corpo tinha atingido o ponto crítico.
Frente a ideia de que morreria logo, Lola sorriu, ia acabar tudo…
Notando que já não tinha como causar dor, o calvo sacou sua pistola mais uma vez, com um rosto cheio de tédio, apontou a arma para a garota e se preparou para dar o último disparo.
— Agora morra logo como o animal que… — E essas foram as últimas palavras.
Sem qualquer vida, um corpo caiu no chão, sua expressão vazia e sem vida era bizarra, estava claro que não restava alma aquele corpo.
— Lola, acorda. — Taka, depois de usar uma magia para queimar o cérebro do gordo distraído, estalou os dedos e quebrou a magia que afetava a Lola.