Uma Rotina Escolar Comum Depois do Apocalipse - Capítulo 7
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- Capítulo 7 - Rolo do dormitório
Rolo do dormitório
— Ei! Taka, por que me deixou para… — A porta estava destrancada, por isso o loiro já pode entrar reclamando, mas fechou a boca em um instante. — Glup! Saya e Bell… êh, po-por que estão aqui?
Nenhuma das duas garotas respondeu de imediato, porém o olhar no rosto delas poderia matar alguém. O clima na sala ficou pesado de repente, Taka até pensou em sair de fininho.
— Você armou para mim! — Com lágrimas nos olhos, Yan reclamou.
— Já quer jogar a culpa nos outros? — Das duas, Saya foi a primeira a cortar o silêncio, abrindo um sorriso que até parecia gentil, mas escondia um profundo ódio.
A linda garota se levantou rápido, com seu cabelo prata balançando a cada passo irritado. Ela até queria, mas não conseguia segurar sua raiva, sua pele branca como a neve foi tingida com a vermelhidão da sua raiva.
Plat! Logo uma marca vermelha de tapa foi deixada no rosto do elfo. Em sua frente, havia um par de olhos vermelhos, lacrimejando e cheios de ódio. Suas boca entreaberta, que se mexia de forma inconstante conforme ela pensava e desistia de balbuciar alguma coisa. Saya ficou parada na frente do garoto que também não tinha palavras para acalmar a situação ou se desculpar.
— Miga, já chega. — Bell, por outro lado, tinha pensado um pouco melhor em tudo e não estava tão mal com a situação quanto a amiga, mas seus olhos tinham muito mais ódio.
A garota era pequena, 1,55m, rosto redondo, corpo que parecia frágil e uma constituição fofa, melhor, seria fofa se sua aura bonitinha não tivesse sido apagada pela raiva.
Pulando, ela conseguiu puxar o loiro pela gola da camisa e encará-lo de perto. — Nem pense em ficar nos evitando, covarde. As coisas não vão se resolver só deixando o tempo passar, no mínimo, seja homem.
Yan não conseguiu encarar diretamente e desviou um pouco as pupilas, o que apenas aumentou o desprezo no coração da pequena loira.
— Tanto faz, vou saindo por agora. Vamos, miga, depois a gente vê isso.
Saya olhou em volta sem entender nada, ela parecia ter sido tirada de um transe hipnótico e não saiu do lugar. Bell não estava exatamente com paciência, por isso só segurou as mãos da mulher 20 centímetros mais alta que ela e a puxou para fora.
Um instante e tudo tinha se tornado um grande caos, até porque, ao sair, a garotinha bateu a porta com tanta força que um copo, na beira da pia, caiu.
Por fim, o clima de tensão se aliviou, o loiro, cuja expressão tinha permanecido imodificável o tempo todo, caiu sentado no chão. Seu coração estava acelerado, tão rápido que ele, apático e quieto, podia o ouvir.
Yan não queria pensar muito e não o fez, seus batimentos até relaxaram, seu interior estava neutro, sua mente barrava qualquer sentimento desconfortável. Para ele, a única prova restante de que tudo aconteceu era a leve dor na bochecha.
Claro, ele poderia ter evitado o tapa, ou o curado de forma a não sentir nada, mas preferiu não fazer nada disso. Queria manter no mínimo aquela dor como forma de arrependimento.
— Eu sempre faço as coisas acabarem assim, né? — Com um sussurro fraco, murmurou ao nada.
— Sim. — O amigo apenas concordou sem dar muitos detalhes.
Inspirar e expirar alargadamente umas três vezes, isso foi suficiente para que a apatia na feição do elfo desaparecesse. Como se nada tivesse acontecido, seu corpo retomava seu brilho, seus olhos lindos, sua pele delicada, sua aura galante, tudo voltava no momento em que ele punha um sorriso ao rosto.
— Ei! Não é justo, alguém vai me explicar o que houve aqui? — Luca, que estava limpando os cacos de vidro sem entender nada, gritou.
— Então… a gente está tipo que numa relação, mas nunca tinha concordado em tornar oficial; aí, mesmo sem namorarmos, elas ficaram irritadas quando sai com outra garota… Que saco! Eu disse que nunca namoro nem tenho relacionamentos sérios, não é culpa minha se elas não prestaram atenção nessa parte!
— Então você é um traidor desprezível. — Luca olhou cheio de desconfiança. — Sei que é amigo do Taka, mas… tem certeza de que ela é um cara legal? — Taka ficou realmente surpreso com o que ouviu.
— Que pessoa mais lúcida, eu sempre digo, essa cara é um problema, a escória, mas as pessoas insistem em admirar ele.
— Sim, sim, qualquer pessoa que faz uma garota chorar daquele jeito, só pode ser um monstro.
—- Finalmente alguém que pensa igual a mim. — Taka ia às lágrimas com a emoção do momento.
O nível de amizade entre os colegas de quarto acabou de aumentar.
— Ei! Poderia parar de fingir que não estou aqui! — Yan jogou uma almofada direto na cara do melhor amigo.
O garoto não podia deixar barato, mandou o Luca ir pegar travesseiros no quarto, enquanto isso jogou a almofada de volta.
— Aqui, o armamento pesado. — Passou um travesseiro para Taka e ficou com o outro.
Os dois deram seus gritos de guerra, então começaram ataques incessantes, os quais o elfo defendia facilmente com a mão, isso até Taka encontrar uma abertura e o acertar bem na cara.
— Agora é nossa chance, vamos acabar com ele. — Sobre as ordens de Taka, os dois foram para cima e para massacrar aquele bonitão, que mal podia se defender, até apelar para a barreira.
— Ei! Isso é injusto! — Luca podia até fazer biquinho e reclamar, não mudava nada, o loiro continuava rindo convicto de sua vitória, isso até Taka acabar com tudo desfazendo a barreira.
— Desgraçado! — Yan foi rápido em se defender da travis errada que vinha mirando sua cabeça.
Dessa forma, graças a um complô silencioso de dois antigos amigos, o assunto inicial foi completamente perdido entre muita “briga”, zoeiras do Taka e reclamações do Yan. No fim, Luca nem lembrou de perguntar mais nada.
1 semana depois.
Yan já tinha conseguido um lugar temporário para ficar e fugiu perfeitamente dos gêmeos.
Luca continuou tendo aula de alquimia com Saya e Bell, no começo o clima foi estranho, mas as duas o trataram como não relacionado com todo o assunto. Dito isso, eles não ficaram próximos, não tinha motivo para ser.
Taka fez vários nada e foi se acostumando com a rotina da escola.
Então, num dia qualquer, Luca e Taka saíram do quarto para ir para a escola em mais um dia comum. Já era um pouco mais tarde, porque eles não foram às primeiras aulas que eram chatinhas.
Naquela hora, quase não tinha movimento, a maioria das pessoas já tinha ido para a academia. E foi bem quando estavam andando por aquelas calçadas vazias que deram a sorte de se encontrar bem com o Juan.
Taka conseguiu ver aquele corpo musculoso de longe e já pretendia dar meia volta, mas… — Você, nem pense em fugir, filho da puta! — Com um grito opressor, ele paralisou os dois na hora.