Vida em um Mundo Mágico - Capítulo 4
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Frio. Essa palavra define exatamente o que estou sentindo agora. Finalmente entramos no território de Cirgo e está muito frio. A neve cai sem parar, as árvores estão basicamente congeladas, o vento faz a neve saltar, dificultando a visão. E, pior, estou descalço.
— [Tudo bem aí?]
— N-não… Nada bem… — eu disse, tremendo enquanto tentava me aquecer.
Eu não esperava que Cirgo fosse um lugar tão frio assim. Imaginava um frio de inverno, mas isso é demais! Tem até mesmo animais mortos aqui fora.
Olho para Merlin flutuando, sem nenhum sinal de incômodo. Não ser capaz de sentir esse frio deve ser uma bênção. No caminho fomos até mesmo atacados por muitos lobos, eu só quero uma casa quentinha, poxa…
— [Devemos estar nos aproximando. Está sentindo?]
— Não… Não sinto nada além do frio… — disse, tentando forçar a visão, mas com dificuldades por causa dessa “neblina”.
De fato, havia uma estrutura diferente à frente. Não sei dizer a distância, mas está tudo bem, pelo menos está logo ali, também não sei identificar o que é aquela estrutura…
Meus ouvidos captaram um som. Escuto passos, mais de uma criatura. São lobos. Estamos em um local com muitas árvores, então é fácil ficar encurralado.
Saltei para trás para desviar de um lobo que atacou pelo meu ponto cego, mas desviei graças aos meus ouvidos, mas outro veio pela esquerda e mordeu meu braço. Assustei-me, mas não doeu tanto assim; já levei muitas mordidas até chegar aqui.
O lobo rapidamente explodiu, graças a Merlin que o atacou. Outro circulou e saltou, mas bati nele com as costas da mão, fazendo-o bater a cabeça no chão, morrendo na hora.
— Acho… que tem mais pelas redondezas. Estão se aproximando. — disse, depois de ouvir passos novamente
Minhas pernas foram congeladas instantaneamente, machucando bastante. Mais três lobos apareceram, com pelagem branca e alguns fios azuis. De suas bocas saía algo como fumaça; eles conseguem cuspir gelo. Provavelmente uma habilidade de espécie.
Coloquei a mão no gelo e usei a 『Manipulação de Fogo』. Queimei-me no processo para me descongelar mais rápido, mas não foi nada grave.
Merlin fez uma proteção ao meu redor para impedir os lobos de atacarem. Logo consegui me recuperar e queimei o rosto de um, desviando das outras rajadas de gelo que passavam de raspão, mas eram tão geladas que congelavam partes da minha pele.
Equilibrei-me com a perna direita e rodei o corpo com a esquerda, girando como um pião enquanto liberava fogo, queimando tudo em volta, o que fez os lobos recuarem. Rapidamente chutei a neve para cima deles.
Sem enxergarem, consegui arranhar um por um, sem dar tempo de reação. Minhas garras são bem úteis em combate corpo a corpo.
— Ufa… — suspirei.
— [Nada mal, você está melhorando. Antes todos os golpes te acertavam.]
Eu fiquei um pouco abatido com isso, mas era verdade. Meu corpo está reagindo melhor contra esses lobos, talvez porque enfrentei muitos até aqui. Parece que meus instintos estão ficando mais aguçados.
— Bom, eu não sou um lutador. Além disso, nunca imaginei a possibilidade de brigar com um lobo antes, imagina com mais de um…
Se não fosse Merlin me dando cobertura, eu estaria em uma situação muito pior. Mesmo com grande resistência, eles estão me causando danos aos poucos, e não tenho habilidades de cura. Os ataques de gelo são os que mais me machucam.
Esses lobos soltam gelo, mas seus ataques são lineares. Atacam em linha reta ou tentam me encurralar, criando lanças de gelo no chão. No primeiro encontro quase fui empalado, mas aprendi a ver os sinais. Quando vão usar esse ataque, abaixam a cabeça e o corpo sutilmente.
Essa é a primeira vez que percebo o quão forte e resistente este corpo é. Mas se continuarem aparecendo mais lobos, posso não resistir. Preciso tomar mais cuidado. Esses lobos são classe C, não são difíceis de lidar, mas em bando tudo fica mais complicado.
— [Victor, tem mais deles chegando!]
Um emoji de desespero desta vez? Bom, lá vamos nós. Parece que vou ter que usar minha habilidade “especial”.
Tomei distância deles e puxei o máximo de ar que consegui. Abri a boca e uma enorme rajada de fogo cobriu toda a área à minha frente. Estava usando tudo que conseguia da 『Manipulação de Fogo』, e por sorte foi suficiente. Os corpos de lobos queimados tombaram na neve. Enquanto eu girava, queimando tudo ao redor, algumas árvores também pegaram fogo, mas Merlin apagou rapidamente. Ela é uma genuína defensora da natureza.
— Acho que acabou — disse, soltando um leve suspiro de alívio.
Estava confiante até que um lobo sobrevivente saltou e mordeu meu pescoço. Sem pensar, minhas garras perfuraram seu crânio. Finalmente estou começando a usá-las direito. Eu estava tentando não sujar minhas mãos de sangue, mas em uma situação de vida ou morte não tive escolha. Não sou tão experiente em combate, mas estou me saindo bem até agora.
— [Perfeito! Conseguimos matar 200 até agora!]
— Matamos tudo isso? Como diabos sobrevivemos?! — disse, incrédulo.
— [Esses lobos têm poderes de gelo, mas não são tão bons assim. Eles ficaram tentando te morder e arranhar. Por você ter uma resistência e um porte físico superior, ficou fácil matá-los, já que você é melhor com suas garras do que com suas habilidades.]
— … É verdade, é fácil matá-los com minhas garras.
Olhei para um dos lobos caídos. Talvez valha a pena tentar. Estiquei minha mão e usei o 『Rei Habilidoso』. Com isso, vou poder ficar um pouco mais forte.
Criei uma conexão com a habilidade de fogo que ganhei com o 『Rei Habilidoso』. Basicamente, sempre que penso na habilidade e no elemento fogo, uso essa habilidade. Não é a melhor forma de administrar habilidades, mas foi o que consegui para facilitar pra mim. Além disso, não preciso pensar tanto nisso, pois não tenho muitas habilidades. As que mais uso já estão compostas na minha habilidade única, o『Rei Habilidoso』.
Voltando ao assunto principal, o lobo menos destruído foi o último que matei. Eu não sabia se minha habilidade funcionaria em um cadáver muito destruído.
» Aplicação completa. Habilidade 『Manipulação de Gelo』 adquirida. Uma habilidade de classe B. «
Ela tem uma classe maior do que a『Manipulação de Fogo』, parece que não foi um mal negócio. Eu devo testá-la mais para frente.
Com isso, tenho três habilidades. As habilidades também podem evoluir, de acordo com Merlin, mas ela não sabe como fazer isso, já que é bem aleatório. Talvez eu tente evoluir a 『Manipulação de Fogo』 para a classe B, talvez se eu usar um número x de vezes, ela evolua?
» Outras características obtidas do lobo da neve foram:『Visão Noturna』. «
Isso eu não entendi . Não sabia que poderia roubar “características” de outras criaturas e adicioná-las a mim como uma habilidade. Há muitas coisas que ainda não sei sobre minha habilidade.
— [Você ganhou uma habilidade muito interessante. O meu『Iluminado』 também é uma habilidade de classe S.]
— Imaginei. Você disse que um conjunto de habilidades compõe seu『Iluminado』, então pensei que fosse o caso.
Meus ouvidos estão ouvindo alguma coisa na direita, parece ser uma… Carruagem?
O que seria muito bem vindo, se é uma carruagem, são humanos! Talvez eu possa me juntar a eles pra entrar na cidade.
Levando em conta que monstros e humano não se dão nada bem, o melhor é manter minha identidade escondida. Isso se não usarem a Análise em mim… Espero que não aconteça…
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Deve estar próximo daqui, o som está mais alto agora.
— Merlin, será que eles vão nos receber? — perguntei preocupado
— [Talvez você. Não tenho certeza quanto a mim. Por segurança, vou me camuflar. Mas não vamos poder nos comunicar normalmente, vou usar a『Ordem Psíquica』pra isso.]
Merlin desapareceu, deixando apenas um leve brilho onde estava. Eu me posicionei atrás de uma árvore parcialmente congelada, mantendo os olhos na direção do som. Logo, uma carruagem puxada por dois cavalos robustos emergiu da neblina. O condutor, um homem de meia-idade, estava enrolado em pesadas mantas de lã. Ao lado dele, um guarda fortemente armado.
A carruagem parou. O guarda desceu, segurando uma lanterna e olhando ao redor, claramente em alerta.
— Quem está aí? — ele chamou, a mão no punho da espada.
Respirei fundo e saí lentamente de trás da árvore, tentando parecer o mais inofensivo possível.
— Por favor, me ajudem. Estou perdido e congelando — minha voz tremia, mais de nervosismo do que de frio.
O guarda estreitou os olhos, levantando a lanterna para me examinar melhor. Senti um arrepio, esperando que ele não usasse a Análise em mim. Mas ele deve ter percebido minha roupa rasgada e manchada de sangue.
— O que está fazendo aqui sozinho, garoto? — o guarda perguntou, a desconfiança evidente em seu tom.
— Fui separado do meu grupo há alguns quilômetros daqui, então estou tentando chegar na cidade — respondi, esforçando-me para parecer desesperado e inofensivo.
O guarda trocou um olhar com o condutor da carruagem, que deu de ombros.
— Deixe-o entrar, Julian. Não podemos deixá-lo morrer de frio aqui fora — o condutor disse, com uma voz rouca, mas simpática.
Julian, o guarda, hesitou por um momento antes de acenar com a cabeça. Ele abriu a porta da carruagem e fez sinal para que eu entrasse.
— Vamos, mas fique no seu lugar e não tente nada suspeito.
Subi na carruagem, sentindo o calor instantaneamente me envolver. Dentro, havia uma família de comerciantes: um homem e uma mulher de meia-idade, com roupas simples e rostos marcados pelo trabalho árduo, e uma menina de cerca de dez anos, que me olhou curiosamente. Eles estavam enrolados em cobertores, tentando se manter aquecidos.
— Oh, meu Deus! — a mulher exclamou. — Você deve estar congelando com essa roupa! Venha, sente-se aqui e se aqueça.
Ela me ofereceu um espaço ao lado dela, onde um cobertor extra estava estendido. Sentei-me, aceitando o cobertor com gratidão.
— Muito obrigado — disse, a voz um pouco mais firme agora. — Meu nome é Victor.
— Somos comerciantes de Cirgo — o homem disse, estendendo a mão. — Eu sou Thom, esta é minha esposa, Eliza, e nossa filha, Lilia.
— Prazer em conhecê-los — respondi, apertando a mão dele.
A carruagem começou a se mover novamente, balançando levemente enquanto seguíamos pela trilha coberta de neve. Olhei pela janela, tentando manter a calma e pensar em como proceder uma vez na cidade.
— O que estava fazendo sozinho em um lugar tão perigoso, Victor? — Eliza perguntou, a preocupação evidente em sua voz.
— Fui separado do meu grupo em uma exploração. Estou tentando encontrar meu caminho até a cidade mais próxima, que acabou sendo Cirgo— expliquei, mantendo minha história simples.
Thom assentiu, olhando para mim com simpatia.
— Cirgo pode ser implacável com os viajantes. Fique conosco até chegarmos à cidade. Lá, você pode encontrar ajuda.
Assenti, puxando o cobertor mais perto. Precisava pensar em um plano para entrar na cidade sem levantar suspeitas. Por enquanto tudo estava indo bem.
Lilia, a menina, me observava com olhos curiosos enquanto eu era trazido para a realidade. Naturalmente eu me cobri melhor, para esconder o sangue na minha roupa.
— Você é um aventureiro? — perguntou, a voz cheia de curiosidade.
Sorri, tentando parecer relaxado.
— Podemos dizer que sim. Explorar novos lugares é o que eu faço.
Ela parecia encantada com a resposta, enquanto Eliza e Thom trocavam um olhar de preocupação. Claramente, não queriam que a filha tivesse ideias perigosas. O que me fez questionar o que seria um “aventureiro” neste mundo, talvez não seja algo tão bem visto assim? Ou é mesmo apenas uma profissão bem perigosa?
— Bom, aventureiro ou não, você está seguro conosco — Thom disse, com um sorriso encorajador.
Enquanto a carruagem avançava, comecei a elaborar um plano para o que fazer quando chegássemos. Precisava encontrar uma maneira de conseguir informações e recursos sem revelar minha verdadeira identidade.
Não demorou muito e estávamos na cidade, descendo a colina que levava aos portões de entrada. A cidade era enorme, com paredes gigantes que a circundam, proporcionando uma visão majestosa, completamente branca pela neve acumulada sobre as casas e estruturas rústicas, torres imponentes e rios que corriam serenamente por entre as construções. Nunca tinha visto uma vista assim.
Bem ao fundo, erguia-se um castelo no topo de outra colina, dominando o horizonte. Provavelmente foi a estrutura que eu enxerguei à distância, mas agora podia vê-la claramente em toda a sua grandiosidade.
— Incrível… — disse, maravilhado.
— Bem-vindo a Cirgo — disse Eliza com um sorriso leve ao ver minha reação.
— Você tem dinheiro com você? — perguntou Thom, a preocupação evidente em sua voz.
— Oh, não, eu perdi tudo. Não tenho nada além dessa roupa velha — respondi, olhando para minhas vestes desgastadas.
Olhando por esse lado, se eu fosse um humano e não um monstro, já estaria morto nesse frio.
Thom assentiu, pensativo. Ele trocou um olhar com Eliza, que parecia igualmente preocupada.
— Bom, nós não temos muito, mas podemos oferecer um pouco de comida, abrigo temporário — disse Thom com simpatia em sua voz.
— Sério?! Muito obrigado! — eu exclamei, verdadeiramente grato
— Por nada. — Thom respondeu.
A carruagem passou pelos portões da cidade, e logo estávamos navegando pelas ruas movimentadas. Apesar do frio, havia uma energia vibrante no ar. Pessoas apressadas em suas tarefas diárias, vendedores anunciando seus produtos e crianças brincando na neve.
Thom conduziu a carruagem até uma pequena casa de madeira perto do mercado central. Era modesta, mas parecia acolhedora.
— Chegamos — disse ele, descendo da carruagem e ajudando Eliza e Lilia a descerem também.
Segui-os até a porta, onde Eliza abriu e nos convidou a entrar. O interior era aconchegante, com uma lareira acesa e alguns móveis simples, mas bem cuidados.
— Sinta-se em casa — disse Eliza, enquanto Lilia corria para a cozinha para pegar algo.
— Eu realmente aprecio sua hospitalidade — disse, sentindo-me um pouco mais relaxado.
— Tá tudo bem — respondeu Thom.
Lilia voltou da cozinha com um prato de sopa quente, que me entregou com um sorriso tímido.
— Obrigado… — disse, aceitando o prato.
Enquanto comia, Merlin se comunicou silenciosamente comigo.
— [Tudo ocorreu muito bem. Vamos explorar a cidade depois?]
Assenti ligeiramente, concordando com Merlin.
— Então, Victor, você mencionou que foi separado do seu grupo. O que pretende fazer agora? — perguntou Thom, sentando-se à mesa comigo.
— Primeiro, preciso encontrar um trabalho para conseguir algum dinheiro. Depois, talvez tentar localizar meu grupo, se eles ainda estiverem por aqui — menti parcialmente.
— Talvez possamos te ajudar com isso depois — disse Eliza.
Ela voltou alguns minutos depois com um conjunto de roupas em mãos: um sobretudo azul escuro com pelugem que ia do pescoço até a cintura, uma calça preta mais clara da mesma cor da pelugem e uma bota aparentemente de ferro, como parte de uma armadura, também azul escuro.
— São pra mim? — perguntei, surpreso com a generosidade.
— Sim! Eram minhas quando eu era mais nova, eu não as usei muito, então são como novas. Pode ir se trocar lá em cima. — disse Eliza com um sorriso simpático.
Agradeci novamente e subi as escadas até um pequeno quarto onde pude me trocar. As roupas estavam um pouco folgadas, mas eram confortáveis e ofereciam uma boa proteção contra o frio. Olhei-me no espelho e não pude deixar de sorrir. O sobretudo azul escuro contrastava perfeitamente com meu cabelo e meus olhos, dando-me uma aparência quase nobre.
— Acho que estou ficando bem com isso — murmurei para mim mesmo, ajustando a pelugem ao redor do pescoço.
Então fiz um sorriso e algumas poses, além de brincar um pouco com as expressão do meu rosto. Com isso, tenho certeza, azul realmente combina comigo.
Desci as escadas e encontrei Lilia esperando na base, os olhos arregalados de admiração. Ela parecia um pouco tímida, mas a curiosidade era evidente em seu rosto.
— Você parece um herói das histórias que meu pai conta! — disse ela, sua voz cheia de entusiasmo contido.
Sorri para ela, agradecido pelo elogio. — Sério? Espero poder fazer jus à aparência.
— Pronto para explorar a cidade? — perguntou Thom, colocando um casaco grosso. — Vamos ver o que conseguimos encontrar para você.
Assenti, me sentindo mais confiante com as novas roupas. Eliza e Lilia nos acompanharam até a porta, desejando-nos boa sorte.
A cidade de Cirgo era ainda mais impressionante de perto. As ruas de pedra estavam cheias de pessoas, e as lojas e barracas estavam cheias de vida, apesar do frio cortante. Caminhamos até uma das pontes que cruzavam os rios da cidade, oferecendo uma vista deslumbrante do castelo ao longe.
Parei por um momento, admirando a imponente estrutura no topo da colina. As torres altas e as muralhas reforçadas exalavam um ar de poder e mistério.
— É impressionante, não é? — disse Thom, parando ao meu lado. — O castelo de Cirgo é uma das maiores fortalezas do reino.
— Realmente é. Parece impenetrável — comentei, imaginando os segredos e as histórias que aquele lugar poderia guardar.
Enquanto observava, não pude deixar de sentir um misto de excitação e apreensão. Eu precisaria ser astuto e cauteloso para sobreviver e alcançar meus objetivos.
Thom tocou meu ombro, chamando minha atenção de volta para a realidade.
— Vamos dar uma olhada nas oportunidades de trabalho. Conheço algumas pessoas no mercado que talvez possam ajudar.
Eu fiquei ali por mais um tempo, observando o castelo à distância. A imponência da fortaleza parecia atrair minha atenção de uma maneira quase hipnótica. Merlin até apareceu flutuando ao meu lado, exibindo um emoji de sono.
Enquanto admirava a estrutura, comecei a sentir algo estranho. A temperatura ao meu redor parecia cair gradualmente, tornando o ar ainda mais gélido e cortante.
*Parece que fica mais frio quanto mais perto do castelo… Estou imaginando?* — pensei, tentando afastar a sensação de desconforto.
Merlin olhou para mim com um semblante curioso, percebendo minha inquietação.
— [O que foi, Victor? Sente algo estranho?]
— É só… essa sensação — murmurei, mais para mim mesmo. — Como se o frio estivesse emanando do castelo.
A ideia parecia absurda, mas não conseguia me livrar da sensação de que algo estava errado. Era como se o castelo estivesse envolto em uma aura estranha.
— [Talvez seja apenas sua imaginação, mas vale a pena ficar atento] — aconselhou Merlin.
Assenti, decidindo manter meus instintos em alerta. Não podia ignorar qualquer pista ou sensação, por mais estranha que parecesse. Estar em Cirgo era uma oportunidade, mas também significava mergulhar em um ambiente cheio de incertezas e possíveis perigos.
Thom chamou minha atenção de volta para a realidade com um aceno. O que fez Merlin se camuflar imediatamente.
— Vamos? Temos um longo dia pela frente.
Dei uma última olhada para o castelo antes de seguir Thom.
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O que será que está acontecendo…?
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