A Voz das Estrelas - Capítulo 20
Prestes a desmaiar de febre, Bianca foi jogada no solo gelado sem mais expectativas de ser utilizada pelo Marcado de Regulus.
Os ruídos repentinos ainda foram capazes de mantê-la acordada, o que foi ótimo; caso adormecesse naquele estado, suas condições poderiam se tornar irreversíveis.
Ela estava ciente disso.
Conforme pedaços de memórias retornavam à mente, maior era a vontade de fechar os olhos e deixar que a escolha sobre qual seria o melhor final ficasse nas mãos do destino.
No entanto os olhos de íris obscurecidas fitaram o jovem que havia encontrado naquele beco.
A expressão dele ao chegar no salão gravou-se em sua cabeça dolorida.
Aquela vontade efusiva, porém, silenciosa, a motivou a se agarrar na corda da consciência próxima do rompimento.
Ela ainda queria ser salva.
Não desejava ser engolida pela escuridão, sem chances de retorno.
Mesmo em silêncio, conseguiu transmitir os sentimentos no momento que o clima geral do salão se tornou pesado.
Socorro…
Um breve instante trouxe à mente de Norman, e apenas à dele, a voz fraca como a brisa fria do outono.
Preparado para a batalha que tinha escolhido para si, dirigiu o olhar à menina e encontrou sua expressão dolorosa sobre a face enrubescida.
Ao receber a mensagem derradeira, focou a concentração em tirar o inimigo do caminho e resgatá-la…
No entanto um som poderoso interrompeu quaisquer atitudes de ambas as partes.
A jovem de cabelo branco voou do lado de fora e caiu dentro do salão, de maneira inexplicável, para espanto geral no recinto.
Mesmo Bianca conseguiu enxergar o ocorrido.
O vidro estilhaçado foi derramado pelo porcelanato. E a expressão furiosa, ao mesmo tempo que espantada, da alva, impactou ainda mais do que sua chegada.
— Layla?…
Nenhuma voz, além da proferida por Norman, ressoou no silêncio.
O garoto mostrava-se tão perplexo quanto Isabella ou Levi. Tanto quanto as palavras, nenhuma reação ocorreu por parte dos marcados em conflito.
“Maldita Marcada de Mimosa”, a nívea guardou a maldição em seu interior. “Não imaginava um Áster tão imprevisível.”
Tentando se recompor após o baque tremendo, ainda sem sequer dar atenção aos demais que a encaravam no momento, virou o rosto para o ombro esquerdo.
Imaginou que tinha o deslocado na entrada contra a janela e na queda que se seguiu.
Foi só então que, de soslaio, encontrou a presença dos aliados em questão.
Mesmo ao vê-los ali, ainda na companhia do maior adversário que tinham, evitou de falar algo a respeito. Precisava recuperar a calma antes de tomar alguma decisão.
Enquanto o fazia, verificou as condições deles dois.
Isabella já havia desgastado mais de metade do vigor graças a utilização do Transformismo Animal, além dos novos ferimentos causados por Levi.
O homem também não parecia estar em sua plenitude. Há pouco enxergava-se prestes a perder as estribeiras emocionais em prol de retaliar os adversários.
Norman era o menos prejudicado do salão, pois tinha acabado de chegar alguns minutos antes de sua entrada triunfal.
Por fim, restava a garotinha caída atrás do Marcado de Regulus. A situação dela era, de longe, a mais crítica.
“Isso é ruim…”, conferindo tudo rapidamente, a alva já começou a construir as linhas do que viria a seguir.
A conjuntura dos acontecimentos só iria piorar. E isso passou a ocorrer logo em seguida.
O brilho no olho de Levi se ativou sem que o Controle Temporal fosse utilizado, o que o assustou de repente.
O mesmo ocorreu com Bianca, que soltou um fraco gemido ao receber o arrepio congelante por todo o corpo.
Mais uma vez, todos correram com os olhos na direção das janelas destruídas.
A imagem a ser contemplada os deixou pasmos.
Três meninas trajadas em hábitos religiosos flutuavam na direção do grandioso recinto.
Presas aos olhares estremecidos, chegaram ao piso de porcelanato sem causarem qualquer ruído durante a aterrisagem tranquila de tão morosa.
Da mesma forma, a marca no pescoço de Judith irradiava um intenso cintilar branco-azulado.
Apesar das vestimentas pretas e brancas compridas, a luz emitida pelos símbolos de Sarah, na coxa destra, e de Karen, no lado esquerdo do quadril, puderam ser identificadas.
Apenas a da primeira citada possuía mesma classe espectral que a da mais velha.
— Irmã Judith… esses são os…?
Sarah sequer teve a coragem de completar o questionamento, pois a resposta já se mostrava clara.
O clima de tensão no local cresceu a níveis inimagináveis.
— Quem são essas? — Isabella murmurou com dificuldades graças às dores.
— Mais… marcadas?… — Levi ergueu as sobrancelhas perante o encontro inesperado.
Norman já as conhecia e vice-versa.
No momento que o olhar dele cruzou com o das irmãs, todos apresentaram espanto.
A Marcada de Vega fitou o companheiro paralisado diante das novas adversárias, com certo receio do que poderia ter ocorrido.
Não dispunha de tempo para pensar, todavia.
“Meu Senhor… não esperava encontrar tantos”, a líder engoliu em seco, preocupada com a presença dos vários marcados em uma situação tão pesada.
Mas o foco verdadeiro estava voltado à Layla.
“Foi por muito pouco… se não fosse a Sarah, ela iria me matar.”
Remeteu rapidamente ao encontro em um dos becos à frente da mansão, quando a jovem nívea matou os soldados e, em seguida, tentou a empalar com uma faca.
Na ocasião, Sarah conseguiu reagir antes do golpe se concretizar e a empurrou de forma deliberada.
Um gesto bastante simples, mas suficiente a fim de salvar a vida de Judith.
Dessa maneira, a sequência de ocorrências entre as adversárias as levou até o encontro derradeiro, responsável por interligar todas as histórias.
O desconhecimento geral causou o maior impasse de todo o conflito até então.
Para quebrar a carregada tensão silenciosa, a mais velha das irmãs limpou a garganta a fim de elevar sua voz…
— E-então… são vocês que precisamos derrotar… para que fiquemos seguras!? — Os olhos arregalados tremulavam mais do que a mão destra, aberta com a palma erguida. — M-me desculpem, por favor… Não queremos…
Nem conseguiu completar, tamanho o nervosismo. Sequer podia ser diferente, todavia.
Ela já tinha acabado de vivenciar algo traumático para si próprio. No caso, tirou a vida de outrem. Mesmo que o fizera para proteger suas irmãzinhas, ainda era um pecado.
Portanto, estava em um dilema cruel entre ter que seguir em frente naquele “novo caminho” ou apenas se abster e deixar que elas fossem mortas.
Não havia outra opção.
Dito isso, ergueu a mão destra à frente do corpo. O cintilar branco-azulado se proliferou do seu pescoço e outro surgiu diante da palma.
Aquela esfera de energia luminosa começou a se condensar em algo material. Todos puderam acompanhar o momento sobrenatural do qual já tinham costume.
E, mesmo assim, jamais deixaria de ser impactante…
“Ela ‘tá mesmo pensando nisso?”, Norman rangeu seus dentes ao ver que a mais velha das três tinha disposição para os confrontar.
Ainda que contra a sua vontade; podia reconhecer isso com perfeição só de olhar o semblante contorcido e a postura nada equilibrada dela.
— Nós… — A voz afônica de Judith cresceu, enquanto lágrimas ameaçavam se formar nas vistas arregaladas. — Nós também queremos vencer!… Para termos nossa família de volta!!
O baque em todos foi cruel, inclusive nas duas caçulas, escondidas atrás da freira.
O Marcado de Altair arriou as sobrancelhas, pesaroso. Lembrou-se que além da disputa de vida ou morte, todos naquele lugar carregavam algo a mais do que se tornar o governante do universo.
Eles carregavam desejos. Desejos que os empurravam a buscar a vitória a qualquer custo em um evento utópico.
Para eles, era sua única chance de conseguir reaver o que lhes foi tomado. Ainda que sequer fosse comprovado ser possível.
Afinal, como não acreditar no impossível enquanto vivenciassem tudo aquilo?…
Os fantoches do destino que buscavam desafiar o próprio em busca de um sonho, vívido dentro da alma.
— O Áster dela é a Criação! — Layla esbravejou ao se erguer. — Essa é a Marcada de Acrux, a Estrela de Magalhães!!
Procedendo às palavras da garota, a Marcada de Acrux completou a criação de uma estaca em frente a palma. Ela tinha o formato de uma cruz.
Depois disso, subiu a mão até apontá-la ao teto. E gradativamente, novas estacas se formaram…
Norman arregalou as vistas, mas poderia se defender. Assim como Isabella, Levi…
“Merda!!”, voltou a fitar a posição de Bianca. Não pensou duas vezes e levantou a palma canhota na direção dela.
Dessa vez venceria a hesitação e a atrairia com a Telecinesia, mas Judith brandiu o braço erguido mais rápido, comandando o disparo das adagas contra os vulneráveis.
Todos tentaram desviar às próprias formas.
Levi estalou a língua, girou rapidamente e pegou a menina febril pelo braço. Começou a arrastá-la enquanto corria até a saída do salão.
Ao ver aquilo, Norman se enervou. Mudou o foco para puxar a porta derrubada ao lado, rápido o suficiente para usá-la de escudo.
— Irmã… — Karen, atrás de Judith, estava atordoada ao vê-la agir daquela maneira.
Sarah estava igual, porém chegou ao discernimento de aceitar aquele caminho escolhido pela mais velha.
Até porque também queria, muito, ter sua família, arrancada de si naquele incêndio, de volta.
E, talvez, até além do que isso…
Portanto, ela concentrou sua mente para ativar o Áster que fez a marca coberta na coxa brilhar.
Tocou os dedos das mãos uns nos outros, então, espalhou-se uma brisa pelo local. De repente, essa brisa se tornou uma corrente de vento poderosa.
Levi, ao ver o repentino acúmulo de gases em alta velocidade surgiu diante de si, parou de correr na hora.
— Que merda é essa!!? — Isabella esbravejou.
Agora, tinha dificuldades em conseguir se mover com destreza, cercada por uma força descomunal daquela coluna de ventos.
O caos só piorava no local. Destruição por todas as partes já começava a tomar conta, estremecendo mais da metade da mansão.
— Esta é… a Marcada de Mimosa! — Layla cobria a face com o braço bom. — O Áster dela é a Manipulação do Ar!!
— Que chatice!! — A bestial tentou se esconder em um escombro gerado por si mesma, quando chegou no recinto.
Só ela e Norman puderam escutar, pois se encontravam próximos da Marcada de Vega.
Mas havia um contraponto na deliberação de Sarah no presente instante.
“Não consigo controlar!”, Judith perdeu a base de apoio no disparo das adagas.
De alguma maneira, aquilo servia para Norman, que se enxergou em uma posição onde poderia contornar a crise em prol de pegar o Marcado de Regulus de surpresa.
Respirou fundo, verificou os caminhos entre as correntes poderosas… e avançou numa corrida rápida.
Ao mesmo tempo, usou a Telecinesia a fim de puxar os escombros mais próximos que ainda não tinham sido conduzidos pelo fluxo do vento.
Ainda era difícil os controlar, ainda mais com o foco em outra ação rompante. Mas deu seu jeito de conseguir trazê-los consigo, iniciando a aproximação em meio à babel.
— Valeu, mas…!! — Ele fez força e, depois de completar alguns metros, encontrou uma abertura. — Já chega!!
Então, moveu o braço para lançar as pedras na direção das irmãs.
Num movimento instintivo, Judith se agachou e entrou na frente das mais novas, sendo atingida nas costas pelas rochas de tamanho considerável.
Por um instante, a consciência dela transitou entre a escuridão e a luz…
— Irmã!! — Karen gritou, desesperada, ao ver fios de sangue escaparem da testa da freira.
Sarah também foi forçada a interromper o uso de seu Áster, fazendo com que a intensidade dos ventos acumulados pelo salão perdesse força de repente.
— Perfeito, Norman… — Foi o murmúrio de Layla, entretanto, que as fez congelar no mesmo lugar.
Ela já tinha seguido o deslocamento inicial dele, sendo tomada a direção de onde as três estavam.
Só que o próprio não tinha visto. Então, quando se deparou com o surgimento da companheira perto das três, principalmente portando sua adaga com ímpeto…
“Layla?”, ele vacilou no que tocava ao destino inicial, só para ver o que iria acontecer.
A Marcada de Vega, por sua vez, moveu a arma afiada no mesmo movimento de perfuração contra as costas da Marcada de Acrux inerte.
No entanto, Sarah se pôs à frente e ofereceu o próprio antebraço para a defender.
Esse acabou sendo penetrado pela carne em cheio, arrancando uma dor excruciante que a fez chorar de imediato.
Sem delongas, a alva puxou a arma de volta, liberando uma quantia considerável de sangue da menina que paralisou com a agonia terrível.
Ela gritou o mais alto que pôde, então Norman se virou à direção de onde o combate unilateral ocorria.
Era a brecha definitiva para Layla dar cabo das três…
— Layla, ‘pera aí…!!
Norman tentou gritar, mas engoliu-o quando viu o movimento contundente da garota… simplesmente paralisar.
Judith, que quase tinha desmaiado, esforçou-se ao máximo a fim de puxar as irmãs para se afastarem poucos metros da garota.
— Gaaaaaah!!! — Levi vociferou de dor, ao que o sangue escorria da vista esbugalhada.
Ele tinha usado o Controle Temporal, mas foi capaz de acertar apenas a nívea.
Uma instabilidade irritante, mas…
— É você que eu vou matar primeiro, desgraçada!! —
O suficiente.
Isabella e Sarah também tinham sido afetadas, porém logo retornaram ao normal, a exemplo da Marcada de Vega.
Sentir aquele Áster na pele pela primeira vez fez o coração de Layla disparar até quase pular da boca.
Ela virou o rosto, inquieta, vendo que as meninas religiosas continuavam perto o bastante para poder tirar vantagem.
O problema maior era o retorno do instável Marcado de Regulus. Ele, no entanto, já deveria ter sido atacado por seu parceiro.
Encarou por cima do ombro, vendo que Norman tinha parado de correr para dar atenção ao que pretendia fazer com as irmãs.
— S-sarah…!! — Judith, enfraquecida, verificou as condições da menina que se debulhava em lágrimas.
Ela tremia muito, suava frio e prendia para não vomitar enquanto tentava suportar a dor sangrenta no braço.
Aquilo fez a jovem freira amaldiçoar a responsável por ter a ferido de modo tão cruel.
Virou o rosto, o ódio estampado nos olhos castanhos a exemplo do que jamais ocorreu.
Mesmo ao receber aquela sentença odiosa da freira, a Marcada de Vega permaneceu intransponível em sua casca de frieza.
“Vamos, Norman”, emendou entre as paredes dos pensamentos. “Por favor…”
Ela queria fazer aquilo sem que ele contemplasse. Deveria segurar aquele peso sozinha, sem que ele precisasse lidar com tamanha crueldade.
Então, Levi sucumbiu, fato esse que fez as atenções retornarem a si.
O Marcado de Regulus, que já chorava sangue, também o tossiu de repente. Estava além do limite que o corpo poderia aguentar na utilização do Controle Temporal.
Ao lado dele, caiu Bianca, incapaz de se manter de pé e de sequer ficar acordada por mais tempo.
O momento era perigosíssimo. A tensão no ar se elevou e Norman engoliu saliva, perdido em devaneios.
De joelhos sobre o porcelanato, o maior dos inimigos se mostrava mais vulnerável que nunca.
— Merda!… — Até mesmo Isabella, cansada demais, se viu incapaz de aproveitar.
Foi quando Norman enfim se desprendeu da hesitação e correu com tudo até a dupla.
Esticou a mão destra, os olhos vidrados enxergavam a criança prestes a ser tomada para sua proteção.
No entanto antes de alcançá-la, arrepios indescritíveis percorreram todo o seu corpo.
Mesmo Layla se espantou.
Como a grande maioria sentiu, foi envolta por uma intensidade congelante.
Assim que deu o novo passo, o Marcado de Altair virou o rosto à vertente de onde imaginava vir aquela sensação.
Levi fez o mesmo, em perfeita sincronia ao rapaz.
Ambos estavam no alvo… dos olhos distintos de Karen, em lágrimas.
Então, o fulgor rubro surgiu na altura do quadril.
“O fulgor rubro da estrela superior…”, ela saltou. “Marcada de Gacrux, a Rubídea.”
Layla foi rápida ao fechar as vistas e se afastar do que pretendia.
Os dois em questão jamais imaginariam o que viria depois…
Foi nesse momento que a própria criança murmurou:
— Vocês… machucaram… a irmã Sarah… — Os olhos bicolores arregalaram. — Não irei… perdoar!…
O prenúncio derradeiro espalhou o ardor que sobrepôs todo o frio primordial.
Então, o Marcado de Regulus… ficou à mercê de seu feitiço.
Levi abriu apenas o olho esquerdo.
Deitado em uma cama, levantou o torso e observou o pequeno quarto iluminado por uma vela acesa acima da escrivaninha ao lado.
Como se tivesse acordado de algum sonho extremamente real, encarou as próprias mãos em silêncio.
— O que é isso?… — Ergueu-se da cama e foi em direção à porta do cômodo.
Moveu a maçaneta e empurrou a entrada, o rangido foi acompanhado pelo avanço do corpo.
Ao invés de sair num cômodo diferente, acabou recebido por uma viela repleta de lixo.
Do céu escurecido, a chuva forte banhava a passagem estreita a ponto de formar algumas poças d’água sobre o chão.
Por algum motivo, ele não era afetado pelas grandes gotas que caíam incessantes, produzindo um ruído proeminente pela área.
Então, o baque veio ao reconhecer, com lentidão, a natureza daquele “cenário”.
As sobrancelhas se ergueram em espanto quando os olhos encontraram uma silhueta sentada no solo, as pernas flexionadas e a testa afundada nos joelhos.
“Impossível”, pensou boquiaberto ao identificar a criança estremecida com o frio, a roupa maltrapilha toda encharcada assim como o cabelo que caía até metade das costas.
Sem esperanças nas condições extremas, foi envolvido por uma presença calorosa, capaz de protegê-lo da chuva rapidamente.
Subiu o rosto machucado. Os olhos acinzentados não apresentavam qualquer brilho, diferente do sorriso benévolo da mulher que parou à sua frente com um guarda-chuva.
— Você deve estar com fome. — A voz dela era tão suave quanto o semblante no rosto alvo. — Me diga seu nome, meu jovem.
Após alguns segundos sem dizer nada, o garoto franziu o cenho e a respondeu:
— Levi… só Levi…
O olhar obscuro do menino encarou a mulher de cabelo branco que, mesmo desafiada daquela forma ameaçadora, manteve o sorriso e falou em seguida:
— Que nome bonito! — A resposta dela o fez abrir a boca surpreso. — Me chamo Elisa Doherty! Por acaso não quer me acompanhar?
Espantado com a repentina atitude da desconhecida, o pequeno Levi sentiu o coração bater mais rápido, espalhando um calor jamais experimentado por todo o corpo.
Naquele dia, sua história começaria a mudar…
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