A Voz das Estrelas - Capítulo 25
Concluída a batalha contra Levi, restavam os quatro escolhidos pelas estrelas na praia iluminada sob o sol.
O grasnar das gaivotas, entrecortadas ao longo das ondas originadas no mar cristalino, ecoava pela região.
E os vitoriosos recuperavam as energias perdidas na duradoura batalha da madrugada.
Descalça na faixa de areia úmida, Layla deixava as elevações de água lavarem os tornozelos.
Diferente dos primeiros contatos, já estava habituada com o choque térmico causado pelo líquido gelado.
Perdeu alguns segundos ali, observando o horizonte.
Diversos prédios podiam ser avistados a quilômetros, ofuscados por uma densa neblina.
Após tanto conferir os detalhes do outro lado, agachou-se e deixou a água encharcar um pedaço de pano escuro, rasgado da manga de sua camisa social.
Regressou até onde os outros três estavam. Observou os pesados arquejos da criança deitada sobre as pernas de seu companheiro.
Apertou o tecido a fim de se livrar do acúmulo líquido e o repousou sobre sua testa.
Conferida a estabilidade da febre dela, o cabisbaixo rapaz murmurou:
— Por que fez aquilo?…
A alva sustentou o silêncio durante algum tempo, em prol de analisar a situação da Marcada de Betelgeuse, ainda desmaiada.
Conferiu seus graves ferimentos em condições irreversíveis. Exalou um suspiro ao responder, num tom de voz inquieto:
— Você não o faria, de qualquer forma? — Ao questionamento dela, nenhuma retruca veio, então prosseguiu: — Fiz isso para te proteger.
Perante tais palavras, Norman ergueu o olhar, espantado.
Era a primeira vez que ela justificava alguma ação sem tomar a vitória pela Seleção Estelar como objetivo primordial; ou quaisquer objetivos que estivessem interligados ao evento místico.
E isso, inclusive, a fez desviar a atenção.
Percebeu um enrubescimento repentino na face dela, contudo imaginou ter sido uma consequência da exposição de sua pele quase pálida ao sol do amanhecer.
Enquanto ambos permaneciam no silêncio, lembrou de um fator importante.
Sem dizer nada, retirou as faixas que cobriam o braço direito de Bianca com cuidado, chamando a atenção da garota virada de costas desde a resposta anterior.
— Isso é… — Semicerrou os olhos ao constatar o símbolo da cruz com um traçado retilíneo de três pontos. — Esse símbolo é da Constelação do Cisne…
— Marcada de Deneb. — Layla completou.
Com a constatação da estrela responsável por escolher a criança, Norman remeteu ao instante em que contemplava o céu naquela noite fatídica.
O último momento que tinha trocado palavras com sua mãe. E o último que se lembrava até a lacuna borrada que apenas retornava no despertar após o acidente.
Na ocasião, ele viu o asterismo que tinha lhe chamado mais atenção. Aquele que, agora, estava unido entre os selecionados pelo Rei Celestial diante do nascer do sol.
— O Triângulo de Verão…
Na sequência, projetou um sorriso tênue.
A aliada não compreendeu muito bem a razão daquele semblante, tampouco a atração repentina que sentiu ao ver o companheiro esboçá-lo.
Porém, logo ouviu as tosses sangrentas de Isabella, que a fizeram voltar o rosto na direção dela.
— Está viva.
— Sim… de alguma forma… — suspirou com dor. — O que houve depois que eu… perdi a consciência?…
A Marcada de Vega assentiu em silêncio e deu procedência em tom comedido:
— Derrotamos o Marcado de Regulus. A batalha terminou.
Com a resposta recebida, a bestial alçou as sobrancelhas com espanto e, ao mesmo tempo, tristeza.
As vistas enfraquecidas fitaram a abóbada nublada.
Todo o calor remanescente no corpo começou a se esvair aos poucos.
— Entendo… — exasperou. — No fim das contas… eu não consegui…
— Não é verdade — Norman atravessou as lamúrias, através de uma feição circunspecta. — Se não fosse por sua ajuda, não conseguiríamos vencer. Você foi fundamental nisso tudo… do início ao fim.
Ao fitar o gesto positivo da alva, em afirmativa à declaração do garoto, Isabella experimentou uma fina lágrima verter do cerrado olho canhoto.
Mesmo sem conseguir cumprir com a promessa feita na morte do irmão, pôde ser importante o suficiente para ajudar os outros dois marcados a derrotarem o inimigo.
Ainda que sentisse um aperto frustrado em seu peito, permitiu-se considerar o cumprimento da missão pessoal.
Mediante um lamento duradouro, livrou-se de todo o peso acumulado no coração.
— Eu utilizei… toda minha energia… ao ingerir o fragmento. Não tenho mais… salvação… — Com dificuldades, virou o rosto até a antiga desafeta. — Por favor… pode me levar até… meu irmão?…
Sem muitos enigmas, ela compreendeu a intenção por trás do repentino pedido.
Ciente de que aquele era o único desfecho, recebeu um olhar aflito de Norman, então balançou a cabeça para os lados.
Essa era a realidade. Nada e nem ninguém poderia mudar o rumo tomado pela história.
Em afirmativa, Layla aproximou-se a passos curtos da Marcada de Betelgeuse.
Levou a palma fria até tatear sua testa, enquanto a outra apertava-lhe a mão onde residia a marca de Órion.
Com a energia congelante em travessia por todo o corpo da menina, fechou os olhos escuros e sussurrou:
— Que você descanse com as estrelas…
— Obrigada… — Isabella sorriu, à medida que o corpo se tornava partículas de luz. — E Norman…
Apesar do desafeto construído na universidade, ele resolveu atender suas últimas palavras antes que se tornasse os fótons azulados em sua totalidade.
— Eu sei que já disse, mas… seu nome é muito bonito!… — Ela empenhou seu melhor sorriso. — Siga em frente… até o fim…
Com um nó na garganta, Norman conteve as emoções que fizeram seu rosto arder. Mesmo perante a quem tentou o matar, não conseguiu sentir qualquer pingo de ódio.
Apenas abaixou o rosto, executando um único aceno positivo. E Isabella, sem deixar de sorrir, ao menos sentiu ser possível gravar sua expressão mais pura em seu coração.
“Estou chegando… irmão…”
E assim, veio o adeus.
Com o efeito completo, Isabella Morgan também se retirou da Seleção Estelar… e daquele mundo.
A partir de agora, se reuniria àqueles belos pontos brilhantes e pulsantes que estavam além do alcance humano.
Com seu irmão… e com sua falecida mãe.
O silêncio absoluto tomou conta do local, assim que as partículas luminosas subiram e desapareceram.
Os três restantes continuariam.
Depois de um tempo sem dizerem nada…
— E então, o que faremos agora? — Norman quebrou o gelo.
Layla pensou um pouco antes de pronunciar:
— Primeiro você deverá deixar sua faculdade. Não podemos arriscar um novo evento como aquele. — Fitou os olhos verdes do aliado ao virar o rosto. — Talvez devêssemos nos mudar. Podemos pensar nisso com um pouco de calma.
— Entendo… — Já ele desviou a atenção por um instante, então logo retomou a encarada. — Aliás, queria te fazer uma pergunta.
— O quê?
— Eu estive pensando por um tempo sobre seu Áster. — Contemplou as sobrancelhas dela se levantarem. — Não faça essa cara. Eu confio em você, afinal acabou me salvando mais uma vez, né? Mas se também pensa o mesmo de mim, então quero que prove. Ou eu ainda não estou habituado o suficiente aos eventos pra me contar?
Ao ver como ele tinha imitado o jeito dela de falar com as exatas mesmas palavras que o entregou há dias, ela perdeu toda a tensão que retumbava sobre os ombros.
Abrindo um sorriso fraco, porém franco, ela disse:
— Você tem razão…
O mussito, embora um tanto desanimado, transmitiu a sinceridade esperada pelo garoto.
Levou uma das mãos até o peito, local onde o símbolo da Lira estava coberto pela camisa.
Respirou fundo e, de forma inesperada, fez aquele aspecto sorridente ganhar um tom afável.
Norman se pegou encantado diante daquela expressão pura, a ponto de boquiabrir de leve sem perceber.
Com a aura tão benévola quanto costumava ser, a Marcada de Vega levou os dedos até os fios do cabelo, que dançavam junto à brisa gelada.
Por fim, revelou:
— Meu Áster é a Clarividência. Ela me permite ter a obtenção de conhecimento sobre eventos futuros, através de algum indivíduo ou objeto.
O encantamento que tomava o Marcado de Altair foi levado às alturas com a informação disseminada.
Já carregava algumas suspeitas graças à certas sequências de acontecimentos que os envolviam.
Mas receber a confirmação, de fato, pareceu lhe arrancar uma estranha inquietação do corpo.
— Ver o futuro, é…?
Remeteu aos eventos passados.
Em princípio, a conversa da primeira vez que se encontraram no hospital, seguido do conflito contra o Marcado de Polaris.
Um pequeno turbilhão o acometeu, enfim tendo todas as peças do quebra-cabeça encaixadas da melhor forma.
— Mas não pense que eu possa ver absolutamente tudo. — Ergueu o indicador ao impor seu limite. — Talvez com o fragmento seja possível. Porém, apenas consigo enxergar certos acontecimentos de um dia específico.
Nada surpreso, o garoto ponderou.
— Entendi. De qualquer forma, fico mais seguro em saber disso.
— Me desculpe por manter segredo até agora. Não sabia o quanto poderia influenciar nas minhas previsões caso você soubesse logo de antemão. — Levou as mãos a se entrelaçarem atrás do torso.
— Não se preocupa com isso. No fim, por estarmos juntos, acabamos compartilhando o mesmo destino, né?
À pergunta dele, a garota congelou.
Sem escutar quaisquer sílabas saindo da boca aberta dela, voltou a fitá-la com mais curiosidade.
— Eu disse algo errado?
— N-não. Nada demais. — Corrupiou-se a fim de evitar seu olhar dúbio. — De qualquer forma, vamos para casa. Lá poderemos descansar e cuidar dessa criança, além de…
Foi um instante que a cortou.
O cenário ao redor repentinamente escureceu, então o piscar de olhos seguinte fez tudo voltar ao normal.
Aquilo interrompeu a fala da alva no ato, trazendo um arrepio insólito a sua espinha.
O coração passou a palpitar mais forte, os olhos esgazeados denotavam a pungente inquietação.
Por outro lado, Norman não captou o peso daquela rápida anomalia.
Talvez fosse fruto do cansaço, pois não dormia desde a tarde anterior ao confronto. Deveria dar um tempo à cabeça, a fim de parar de ver coisas, pensou.
Contudo a atitude corporal da parceira à frente não lhe trouxe a melhor das indicações.
Tomado por uma onda de aflição conforme ela não regia, engoliu em seco antes do pior acontecer.
— Meus devidos cumprimentos, escolhidos do Cosmos.
A voz retumbante trouxe calafrios à espinha de ambos os marcados.
Nenhum deles foi capaz de encontrar o emissor daquelas palavras.
— O que é…?
— Ele enfim se revelou.
A partir do tom enervado dela, Norman não encontrou forças para rebater.
A garganta aparentava estar envolvida por um nó intenso, nem o permitia engolir em seco.
Então, de novo, a paisagem se tornou algo semelhante ao próprio universo.
Estupefato diante daquilo, o Marcado de Altair rangeu os dentes.
“Isso é…”, então, se lembrou do sonho que teve.
Naquele mesmo espaço, rodeado de enormes traçados e esferas luminosas em meio à escuridão…
— Atualmente, vocês devem me conhecer como o Rei Celestial. Todos aqueles que receberam as marcas das estrelas podem me escutar neste exato momento, através desta Singularidade.
Após o baque inicial, Norman tornou-se chocado assim que a identidade do mediador que estremecia céu e terra foi revelada.
Era como se sua voz um tanto quanto áspera atravessasse seu corpo inteiro numa descarga elétrica.
Os músculos pareciam contrair. Toda a noção de realidade havia se perdido.
Ainda não encontrava a presença do indivíduo.
Isso é, caso existisse alguma forma física sobre tal ser…
— Desde o início desta seleção, pude averiguar cada um de vocês nos mínimos detalhes. Não esperava que quatro escolhidos fossem retirados tão cedo. Mas ainda está longe de terminarmos. Creio que possam surpreender ainda mais conforme progredirem em busca de meu lugar.
A alva não resistiu a cerrar os punhos estremecidos.
Os olhos azul-escuros pareciam encarar algo distante daquele espaço cósmico, como se pudesse, de alguma forma, visualizar a entidade em questão.
Com o tempo, Bianca voltou a abrir os olhos.
Ergueu o olhar enfraquecido até a face paralisada do garoto que a salvou e, na sequência, voltou a encarar as costas da outra garota.
Nenhum dos dois encontravam-se capacitados a tomar qualquer tipo de atitude.
No fim, o fator de maior incômodo à garotinha vinha da voz que escutou. De certo modo, sentia um leve tom de melancolia soar em meio à assustadora imponência.
— Vocês possuem, ainda, menos de um ano terrestre a fim de alcançarem o triunfo absoluto. Aguardo grandes surpresas durante esta caminhada cheia de expectativas, em busca do novo futuro. Além disso… — A voz executou uma pausa repentina: — Dê seu melhor para agarrar esta chance única…
Norman piscou duas vezes à procura do significado daquela frase, quando o cenário da praia retornou.
De todas as probabilidades, a primeira que correu por sua mente foi…
— Isso foi… pra alguém… — enunciada pela criança.
— O qu…!? — Desceu o olhar até Bianca, que havia exposto seu devaneio.
Só então pôde perceber o fraco brilho branco esvanecer do braço direito dela, onde o símbolo da constelação do Cisne estava localizado.
Embora fosse apenas uma leitura de pensamento, a menina também parecia ter compreendido a mensagem daquela forma.
Enquanto isso, a Marcada de Vega sustentou o silêncio irredutível até a tensão congelante no espaço se esvair.
Com o desaparecimento do clima pesado, sua postura perdeu rigidez aos poucos.
Através de lamentações pesadas, varreu toda a angústia para fora do corpo e voltou a sorrir com leveza.
— Isso realmente foi inesperado.
Foram as últimas palavras proferidas antes de regressar na caminhada pela orla.
Apesar de inquieto, o rapaz reuniu energia em prol de se levantar, com a Marcada de Deneb nos braços.
Após observar o horizonte em silêncio, seguiu os passos pesados da parceira.
O recado poderia ter sido para uma pessoa específica, mas de certa forma servia como um aviso para todos. Novos desafios ainda estavam por vir.
Pela sobrevivência, para proteger aquela com quem firmou sua promessa… o Marcado de Altair havia tomado uma nova decisão importante.
O resultado das primeiras batalhas entre marcados ecoou no pronunciamento feito pelo Rei Celestial.
Com o retorno tranquilo para casa, Norman e Layla puderam cuidar de Bianca da maneira devida, conforme retomavam o vigor depois de uma madrugada intensa.
Cientes de que eram observados pelo próprio, desde o princípio, precisavam determinar quais seriam os próximos passos naquela aventura mortal.
Além de si próprios, agora tinham mais uma pessoa para cuidar: a Marcada de Deneb, adormecida numa das camas do quarto.
Enquanto observava a menina em recuperação, seu alento mais brando comparado a horas atrás, o rapaz ponderava sobre o cenário atual.
Apesar da dificuldade em idealizar os acontecimentos a longo prazo, ao menos tinha certeza sobre o problema presente.
“Acho que vou precisar dormir no sofá…”, suspirou com certo pesar ao perder o conforto de sua cama, mas não havia o que fazer. “Você mesmo lutou por isso, seja forte.”
Procurou automotivação até escutar o toque do smartphone, em cima da escrivaninha.
Não esperava pelo que viria ao acender a tela do aparelho.
Quando fitou o nome da pessoa responsável por contatá-lo naquele momento, arregalou os olhos e rapidamente usou o polegar para atender, o levando à orelha na sequência.
— Alô!? Ah. Oi, tia…
No instante que a voz, um pouco estremecida, soou pelo alto-falante, o jovem experimentou uma dose considerável de agitação.
À medida que dialogava com a pessoa no outro lado da linha, era observado pela Marcada de Vega na entrada do cômodo.
Em silêncio, de olhar estreito, aguardou paciente até o término da ligação.
Para sua surpresa, não durou muito.
Foi encerrada com uma despedida melancólica do rapaz, antes de desligar o celular e devolvê-lo ao cômodo.
Mediante um leve suspiro, girou o rosto e encontrou a alva, encostada com o ombro na parede.
— Quem era? — ela perguntou primeiro.
— A mãe da Helen.
— Sua amiga da universidade, certo? — Remeteu ao semblante da garota, antes de prosseguir: — Como ela está?
— Melhorando… Vai ter que passar por terapia, mas a mãe dela disse que em breve já deve ser liberada pra casa.
Norman tentou, mas não conseguiu desviar o olhar da parceira. Notou os fios ainda úmidos de seu cabelo branco caindo sobre os ombros pálidos.
Com uma toalha acima da cabeça, usava um vestido branco que alcançava metade dos joelhos.
Permaneceu inerte ao experimentar o aroma refrescante, que exalava do corpo dela após o banho.
Apesar do olhar encantado do parceiro, Layla caminhou até a única janela do aposento.
O anoitecer daquele difícil dia já havia chegado.
Da abertura retangular, as primeiras estrelas podiam ser observadas no céu desprovido de nuvens.
Conduzida por certo receio, ela comentou:
— A situação ficará ainda mais difícil a partir de agora. Isso foi só o começo, como ele disse…
A entonação levemente ansiosa desprendeu Norman do transe causado por sua beleza.
Ele caminhou a passos curtos até ficar ao lado dela, os olhos verdes também fitaram o céu estrelado.
O cenário lhe despertava lembranças a respeito do curto caminho traçado com ela até então.
Era impossível negar o ganho de proximidade para com a companheira, capaz de fazê-lo adotar uma nova perspectiva sobre ela.
As hesitações do início foram lavadas, a desconfiança se transformou em segurança para seguir adiante.
E, além disso tudo, sobrava o débito que guardava por ter sido salvo naquele hospital.
O escolhido da Águia encarou a palma tenaz, respirou fundo e declamou:
— Eu ainda não penso em me tornar rei. Afinal, agora eu tenho um novo desejo… — Fitou Bianca por cima do ombro. — Quero ficar mais forte. Dominar completamente meu Áster e, assim, poder proteger essa criança. E você também.
Virou a postura na direção da aliada. Em resposta a seu movimento, ela fez o mesmo, ficando frente a frente com ele.
Os olhares dos dois se cruzaram e assim permaneceram.
Através do semblante determinado, Norman assentiu com a cabeça, em silêncio.
Na sequência, repetiu o gesto que a menina realizou durante o encontro derradeiro no hospital, quando ofereceu ajuda a ele.
Um pobre coitado, desesperado em busca da salvação.
Estendeu sua mão.
— Eu vou encerrar essa seleção com minhas próprias mãos. Essa é minha vontade.
Layla abriu a boca, sem definir as melhores palavras para corresponder a sua categórica declaração.
Nesse período, a brisa primaveril invadiu o cômodo.
Cortinas e fios de cabelo dançaram no espaço iluminado pelo luar, em perfeita sincronia.
Com um brilho efêmero nos olhos que remetiam à abóbada noturna, a garota restringiu-se a responder com a tênue faceta de sempre.
No entanto diferente da aura fria a qual costumava propagar, pôde irradiar sentimentos calorosos da expressão agradecida.
Atraída pela decisão final do parceiro, levou a palma dominante de encontro à estendida por ele.
Aceitou o convite feito por aquele que a acolheu, no princípio de tudo, naquele mesmo lugar.
— Conto com você, Norman Miller.
O Marcado de Altair apenas sorriu.
A nova promessa sob as estrelas estava firmada.
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