A Voz das Estrelas - Capítulo 8
O destino do primeiro grande confronto entre marcados começava a tomar um rumo preocupante.
Boa parte de alunos e professores se reunia nos corredores para observarem o incidente de um dos elevadores no térreo quando a explosão na entrada estremeceu o campus.
Indivíduos armados invadiram e tomaram conta da região inicial da instituição em poucos segundos.
A grande maioria aglomerada na área do prédio principal foi rendida. Outros que estavam em salas distantes nem faziam ideia, ainda, sobre os ocorridos.
O aviso foi igual para todos…
Ninguém podia se mover. A mesma situação agora enfrentada pelos jovens que lutavam na ala deserta do pátio.
Layla cumpriu a demanda do soldado que os ordenou a não se moverem. Sua atenção, entretanto, parecia estar em qualquer outro lugar que não era aquele.
Isaac e Isabella estavam alarmados, cada um à sua maneira. De qualquer forma, perderam toda a capacidade de responderem àquela tensão repentina.
— Quem são esses? — Ainda agachada após o baque, a Marcada de Betelgeuse quase mordeu a língua.
— São enviados de outro marcado.
A resposta fria de Layla elucidou a situação numa velocidade assombrosa.
Seria importante para que os seus — até então — adversários retomassem o controle emocional, antes de decidirem o caminho que desejariam seguir.
Depois de terem tudo meticulosamente calculado, uma grande reviravolta colocava sua vantagem em xeque.
A alva, ciente de que eles faziam parte daquela região, entendeu o planejamento deles. Queriam terminar com ambos os concorrentes sem que ninguém fosse envolvido.
Era bastante nobre da parte dos irmãos. Por isso, ante o novo desenrolar, considerou plausível revelar a informação a eles.
Se eles queriam evitar envolvimento de outras pessoas que nada tinha a ver com o evento, sabia como iriam responder após a surpresa inicial.
“Isso se tornou bem desagradável”, Isaac prendeu-se à calma que poderia definir aquele momento. “Essa garota parece saber bastante… Deveríamos confiar nela?”
Encarou ao virar o rosto por cima do ombro. De algum modo, deveria a agradecer por fornecer tal elucidação.
Poderiam ir com tudo na resistência contra o misterioso grupo armado, que colocava em risco todos os presentes naquela universidade.
— Isabella — murmurou baixo. A irmã, com a audição aguçada, pôde captar. — Por enquanto, vamos esquecer essa marcada. Temos que lidar com esse problema novo…
Mesmo de sangue quente por causa do Transformismo Animal, Isabella fez que sim com a cabeça, terminando se levantar do chão.
Em proveito à posição de costas com relação aos invasores, fechou a palma de onde vinha o brilho vermelho.
Enquanto reerguia a postura, os dentes, as garras e os músculos foram voltando ao normal.
— Mãos ao alto! — esbravejou o mesmo homem do início, indicando, num gesto de cabeça, para os demais se aproximarem.
Isaac inclinou o rosto para baixo e, lentamente, cumpriu a demanda. A irmã fez o mesmo, na posição contrária à dele.
Mais recuada, Layla permaneceu inerte. Os olhos escuros permaneciam entrefechados.
— Ele mandou levantar as mãos, desgraçada!! — Outro soldado se aproximou dela.
Apontou o cano da arma em sua cabeça, sobre a têmpora. A Marcada de Vega nem àquilo reagiu.
Irritado pela teimosia, ele virou o fuzil no intuito de lhe acertar uma coronhada.
Quando realizou o deslocamento que iria contra a nuca dela…
— Agora — disparou num tom de voz pesado.
Depois disso, agachou-se com exímia agilidade, desviando do golpe. Quando a arma passou pelo ar, ela atingiu uma cotovelada no abdômen do homem.
A força foi tamanha que todos ouviram os ossos serem fraturados na íntegra. Depois, a garota enganchou os braços sobre o dele e o lançou sobre as costas.
A cena deixou todos incrédulos. Além dos ruídos aterrorizantes, viram o companheiro, todo equipado, ser alçado do solo até girar um arco completo.
Terminou sendo jogado com toda força de volta à superfície, batendo as costas.
Isabella abriu um sorriso afiado, pois tinha provado do mesmo veneno minutos antes.
Sem contar que o sinal havia sido entendido com primor.
O brilho de sua marca reacendeu, assim como a do irmão. Os dois agiram em simultâneo, ludibriando os soldados com movimentos velozes para os abater.
Isaac derrubou dois do flanco esquerdo, tirou suas armas de posse e esfaqueou-os no pescoço.
Isabella foi aos da direita, somente cortando suas gargantas com as garras afiadas.
Depois da reação rápida dos cinco, nenhum pedido de ajuda pôde ser disparado por qualquer um dos invasores.
— Estamos decididos, garoto. — O Marcado de Rígel pegou um dos fuzis no chão. — Vamos declarar uma trégua de momento. Ao menos, até acabarmos com esses enviados por quem for.
— Nem pense em fugir no final! — A de Betelgeuse indicou o dedo em riste para ela.
Sem pestanejar, eles nem esperaram alguma réplica da alva para seguirem os caminhos abertos do pátio vulnerável.
Layla apenas assentiu com a cabeça, ainda parada por alguns segundos enquanto observava os soldados que jaziam ao seu redor.
Encarou, depois, a própria face refletida na lâmina polida. Parecia que só dessa maneira conseguia enxergar a respectiva melancolia estampada naquele olhar.
— Me desculpem…
Seu murmúrio para ninguém se perdeu em meio à lufada do entardecer.
A situação caótica ainda não tinha chegado à sala de aula onde os amigos de Norman estudavam.
De todo modo, tinha consciência sobre os acidentes em sequência; o primeiro no térreo do prédio principal e o outro na entrada do campus.
Ou seja, era questão de tempo até que fossem alcançados.
— Como está aí, Willian!? — Helen preparava seus pertences para sair da classe com os amigos.
O rapaz de cabelo arrepiado em gel quase tremia seus dentes, enquanto tinha o celular grudado ao ouvido.
— Não adianta! Ele não ‘tá atendendo!
Além dos problemas desconhecidos no geral, precisavam lidar com o inexplicável paradeiro de Norman.
No entanto, mal tiveram tempo para pensar muito em como fazer isso. Vozes atabalhoadas surgiram pelos corredores e cresceram muito.
Com a porta aberta, a tensão se alastrou por todos os alunos que viram uma correria desenfreada passar diante de seus olhos.
— Meu Deus… o que ‘tá…? — Helen nem pôde terminar, pois sons de tiros ecoaram.
Gritos desesperados se sucederam. O caos tinha alcançado eles.
— A gente tem que sair daqui! — Estremecida, a garota apertou as alças da mochila ao gritar para os amigos.
Hudson, suando frio, tentou sustentar o máximo de serenidade possível para os liderar contra o olho do furacão.
Eles avançaram para a saída e se juntaram à correria generalizada. Com as mãos um no ombro do outro, foram pelo fluxo da muvuca, até a repartição para os demais corredores.
— Hudson!! Por onde!!? — Helen berrou, na tentativa de o alcançar em meio àquela insanidade.
O mais centrado do trio, varreu todas as opções depois de pararem a corrida em frente aos caminhos para os andares superiores e inferiores.
A saída conhecida se encontrava no térreo, mas deveria estar bloqueada.
Os elevadores estavam parados e subirem ao telhado poderiam criar um beco sem saída fatal.
Fora isso…
“Tem uma saída na biblioteca… e outra no estacionamento”, enumerou os caminhos que se lembrava.
E para chegar a um daqueles lugares mais rápido…
— A gente pode tentar as escadas de emergência pelo laboratório! — Elevou sua voz para entregar a decisão a ambos.
Portanto, diferente da direção que todos tomavam, optaram por subiras rampas.
Passaram correndo pelos elevadores principais e nem perceberam a ausência do último deles, cujo cabo de tração tinha se rompido.
Seguiram o trajeto do pequeno corredor até alcançarem a porta de acesso às escadarias emergenciais.
Hudson torceu por um segundo, mas a empurrou logo, agradecendo por não estar trancada.
O alívio temporário tomou conta deles, que desceram iluminados pelas lâmpadas sensoriais de olho nas indicações dos andares nas paredes.
A adrenalina produzida pela tensão lhes fazia ignorar qualquer resquício de cansaço.
Com o tempo, chegaram no andar antes do térreo, porém esperaram antes de abrirem as portas avermelhadas.
Ofegantes por conta do ritmo alucinado, os três voltaram a escutar a confusão vinda do exterior.
Os tiros continuavam a ser disparados, porém algo diferente ocorria.
Hudson ergueu a mão, um sinal para que os dois amigos aguardassem. Com cautela, abriu a porta e observou o pátio do campus.
O que seus olhos encontraram o fez abrir a boca espantado; uma batalha ainda maior era travada naquele espaço.
Diversos alunos tinham sido alvejados. O clima mortal se espalhava por toda parte.
Num relance, ele encontrou uma jovem com dois enormes feixes de cabelo amarrados esvoaçantes, avançando contra os soldados de preto como uma besta.
Mesmo com sangue a escorrer de um corte profundo na testa, ela sustentava uma intensidade agressiva nas retaliações com suas garras.
— Mas que merda…? — Hudson torceu um dos supercílios.
Depois, viu um rapaz de fisionomia idêntica a derrubar outros inimigos enquanto saltava, realizava mortais e outros movimentos antinaturais.
— O que ‘tá acontecendo, Hudson!? — Inquieta graças à demora, Helen tentou forçá-lo a seguir com as mãos em suas costas. — A gente pode ir pela biblioteca, ou…!?
Foi quando Hudson perdeu a disputa de força e escancarou a passagem, mostrando aos outros dois o conflito infernal.
Incapazes de acreditar mais na realidade, os dois esgazearam as vistas e afastaram os lábios até o limite.
Willian esfregou os olhos, como se para ter certeza de que aquilo tudo de fato ocorria.
— Olha… — ele murmurou, atordoado. — Por acaso a gente ‘tá no meio de uma gravação de filme?
A boca estremecida quase se contorcia em uma risada zombeteira.
Porém, o cenário de tragédia construído no campus da universidade os fazia engolir em seco.
Impactados com a situação, ainda experimentaram um arrepio congelante de súbito.
Conforme as espinhas estremeceram, eles viraram os olhares à direita.
Lá estava a garota de cabelo branco…
— Layla? — Helen foi a única a conseguir chamá-la, a voz trêmula. — O que ‘tá acontecendo? Cadê o Norman!? Por que você… ‘tá assim?
Conforme lançava as perguntas, encarava a jovem que os olhava de volta.
As vistas estremecidas desceram, encontrando o sangue que manchava seus braços, vestido e pernas.
Assim como a faca que segurava, deixando gotas avermelhadas pingarem em intervalos lentos no chão.
— Vocês viram, então — sussurrou em um timbre soturno. — As saídas da biblioteca e do estacionamento encontram-se bloqueadas.
Quando levantou sua voz para entregar suas informações, Hudson engoliu a saliva.
Não fazia ideia de como ela havia antecipado os planos de emergência dele, mas sequer pôde falar algo a respeito.
— Se desejam fugir, precisarão retornar às proximidades do prédio principal.
Deu meia-volta, no intuito de descer as escadas que ficavam para a direção oposta à indicada aos três.
— Espera!! — Helen estendeu sua mão, mesmo inapta a alcançar. Pelo menos, a alva parou para ouvir. — O que… vai fazer?
Layla não disse uma palavra durante certo momento.
Somente quando voltou a os encarar ao dar meia volta na posição…
— Farei o que preciso…
A resposta escapou afônica dos lábios que quase nem se separaram.
Com mais nada a tratar com os três, ela foi às escadarias e desapareceu da linha de visão deles.
Passado o baque inexplicável, Hudson e Willian pareceram despertar de um transe, voltando a encarar a bagunça mortal do campus.
Helen permaneceu encarando a passagem onde havia visto a Marcada de Vega, os olhos arregalados.
Mesmo depois que a influência frígida e pesada dela se esvaiu com sua presença, não foi capaz de deixar de olhar.
O transe só foi desfeito quando Hudson pegou em seu ombro e a balançou, fazendo-a quase saltar assustada.
— Vamos tomar o caminho que ela disse.
Os três se corrupiaram e seguiram o rumo contrário do corredor.
Helen apenas assentiu, virando o rosto por cima de seu ombro mais uma vez antes de perder aquele lugar de vista.
Precisava fugir de qualquer maneira daquele lugar. Só então se permitiria a chorar, uma vontade que cresceu de maneira repentina quando os olhos marejaram com quentura.
Conforme ultrapassava alguns dos corpos no caminho, a vontade só crescia, a ponto de se tornar incontrolável.
Chegou a pôr as mãos à frente da boca, um último recurso em prol de se aguentar.
Se pudesse realizar algum desejo, só queria fechar seus olhos e esquecer tudo aquilo.
Por outro lado, Willian, lidando com o peso nefasto daquelas cenas, voltou de maneira mais efusiva a tentar contato com Norman.
A chamada continuava a ser ignorada.
Enervado, ele mesmo desistiu antes de ouvir a nova indicação de caixa postal. E tal ação coincidiu com o instante da passagem à região do primeiro acidente.
Puderam ver a destruição que se alastrava de um dos elevadores, cercada por uma parca cortina de fumaça.
Quando passavam por ela, Willian escutou algo a mais ruir dos destroços do transporte que tinha despencado.
Parou de correr e virou o rosto com curiosidade. O som familiar cresceu aos poucos.
Ao perceberem a parada repentina do garoto, Hudson e Helen se viraram.
— Willian!? — A garota, de coração disparado, chamou por ele.
No entanto, o de cabelo arrepiado se viu diante de uma tela de celular toda trincada no chão.
Chamando a atenção dúbia dos dois, pegou-o e tratou de verificar a notificação na tela, que mostrava as chamadas perdidas.
Enxergou seu nome escrito ali.
Enfim esclarecendo a mente, ele se virou para os amigos no intuito de comunicar a eles.
Mas os olhares de ambos eram puro terror.
— Willian!!! — Helen gritou o mais alto que pôde.
Era tarde demais.
Um dos soldados se levantou como um zumbi, posicionou o cano do fuzil na têmpora do garoto… e apertou o gatilho.
Sua cabeça foi perfurada junto ao estouro de miolos e sangue pelo outro lado. O corpo tomou segundos depois, sem vida.
Hudson não pensou duas vezes em puxar o braço de Helen o mais rápido possível, correndo com tudo que podia a fim de escapar.
O homem ferido ainda tentou atirar nos dois, porém se desvencilharam durante o avanço rumo ao auditório que havia logo à frente.
Depois de acessá-lo, contando com a sorte de não ter mais alguém no interior, o rapaz fechou as portas.
Colocou uma carteira nas barras metálicas usadas para puxar ou empurrar e, em seguida, botou mais duas abaixo em prol de completar a barreira improvisada.
Em estado de choque absoluto, Helen só foi conduzida pela mão do garoto, que seguiu com ela até o palco e se escondeu atrás das cortinas.
A manteve entreaberta no meio, a fim de observar alguma movimentação vinda de fora.
Tamanha aflição foi atravessada pelo retumbar dos joelhos da garota sobre o palanque de madeira.
— O Willian… o Willian foi…
Arrepiada dos pés à cabeça, não podia mais segurar as lágrimas que logo escorreram em profusão das vistas trêmulas.
Hudson queria a consolar, também estava atordoado. No entanto, o caso de vida ou morte o forçava a se manter em alerta o tempo todo.
Outros tiros e explosões de granadas foram escutadas, todas provenientes do exterior.
Enquanto isso, ele andou pelo palco até achar um cabo de vassoura, que quebrou na ponta para torná-la uma improvisada arma de defesa.
Assim que o fez, o ruído das batidas violentas na porta o chamou de volta.
Helen começou a empurrar o corpo desabado, até que suas costas se encontraram com a parede.
No ápice do desespero, segurou a própria cabeça, dobrou as pernas e afundou a testa acima do joelho num ato de súplica para que não fosse morta.
Hudson, decidido a protegê-la, jogou o feixe de fibras da vassoura longe. Estava pronta para que a porta fosse arrombada, mas foi pior.
Uma granada foi lançada para explodir a entrada, levando tudo que vinha pela frente contra o palco.
Então, a segunda bomba, essa bem maior, foi solta no centro do auditório.
O jovem, de olhos esgazeados, só pôde dar meia-volta para saltar sobre Helen.
A detonação estremeceu o auditório. O tornou um mar de fumaça escura, que perdurou por bons segundos.
A entrada foi concluída pelos soldados responsáveis, sendo três ao total. Avançaram, armados, pela cortina turva, alcançando o palco destruído.
Um deles ainda se assegurou de jogar outra granada sobre o palanque, cuja explosão inédita derrubou as cortinas.
Com a densa neblina consumada no recinto, o trio continuou a averiguar até o encontro com as duas vítimas.
Ambos estavam caídos no que tinha sobrado da plataforma de madeira. Hudson, todo ensanguentado e com as pernas separadas da cintura, estava acima de Helen.
Ela, também com ferimentos, só que mais leves, parecia ter perdido a função das piscadas dos olhos de tão arregalados e estremecidos.
O soldado, dessa vez uma mulher, apontou a arma na direção da dupla.
— Encontrei esses dois. Irei terminar o serviço e podemos reforçar o grupo que está lutando contra…
— Por… favor… — A voz de Helen quase não saía, mas interrompeu o anúncio daquela pessoa.
— Me perdoe, querida. Ordens são…
A resposta da mulher também foi atravessada, por um rangido poderoso do piano ao lado, um dos poucos remanescentes das grandes explosões.
Os outros dois direcionaram as atenções àquele lugar, mas nada ocorreu.
Quando a mulher voltou a mirar na cabeça de Helen, o pesado instrumento repentinamente foi arrastado em alta velocidade pelo invisível, atingindo-a.
Incapaz de se livrar, foi arrastada em conjunto até colidir com a parede que vinha atrás, sendo prensada com tudo.
Sentindo tudo doer abaixo, gritou com todas as forças até que a consciência fosse perdida.
— O que foi isso!? Atenção! — O segundo soldado alertou o aliado antes de subirem no palco.
Ofuscados pela fumaça, mal puderam antecipar um repentino ataque. Tiros foram disparados, mas logo cessaram assim que caíram no chão.
Entregue ao seu fim, Helene enxergou uma última luz atravessar aquelas trevas.
Virou o rosto rígido até enxergar o brilho branco chegar perto de onde estava.
Então, quando esse se apagou, pôde reconhecer a face ensanguentada do rapaz de cabelo cacheado, responsável por fazer o fogo da vida retornar à sua íris.
Com o impulso do puro terror misturado a um alívio insensível, ela murmurou em meio a soluços doloridos…
— Nor… man…?
O garoto a encarou de cima, os olhos verdes semicerrados expressavam seu misto de tristeza, dor e abalo.
Afinal, era como se estivesse revivendo a tragédia que tanto desejava esquecer…
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